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Como diz a letra da música Tão Seu, da banda mineira Skank "A minha casa sem você é triste, a espera arde sem me aquecer". O exagero é uma característica extremista que carrega em si predomínios negativos. A reclusão no próprio relacionamento amoroso afasta o casal do convívio saudável, criando um impasse entre o amor e a fixação no outro.
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Todos os humanos são mutáveis e dotados de dons específicos e designados a uma passagem que se transforma a cada dia. Durante este período ocorre a submissão a novos aprendizados que implicam necessariamente em algum resultado evolutivo da essência do ser. Namoros embasados em perda da individualidade não permitem que ambos os envolvidos saiam do lugar, uma vez que estão enjaulados em um invólucro de estagnação criado por eles mesmos.
"Uma amigona minha deu uma afastada depois que começou a namorar. Geralmente gosto dos namorados das minhas amigas, mas o dela especificamente não dá! É patético como ficam com muita manha na frente de todos, fazendo voz de criança. Não gosto disto. Dá até enjôo", desabafa *Joyce.
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"Dois amigos meus simplesmente se afastaram das confraternizações, porque tinham de passar o tempo todo com as namoradas. Eles são muito submissos, mas jogam a culpa nelas, dizendo que entendem o ciúme, já que se elas também não fizessem esforço para os verem sempre, eles também não iriam gostar e ficariam enciumados. Mas isso é balela, eles perdem a individualidade deles assim. Para mim o errado do relacionamento é se relacionar, mas se for inevitável, não deve haver sentimento de posse", desabafa *Pedro.
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O alerta fica por conta do cuidado redobrado para o relacionamento não virar tortura. Estar ligados 24 horas por dia não leva a relação necessariamente ao desgaste, mas cria um estado de sofrimento direcionado a tratamento. Já dizia o filósofo Sócrates "Conhece-te a ti mesmo". Cabe ao casal conhecerem-se entre si e compreender-se consigo. Quanto mais se conhece a personalidade do parceiro mais fácil será a resolução das dificuldades que sempre surgem. O exercício da paciência, da auto-compreensão e do entendimento do ser e estar do outro é a verdadeira terapia do casal.
"Se pela força do amor do casal aparece o afastamento do convívio social e se eles percebem isto como uma falha ou um sofrimento, uma terapia poderia levar os parceiros a conhecer melhor a formação das suas personalidades e do seu relacionamento para restabelecer um equilíbrio entre a relação amorosa e o convívio social" diz Nussbaumer.
O desejo de refletir aquilo que se deseja no outro é utópico e sofredor, a medida que desvirtua o ser humano do aprendizado mais singelo da vida, que consiste no ato de amar, de maneira a somar e conseqüentemente multiplicar sem contradizer o preceito.
*O nome foi alterado a pedido da entrevistada
Colaboraram:
? Leon Nussbaumer
Site: http://psicanalista-nussbaumer.sites.uol.com.br
? Rita Monteiro
Atualizado em 6 Set 2011.