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Quem supunha que um simples encontro em uma academia há 12 anos fosse unir os destinos da atriz e do ator pornô, respectivamente Duda Bombom, 34 e Alex Dumont, 36?
Resultado: Dez anos casados e quatro filhos, o caçula de 8 anos e o primogênito de 14 anos. Impacto da carreira? Apesar de Dumont afirmar aceitação da família, Bombom não esconde as desavenças com os familiares e hesita ao explicar que os filhos sabem pinceladamente sobre o trabalho relacionado ao sexo. Conciliar vida de casado com profissão artística pornô é uma façanha ainda tida como excêntrica dentro da sociedade e enfrentar as barreiras pode ser embate travado.
O trabalho nos palcos consiste na relação sexual explícita aos voyeurs de plantão, de maneira intensa e frenética. Olhos fixos fitados nas cenas não perdem nenhum movimento. Mentes ensaiam pensamentos nada pueris e o casal permanece literalmente firme no palco.
Segundo as regras e os bons costumes da sociedade, o casamento é um sacramento único, onde deve haver reciprocidade no respeito entre o casal e ordenação de valores a serem transmitidos aos filhos. Mas quando alguém decide escapar da ideologia pregressa, o resultado é a desvirtuação do ser perante ao meio em que vive. "Conseguimos dividir trabalho da vida pessoal. Nunca nos relacionamos com outros casais, mulheres ou homens. Portanto, não consideramos que estamos nos traindo. Somos parceiros nisto, mas é claro que sempre rola propostas de sexo em grupo", diz o ator Alex Dumont.
Foto: Gabriel Oliveira |
Conforme pesquisa realizada na internet, o Brasil é o segundo país no ranking de atividade sexual. Foram entrevistadas 26 mil pessoas em 26 países. O estudo revela que os brasileiros só perdem para os gregos. Cada casal mantém em média 164 relações sexuais por ano, contra 145 dos brasileiros. Enquanto a duração mundial de uma transa é de 18 minutos, o Brasil supera com um marco de 21 minutos.
A psicóloga Rita Silva explica que filmes pornôs e shows de sexo explícito fazem sucesso por estimular a libido das pessoas. "O brasileiro é muito ligado ao sexo, até mesmo por uma questão cultural. É o momento em que ele parece ser tomado de um anestésico contra os problemas diários e se liga apenas na solução temporária proporcionada pelo ato sexual ou masturbatório".
Bombom que já foi dançarina de jazz, acrobata de circo, stripper e hoje se dedica exclusivamente a carreira de atriz pornô conta com orgulho que ela e marido estrelaram o filme Gozando Dentro volume 1, primeiro do gênero, onde os atores tiveram o primeiro orgasmo em cena".
"Nosso maior show foi no Canecão, no Rio de Janeiro, em outubro de 2007. Estavam presentes 4.500 pessoas. Conseguimos este show através da Feira Erotika Fair de 2007. Nossas apresentações dependem do tipo de evento. Em shows cobramos R$ 5.000 e em feiras R$ 3.000. Por 45 minutos de exibição ininterrupta o valor chega a R$3.000", revela o casal.
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"Tem que ser muito profissional para fazer ao vivo, cheios de tesão e bem feito a ponto de despertar a libido de quem está vendo. Não sentimos vergonha em fazer o que todo mundo faz e tem medo de mostrar. Jamais aconteceu qualquer tipo de indisposição sexual na frente e por trás dos palcos. Aliás a gente não parou nem quando ela estava grávida. Aos 8 meses de gestação mantivemos a nossa agenda de shows. Nosso recorde foi em 1994, quando fizemos 24 shows em uma semana. Cansar de fazer sexo? Nem pensar, somos insaciáveis!", brinca Dumont.
Bombom ressalta que tem carinho por todas as posições, pois criou baseada no Kama Sutra, mas a Asa Delta, Escorpião e Tesoura são as que mais proporcionam prazer. "Nós também damos aulas particulares para ensinar as posições, além de performances particulares sem envolvimento", enfatiza Dummont.
"A sociedade tem preconceito, porque boa parte das pessoas relaciona sexo ao vivo à prostituição. Não são todas as pessoas que compreendem a seriedade do nosso trabalho. É um trabalho como qualquer outro, mas somos discriminados sim", reflete Dummont.
**Fotos: Gabriel Oliveira
Colaboraram:
? Duda Bombom
? Alex Dumont
? Rita Silva
Atualizado em 10 Abr 2012.