Imaginar que estes estabelecimentos representam os bastidores de um filme pornô ou o retrato de uma "fazenda da esbórnia" é o primeiro passo de um conceito errôneo. O swing é uma prática com regras a seguir. O casal liberal, em comum acordo, topa fazer a troca de parceiros. Em todas as casas, a pista é o local mais cheio, mas o ato sexual acontece em salas propícias para tal. O visitante novato tem a opção de conhecer e bisbilhotar sem ser obrigado a fazer o que não deseja. Quem optar por ficar na pista, pode conferir no máximo um show provocante de strip-tease e algumas mulheres mais ousadas dançando de forma insinuante em cima do balcão, muitas vezes mostrando parte do corpo numa brincadeira sensual.
O curioso é notar que esses "points" não têm um perfil de freqüentador a ser traçado, uma vez que a faixa etária varia dos 20 aos 60 anos e o número de homens e mulheres é totalmente equilibrado, ou seja, lá dentro você vai ver de tudo.
Na busca pelas informações, eu fingi ser uma adepta da prática e conversei sobre o assunto com uma comissária de bordo (34 anos), um policial civil (32), uma garota de programa que trabalha numa casa de shows em Floripa (19), um venezuelano que atua no mercado de tecnologia (52), uma representante comercial (36), um estudante de engenharia do Mackenzie (22) e uma analista de sistemas (37). Ambos repetem o mesmo discurso: começaram levados pela curiosidade, mas surgiu um desejo sexual de realizar algo diferente, daí o limite é a imaginação.
Todos eles têm gestos sutis e falam do tema com naturalidade, apesar do tabu cercado de polêmicas, para essas pessoas a ressaca moral nunca dá as caras. "Tentados ao pecado", buscam a satisfação instantânea no que pode representar naquele momento, uma transa sem compromisso ou vínculos futuros. Começa e acaba ali, a fim de que todos os fetiches sejam atendidos e nenhuma vontade seja julgada.
Atualizado em 6 Set 2011.