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Como diria o escritor norte-americano Norman Vincent Peale, "o vencedor nunca desiste", ou melhor, a vencedora. A rivalidade entre mulher e mãe pela atenção do marido ou filho é real, apesar de não ser via de regra. Toda relação humana é permeada pela disputa de poder. No caso do relacionamento entre sogra e nora não é diferente. Há um duelo travado, quase um genérico de guerra fria, onde ambas disputam pelo amor de um mesmo homem.
Todo ser do sexo feminino é dotado de um instinto materno e mães têm a expectativa de escolher uma nora ideal, projetando o esteriótipo da mulher perfeita com caráter inabalável, valores, qualidades e atributos semelhantes aos de sua família. "No plano da idealização vale tudo. Ela gostaria que sua nora fosse uma santa, pois mãe quase sempre considera seu filho perfeito, ou seja, um deus grego", comenta o psicólogo Sebastião Alves de Souza.
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"Meu relacionamento é formal, já que não dou liberdade a minha sogra. Não quero que ela se intrometa em nossas vidas. No começo de casada ela queria a chave do meu apartamento, para ir até lá arrumar a casa e fazer nossa comida. Quando negamos ficou horrorizada. Ela faz chantagem sentimental o tempo todo, mas hoje o filho dela não cai mais. Já percebeu quem é a mãe dele (eu nunca me enganei!)", diz a jornalista *Janaína, 36 anos.
A postura comportamental adotada pelo filho interfere no comando da mãe. Os conflitos surgem, diante da sua falta de assertividade. A posição correta é saber lidar entre as duas famílias, a de origem e a atual, além de se mostrar firme em suas decisões. A escolha do parceiro é inteiramente opção individual e não assunto que deva ser tratado em grupo, mesmo familiar.
Por mais feliz que esteja a sogra, sempre alimentará o sentimento inquietante da perda. O elo criado com o filho desde a gestação é muito intenso. Por sua vez, a nora carrega o misto de felicidade e desafio, proporcionados pelas incertezas e imprevisibilidades que envolvem o matrimônio.
O papel da mulher deve ser racional e antecipatória às situações que vão de desencontro aos seus planos e sonhos, por intromissão de alguém do meio externo ao relacionamento.
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Há uma tríade formada pela mulher/nora, marido/filho e sogra/mãe. As duas pontas desta relação devem, ao menos, tentar chegar a um consenso, em nome do amor que ambas sentem pelo homem em questão. Criar uma batalha com direito a cabo de guerra desgasta o relacionamento e todos só têm a perder.
Mas calma! Nem todas as sogras são difíceis de conviver como revela a designer Patrícia Vianna Aleixo dos Santos, 20 anos. "Mantenho um ótimo relacionamento com minha sogra. Quando fico semanas sem vê-la sinto sua falta e sei que esse sentimento é recíproco. Sempre que vou até sua casa, ela prepara um almoço especial, com meus pratos prediletos e eu retribuo levando algo que sei que ela gostaria de receber. Ao falar com meu namorado por telefone, sempre digo ´mande um beijo para sua mãe´. Eu a admiro demais. Ela faz questão de me elogiar para qualquer pessoa que conheça, além de me agradecer freqüentemente por estar com o filho dela, em um tom carinhoso. Minha mãe morre de ciúmes do nosso relacionamento. Isso diz tudo!".
Uma boa nora jamais... ? Esquece que, um dia, também será sogra; ? Esquece de elogiar os pratos da sogra; ? Fala ao marido mal da mãe dele; ? Esquece o aniversário da sogra e de lhe comprar um presente; ? Tenta demover o marido de ir à casa da mãe quando ele deseja; ? Recusa pedir à sogra a receita do prato preferido do marido; ? Faz queixas do marido à sogra; ? Recusa deixar os filhos em casa da avó paterna. Dicas retiradas do livro "Nora e Sogra - O Desafio do Relacionamento" (Editora M. Books), de Eden Unger Bowditch e Aviva Samet |
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Sintonizar a vida no mesmo objetivo é um exercício complexo que exige auto-controle e sensatez. Cada ser integra parte de uma totalidade predestinada a um bem maior. Pais educam os filhos para quando adultos eles poderem discernir os encalços da vida. Em contrapartida, o sentimento de posse do outro como sendo objeto é um erro tremendo, causador de problemas para toda a família. A parceira, por sua vez, deve compreender que antes de entrar na vida de seu homem, ele já tinha uma história escrita, onde sua família constitui os personagens. Dialogar e estabelecer firmeza nas idéias e comportamentos é uma demonstração de maturidade. Adversidades advindas do dia-a-dia merecem ser encaradas amistosamente, afinal somos meio e instrumento, porém não produto final.
*O nome foi alterado a pedido da entrevistada
Colaboraram:
? Sebastião Alves de Souza
? Patricia Vianna Aleixo dos Santos
? *Janaina
Atualizado em 10 Abr 2012.