Violência contra a mulher preocupa mais, aponta estudo
Pesquisa nacional realizada antes da sanção da Lei Maria da Penha mostra crescimento no índice de brasileiros incomodados com a violência doméstica.
Por Redação Guia da Semana
Confira a seguir os principais resultados da pesquisa do
Ibope (encomendada pelo
Instituto Patrícia Galvão e realizada no primeiro semestre de 2006) sobre a percepção e as reações da sociedade brasileira quanto à violência contra a mulher.
De 2004 a 2006 aumentou o nível de preocupação com a violência doméstica em todas as regiões do país, menos no Norte e no Centro-Oeste, que já tem o patamar mais alto (62%). Nas regiões Sudeste e Sul o nível de preocupação cresceu, respectivamente, 7 e 6 pontos percentuais. Na periferia das grandes cidades a preocupação passou de 43%, em 2004, para 56%, em 2006;
33% apontam a violência contra as mulheres dentro e fora de casa como o problema que mais preocupa a brasileira na atualidade;
51% dos entrevistados declaram conhecer ao menos uma mulher que é ou foi agredida por seu companheiro;
Em cada quatro entrevistados, três consideram que as penas aplicadas nos casos de violência contra a mulher são irrelevantes e que a justiça trata este drama vivido pelas mulheres como um assunto pouco importante;
54% dos entrevistados acham que os serviços de atendimento a casos de violência contra as mulheres não funcionam;
65% dos entrevistados acreditam que atualmente as mulheres denunciam mais quando são agredidas. Destes, 46% atribuem o maior número de denúncias ao fato de que as mulheres estão mais informadas e 35% acham que é porque hoje elas são mais independentes;
64% acham que o homem que agride a mulher deve ser preso (na opinião tanto de homens como mulheres); prestar trabalho comunitário (21%); e doar cesta básica (12%). Um segmento menor prefere que o agressor seja encaminhado para: grupo de apoio (29%); ou terapia de casal (13%);
Perguntados sobre o que acham que acontece quando a mulher denuncia, 33% dos entrevistados afirmaram que "quando o marido fica sabendo, ele reage e ela apanha mais"; 27% responderam que não acontece nada com o agressor; 21% crêem que o agressor vai preso; enquanto 12% supõem que o agressor recebe uma multa ou é obrigado a doar uma cesta básica.