Guia da Semana

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A indústria alimentícia evolui a passos largos. E quem antes abastecia a despensa com frutas, verduras e legumes de todas as cores agora pode optar por recipientes que conservam suas versões em pós ou desidatradas. Cada um tem a sua funcionalidade, inclusive com a maioria dos nutrientes que os produtos in natura apresentam. Mas antes que você abandone a feira de vez, descubra se essas maravilhas em pó realmente fazem por merecer a alcunha de substitutos das frutas, legumes e verduras colhidas no pé.

Embora pareçam produtos de filmes futuristas, ou mesmo recursos utilizados por astronautas, os alimentos desidratados são produzidos por meio de uma técnica milenar utilizada pelo homem para conservação dos produtos. É através da evaporação da água contida em sua composição que os produtos perdem peso e volume, dispensando a refrigeração e facilitando seu o transporte.

Complemento ou substituto?

Para os nutricionistas, há um consenso: esse tipo de alimentação em pó não substitui a ingestão in natura, embora sirva de maneira provisória para quem tem uma rotina estressante e não consegue sentar para fazer as refeições corretamente. "Às vezes, a pessoa está viajando e quer garantir uma boa nutrição; nesses casos, ela pode aderir aos alimentos desidratados como alternativa, mas nunca como fonte única de energia", aponta a nutróloga Liliane Oppermann.



A especialista afirma que a maneira mais correta é substituir somente uma refeição ao dia, seja tanto para alimentos salgados ou como para sucos, reservando para o almoço ou jantar uma dieta mais rica em nutrientes e fresca. Para as crianças, os legumes e verduras em pó não são recomendados, já que é nessa fase da vida que os pequenos têm que aprender a educar o paladar, conhecendo os vários tipos de sabores dos alimentos. "Obviamente, para a mãe que passa o dia inteiro fora de casa e precisa optar entre dar um pacote de salgadinhos e um purê de batata com legumes em pó, melhor escolher a segunda opção", assume Liliane.

Algo a mais

Embora sejam práticos, durante o processo de desidratação os alimentos em pó perdem parte das vitaminas hidrossolúveis, que são as vitaminas C, algumas do complexo B e também muitas fibras. Por essa razão, não se deve usar exclusivamente esse tipo de composto como dieta, pois não fornece todos os nutrientes emcontrados em uma refeição tradicional.



Apesar disso, muitos são bons concentradores de vitaminas, caso do abacaxi desidratado, concentrada fonte de bromelina - enzima que ajuda na digestão e no emagrecimento. Não só os legumes, mas muitas vezes as folhas também são aproveitadas, enriquecendo ainda mais o cardápio. Isso acontece com a mandioca e a batata doce - que têm suas folhas desidratadas e ricas em vitaminas A e C. Assim, pitadas em refeições normais garantem até o dobro da quantidade nutricional de um legume fresco ou cozido.

Cuidados

Os especialistas recomendam que essas farinhas sejam adicionadas em suco, massas, omeletes, purês e sopas. Quanto mais desidratado for o alimento, maior o tempo de validade. Já para as compras, a nutróloga Liliane Oppermann indica que, assim como os produtos frescos, a compra preferencialmente deve ser feita para consumo em uma semana, porque dessa forma se consomem produtos de safras mais recentes, garantindo a qualidade e o teor nutritivo dos alimentos.

Alimentos coadjuvantes das refeições
- Pó de polpa de maçã (auxilia no emagrecimento)
- Mix de frutas secas (rico em selênio, magnésio e silício)
- Pó de couve (bom para dores articulares)
- Pó de gergelim (fonte de cálcio 200 vezes mais potente que o leite)
- Cebola em flocos e alho em pó (ricos em alicina para melhorar a coagulação sanguinea)

Atualizado em 6 Set 2011.