Guia da Semana

Foto: Getty Images

Muitas pacientes, durante a gravidez, já se preocupam em minimizar e até em reparar os danos que a gestação e amamentação possam produzir nas mamas. Para responder a estas muitas indagações, resolvi escrever este artigo.

Creio que como em toda área estética, a primeira preocupação deve ser sempre a de minimizar os danos, para depois pensar em repará-los. Quanto menor for, melhor será o reparo!

Durante a amamentação, a pele das mamas sofre um estiramento, devido ao aumento do volume mamário. Após o parto, este estiramento é maior, produzido por um crescimento complementar, por causa da produção do leite, acrescido da sucção do filho. Isso tudo acontece em um período muito curto, nos últimos meses da gestação e primeiros meses do pós-parto.

Sendo a pele um tecido elástico, ela distenderá acompanhando o aumento do volume das mamas. Porém, algumas fibras elásticas da pele sofrem ruptura ao serem excessivamente esticadas, dando origem às temidas estrias. Então, como fazer para minimizar o risco de estrias?

Bem, precisamos lembrar que a mama é formada por tecido de glândula e gordura. A glândula aumentará de volume dependendo do biotipo da paciente e da quantidade de leite produzido. Sobre isso, não há como agir. Porém, a mama também ganhará volume de gordura, caso a paciente engorde muito na gestação.

Como visto em um artigo (http://www.guiadasemana.com.br/Sao_Paulo/Mulher/Noticia/Gravidez.aspx?id=59037) anterior, o peso ideal a ser ganho em uma gestação normal é de até dez quilos (distribuídos entre o feto, placenta, líquido amniótico, etc). Acima disso, o peso é gordura, totalmente desnecessário e prejudicial em termos de estética.

Sendo a mama um tecido gorduroso, ela aumentará proporcionalmente ao excesso de peso, estirando a pele desnecessariamente, originando estrias evitáveis. O correto é hidratar bem a pele durante a gestação e a amamentação, assim como manter o peso gestacional ideal, são meios eficazes de minimizar as estrias da gravidez. Ao hidratar a pele, as fibras elásticas ganham elasticidade, rompem-se menos e geram menos estrias.

E depois do parto, qual a hora de operar? A mamoplastia pode ser feita no período da amamentação? Essa dúvida é muito comum, quando a mama reduz de tamanho após este período e as pacientes, que já tinham pouca, sentem que ficaram "sem nada". Este caso é comum em pacientes magras e com pouca mama. Nos pacientes com tecido mamário, que varia entre moderado e grande, antes da gravidez, é comum um grande aumento na amamentação.

Vamos ponderar que a mama, no período da amamentação, está produzindo leite. Se tiver leite armazenado, ela está acima do volume sem lactação (seco), mesmo que tenha reduzido de tamanho com a amamentação (esta redução se deve à atrofia da glândula). Logo, assim que parar de amamentar, a mama cessará em alguns meses de produzir o leite e reduzirá ainda mais de volume. Isso também vale para as mamas grandes.

Portanto, para se ter uma estimativa correta do volume da prótese a ser usada (mamoplastia de aumento), ou do volume a ser retirado (mamoplastia redutora), a mama deve estar com o tamanho seco, sem produzir leite. Outro fator importante é que o leite não é estéril e operar na lactação, aumenta o risco de uma infecção totalmente desnecessária.

Sendo assim, concluímos que o melhor a fazer é hidratar bem a pele durante a gestação e amamentação, engordar o mínimo necessário para uma gestação saudável e esperar terminar o período de amamentação, para depois de alguns meses, com a mama desinchada e sem leite, fazer a correção com a mamoplastia. Assim, teremos o melhor resultado, com a maior segurança. Vale lembrar que, no caso outra gestação, após a cirurgia, a mama distenderá novamente e poderá recorrer uma certa flacidez, devido à nova distensão.


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Qualidade de vida

Cuidados com maior precisão

Quais as possibilidades

Quem é o colunista: André Colaneri.

O que faz: É médico perito judicial em cirurgia plástica, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas com especialização em Cirurgia Plástica. Hoje é um dos expoentes nacionais na sua área de atuação.

Pecado gastronômico: Frutos do mar.

Melhor lugar do Brasil: Fernando de Noronha.

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Atualizado em 6 Set 2011.