AVC e câncer de estômago
Para Alberto Abrusio, 77 anos, aposentado, o vício trouxe conseqüências graves. Influenciado pelo pai que teve câncer fatal - decorrente da dependência -, assume que nem mesmo a perda familiar o fez largar o vício, que começou aos 18 anos e parou nos 42, devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Em 2001, Alberto teve câncer de próstata e, em 2005, de estômago - o que resultou na perda total do órgão. "Meu corpo foi bastante agredido pelas substâncias nocivas do cigarro e, mesmo após 35 anos de abstinência, fui prejudicado", ressalta.
Começou a fumar com 11 anos
O universitário Wilker Godoy, 22, começou a fumar ainda criança, com 11 anos porque queria mostrar aos amigos que era diferente e, fumando, acreditava que desassociava sua imagem da infância. Consciente sobre os riscos, Wilker conta que nunca teve problemas de saúde e acredita estar longe de sofrer algum. "Fumo 20 cigarros por dia e me sinto bem", conta. Ansioso, comenta que, em situações de tensão, aspira ainda mais nicotina. "Quando preciso relaxar, fumo mais e fico tranquilo".
Alerta antes do problema
"Comecei antes dos 14 anos porque admirava os jovens que fumavam", lembra o administrador de empresas Antônio Ghidetti, hoje com 55 anos. Na época, Antônio fumava, em média, 10 cigarros por dia, mas quando saía com os amigos, este número dobrava. Segundo ele, há aproximadamente 30 anos, não existiam campanhas anti-tabagismo e o cigarro era associado a estilo. "Em relação às doenças, só se falava em problemas pulmonares", complementa. Com o tempo, Antônio visava um futuro saudável e econômico. "Fiz as contas e comprovei que, o que eu gastava com o vício, era exatamente o que eu deveria ter juntado para quitar meu apartamento na ocasião", conclui.
Fotos: Arquivo pessoal |