Virgem, segundo signo de Terra do Zodíaco Trópico (astrológico), costuma ser interpretado de maneira rasa. Fala-se em geral apenas de sua capacidade crítica, que o torna figura essencial em muitos momentos e "chata" em tantos outros. Mas resumir Virgem à crítica constitui simplismo imperdoável, uma vez que o simbolismo deste signo nos remete a tantas outras coisas tão pertinentes quanto. Além disso, reclamar da capacidade crítica virginiana é um absurdo.
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Meu amigo, o astrólogo Valdenir Benedetti (1951-2009), costumava insistir num ponto que, creio, é fundamental para o entendimento de quem estuda Astrologia: nós todos temos os doze signos dentro de nós. Ou seja, você - mesmo que não seja do signo astrológico de Virgem, não tenha o ascendente neste signo, ou nenhum outro ponto planetário no sexto signo - possui Virgem em alguma zona do seu mapa astral. Todos manifestamos qualidades (e defeitos) virginianos em alguma área e em algum momento de nossas vidas. Até porque, Virgem pode ser o ascendente de nossa Revolução Solar (mapa anual) em algum momento de nossas vidas.
O que acontece é que as pessoas que nasceram com o Sol no signo trópico de Virgem (em geral, nascidas entre os dias 23/8 e 23/9 - data que varia um pouco de ano para ano) possuem as características virginianas mais destacadas. O mesmo pode ser dito por quem tem o ascendente em Virgem ou a Lua neste signo, assim como o planeta Mercúrio em Virgem - já que este signo é o da regência noturna de Mercúrio, é onde o planeta alcança a intensidade de sua força.
PODER DE QUESTIONAMENTO
É em Virgem que a consciência é instada a ser mais meticulosa, detalhista e racional. Você já parou para pensar que a maior parte dos signos é representada por animais, mas Virgem é representado por um ser humano? A ideia desta representação é ilustrar que o sexto signo zodiacal é mais racional do que motivado por impulsos emocionais. É nele que a capacidade mental da lógica atinge seu máximo. E é onde o poder de questionamento é intensificado (coisa que ocorre também com Gêmeos, seu irmão planetário). E, justamente por ser tão questionador, o virginiano típico costuma ler as descrições feitas sobre seu signo, e reclama: "eu não sou tão organizado, nem tão racional, quem me dera ser!". Aprendi a entender esta típica reclamação virginiana como uma irritação com o fato de ele não conseguir ser tão organizado e racional quanto gostaria. Porque, afinal, ele sempre acha que poderia ser mais. A autocrítica, em Virgem, é tão ou mais poderosa do que a crítica a coisas externas.
O fato é que os virginianos típicos são por demais preocupados com a ideia de controle. Controle das emoções, conhecimento e controle do corpo (daí a preocupação com alimentação e saúde, que em alguns tipos pode beirar a hipocondria). Só que, veja só você: sempre que estabelecemos um ritual cuidadoso, estamos ativando a força-Virgem que existe dentro de nós. Quando aprendemos a escovar os dentes todos os dias, isso é Virgem. Quando analisamos um determinado fato, medimos as alternativas e pensamos nas eventuais falhas, isso é Virgem. Pessoas sem grandes ativações planetárias no signo de Virgem (e em signos de Terra) costumam ter um problema sério: não traçam planos B. Virgem os traça, e por isso muitas vezes é chamado de "chato": porque ele pensa no que pode dar errado.
Pessoas supersticiosas costumam dizer que "pensar no que pode dar errado atrai o problema". Não é bem assim. Há uma escola filosófica muito antiga, chamada "estoicismo", que insistia na importância de antever os males possíveis. E Virgem parece ser um dos signos que melhor entende isso. Antevendo o que pode não dar certo, planos alternativos são estabelecidos. Sem a beleza do sexto signo zodiacal astrológico, a vida seria uma sucessão de trapalhadas insolúveis. Felizmente, para todos nós, Virgem existe.
Autor
Alexey Dodsworth
Consultor da UNESCO no Brasil e mestre em Filosofia e Ética pela USP. Astrólogo há mais de 20 anos, autor de livros do gênero e também das análises de Astrologia, Tarô e Runas do Personare.
Por Alexey Dodsworth
Atualizado em 11 Fev 2014.