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Pela segunda vez no ano, o Castelo Bran, conhecido mundialmente como o Castelo do Conde Drácula, na Transilvânia, Romênia, está à venda. As negociações da relíquia histórica estão sendo tratadas pela Baytree Capital Associates, com sede em NY, diretamente por Michael Gardner, diretor-executivo e presidente da empresa. O preço ainda não foi definido, mas há rumores de que as últimas ofertas chegaram perto da casa dos US$ 78 milhões.
Gardner é representante dos Habsburgos, dinastia que governou a Europa durante séculos. No ano passado, o governo romeno devolveu o castelo ao arquiduque Dominic Habsburg - neto da rainha romena Maria da Saxônia - que passou parte da infância no local, mas hoje mora no subúrbio da Big Apple, onde trabalha como arquiteto.
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Já em posse da avó do arquiduque, o castelo havia sido confiscado em 1948 pelos comunistas e transformado em museu dois anos depois. Mas agora, com a ingressão da Romênia na União Européia, a propriedade privada está novamente em alta. Nem mesmo os morto-vivos são capazes de escapar da tendência da privatização.
O Castelo Bran é a principal atração turística do país, pois serviu de inspiração para o famoso livro do escritor irlandês Bram Stoker: Drácula. A história é baseada na vida de um aristocrata sugador de sangue humano. O livro causou polêmica quando foi publicado pela primeira vez, em 1897. Desde então, já ganhou inúmeras edições e inspirou centenas de filmes.
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A construção medieval é citada na publicação justamente como a casa do personagem-título. Algumas fontes dizem que o castelo teria sido a moradia do sanguinário príncipe romeno do século XV, Vlad Tepes, o Empalador, nobre cavaleiro da Idade Média. Era chamado de Empalador pelo modo como torturava seus inimigos. Outras citações dizem que Vlad teria passado apenas uma noite sob o teto da fortaleza. Não há qualquer evidência real que comprove o fato.
A história do livro Drácula | |||
Drácula é também um perfeito retrato da Inglaterra do fim do século XIX: o moralismo britânico contra o exotismo do estrangeiro, representado pelo conde. Além disso, contaminava suas vítimas transformando-as em vampiros como ele. Ou seja, o vampirismo era transmitido pelo sangue, numa clara alusão à sífilis, doença que aterrorizava as pessoas na época e que também era transmitida por transfusões. Como toda boa ficção de horror, Drácula é carregada de simbolismos e metáforas. |
Segundo Dominic Habsburg, a manutenção do castelo é muito cara, de forma que agora espera encontrar alguém que cuide da sua preservação histórica e que entenda as preocupações do povo romeno. Entre possíveis compradores estão firmas de investimentos, redes de hotéis e empresas de corretagem de imóveis.
Cerca de 450 mil pessoas visitam a construção o ano todo, o que rende mais de 1 milhão de euros anuais. Abriga um museu de arte medieval e é um dos monumentos históricos mais conhecidos e visitados da Romênia. O governo do país terá ainda um prazo de dois anos para deixar de utilizar o castelo como museu.
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Atualizado em 6 Set 2011.