Guia da Semana

Foto: Getty Images


Todos sabemos da grande importância estética do nariz. Ele praticamente define nosso perfil, impõe a característica estética da face (delicada, imponente, rústica, etc). Isso torna a rinoplastia uma cirurgia plástica de grande potencial transformador.

Mas como ficará o meu nariz depois da cirurgia? Posso escolher? Esta é uma pergunta muito frequente em meu consultório e, para respondê-la, vamos ponderar alguns fatores.

Por fazer parte de um contexto facial, nem todo nariz combina com todo tipo de face. Ou seja, o nariz de uma modelo pode ficar feio em outra, apesar de serem as duas bonitas. Um nariz esteticamente incompatível pode comprometer toda a beleza facial. Isso, por um lado, nos permite harmonizar o nariz à face e potencializar a beleza do paciente, mas, por outro, nos impõe certos limites à cirurgia. Pacientes longilíneos, de rosto comprido e angulado, não combinam com nariz pequeno e arrebitado, por exemplo.

Outra limitação que temos - e esta é imposta pelo próprio paciente - é a genética: as características da pele, osso, cartilagem, etc. Este material pode ser modelado pela cirurgia, mas não modificado. Uma pele grossa continuará grossa depois da cirurgia, e isso nos impõe restrições. Nunca será igual a um nariz de pele fina.

Tendo em vista estes fatos, podemos concluir que não é possível escolher o nariz que queremos, mas podemos ter o nariz possível dentro das limitações genéticas, estéticas e técnicas de cada cirurgia. Está é uma das razões pelas quais não vejo com bons olhos programas de computador que "corrigem o nariz e preveem o resultado da cirurgia".

Primeiramente, um programa de computador é, no fim das contas, uma fórmula matemática. Ele corrigirá todos os narizes pela mesma fórmula. Mas como corrigir coisas geneticamente diferentes (pele, osso cartilagem) como se fossem iguais? Elas não responderão à cirurgia da mesma forma. Logo, creio não serem fidedignos. E, mesmo que fossem, não há certeza que o cirurgião obteria aquele resultado, assim como o paciente se recuperaria da cirurgia da mesma forma.

Interessante é notar que, no início das rinoplastias, a técnica usada era de redução do nariz. Retirava-se osso e cartilagem e o resultado era um nariz pequeno e geralmente arrebitado - e muitos com problemas respiratórios depois. A rinoplastia moderna visa à harmonização do nariz à face. É frequente o uso de cartilagem para modelar, sustentar e definir o nariz. Reduz-se menos, modela-se mais. Com isso, as cirurgias obtiveram um resultado mais natural, harmônico e funcional. Afinal, além de ser bonito, o nariz precisa respirar bem!

Vale ressaltar que, para ser especialista em cirurgia plástica, o cirurgião deve ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que supervisiona a longa e extensa formação dos 11 anos de estudos obrigatórios para alcançar o título de especialista.

Leia as colunas anteriores de André Colaneri:

Botox: Céu ou Inferno?

Botox no controle da hiperidrose

Lipo sem medo

Quem é o colunista: André Colaneri.

O que faz: É médico perito judicial em cirurgia plástica, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas com especialização em Cirurgia Plástica. Hoje é um dos expoentes nacionais na sua área de atuação.

Pecado gastronômico: Frutos do mar.

Melhor lugar do Brasil: Fernando de Noronha.

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Atualizado em 6 Set 2011.