Guia da Semana



Ouvi durante dias, gente se propondo a me acompanhar, mas tudo pra semana seguinte da estréia, com a desculpa de evitar os populares... Fui vê-lo num cinema perto da Av. Paulista, conhecido pelo seu público mais seleto. Mas acho que de tanto a mídia comentar sobre o filme, baixou tanto gente cafona, atrás do consumismo fashion ou da forma desbocada que falavam sobre sexo na extinta série, que deu raiva de assistir o filme.

Pensa bem... Um filme que mostra o drama de 03 quarentonas e 01 cinquentona (Samantha fez 50 no final do filme), bem sucedidas, não posso negar, mas com muitos problemas afetivos, realmente não tem nada de engraçado. Quem assistiu ao menos uma das temporadas do seriado, sabe disso.

Eu, com toda a ansiedade que me consumiu desde que soube da data da estréia no Brasil, não pude esperar muito. Meu limite expirou domingo. Enfrentei fila e infelizmente, os populares. Todos queriam finalmente decifrar o grande mistério da trama: Carrie casa-se ou não com Big? Mas minha curiosidade era outra.

Como será que elas estão depois de 10 anos do início da série? A julgar pelo conjunto da obra das 04 protagonistas, nada mudou!

Os homens da série, é que envelheceram sim. Mas com dignidade, claro. Afinal, quantos homens você conhece que pode comprar uma cobertura em NYC e pagar à vista? O Big, ou melhor, John, como ele é chamado no filme, fez isso!

Sinceramente, não fui esperando algo que me surpreendesse. Como muitos críticos disseram, o filme é um capítulo extenso da série. Fiquei surpreso com a evolução de moda e como Patrícia Fields consegue fazer milagres com mulheres relativamente normais - Sarah Jéssica Parker tem menos de um 1,60m. Além da moda, o sexo, ou a abordagem dele também sofreu alterações. Na verdade adequações, até porque no cinema, a exibição da obra seria insuperavelmente maior que a série em TV a cabo. Senti falta dos despudores sexuais da série, da forma como falavam e pensavam sobre sexo. Mas o sentido foi mesmo o amor, e o tal casamento de Carrie, além dos dramas de Samantha, Miranda e Charlotte.

Saindo do cinema comecei a pensar o quanto esse filme mexeu com o mundo todo nos últimos meses. Talvez por ser sobre quatro mulheres independentes financeiramente, mas dependente sexualmente dos homens e afetivamente uma das outras. Ou pode ser pelo também a cidade ser Nova Iorque. Não sei se teria o mesmo impacto sendo em outra cidade qualquer do mundo. Tem muita gente que tem fascínio por Nova Iorque. Eu mesmo sou um dos aficcionados pela cidade e claro, pela série.

Conheci Sex and the city quando já estava em seu 5º ano. Desde então, comprei todas as temporadas, e sempre que posso me divirto com os casos e situações vividas por elas. Uma coisa de terapia mesmo, sabe? O seriado, muito mais que a locação onde era ambientado, ficou famoso pelo jeito como elas resolviam seus problemas amorosos e sexuais, comprando um par de sapatos ou tomando um drink. Sim, a moda sempre fez parte do seriado, e no filme, pelo menos ficou intocada. As grandes coadjuvantes foram sem sombra de dúvidas, as grifes. Dior, Gucci, Dolce & Gabanna estavam todas lá. Nunca tanta grife importado no meu closet como no de Carrie, exceto no meu armário de óculos escuros.

Deixando a série de lado, o principal ensinamento de Sex and the city, o filme, é que, não importa o que você faça, uma hora a idade bate à sua porta, e meu amigo, a única coisa que você precisa ter é amigos de verdade, muito dinheiro, e um cirurgião plástico de confiança. O resto se conquista.

Quem é o colunista: Ale di Lima

O que faz: Agente artístico e freqüentador assíduo do underground paulistano.

Pecado Gastronômico: Pavê preto e branco, devorado durante o day off.

Melhor lugar do Brasil: O pôr-do-sol na praia de Ipanema.

Para falar com o Ale: [email protected]

Atualizado em 1 Dez 2011.