Guia da Semana

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Toda mulher quer ser a melhor namorada do mundo, a profissional mais gabaritada, a mãe exemplar e a mais gostosa da turma, não é mesmo? Mas quando a competição natural do mundo feminino sai do controle e começa a invadir o seu relacionamento?

Atualmente, homens e mulheres competem no mercado profissional de igual para igual. Essa percepção invadiu o âmbito amoroso, no qual funções antes divididas entre os sexos se uniram, e hoje são estipuladas de acordo com o tempo livre e a dedicação de cada um à relação.

Dessa maneira, a competitividade acabou invadindo o campo amoroso e familiar, fazendo com que beijos e carícias cedessem espaço a farpas e discussões. A disputa conjugal começa quando o homem ou a mulher sentem a necessidade de mostrar superioridade sobre o outro, seja pela posição profissional, pelo salário, pela beleza física ou pelo status, desencadeando um mal-estar generalizado na relação.

Primeiro round
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- Eu te amo muito!
- Não, amor, eu te amo mais!

Presente no cotidiano de todo casal, esse discurso romântico é uma inocente declaração de amor, certo? Errado! Para o médico e especialista em comportamento Jô Furlan, autor do livro Inteligência do Sucesso, trata-se de um dos primeiros sinais de competição no relacionamento. Por mais inocente que possa parecer, o diálogo esconde a semente da corrida conjugal, já que existe uma negativa do amor do parceiro, seguida da afirmação de que o seu sentimento é muito maior.

Problemas também podem ocorrer quando as pessoas se unem com a intenção de que com o tempo, conseguirão mudar o comportamento do outro. "Isso é uma grande ilusão. A não ser que o parceiro se sinta prejudicado e trabalhe a favor dessa mudança de comportamento, o fato de ter alguém querendo mudá-lo vai trazer a sensação de cobrança", explica a psicóloga Laila Pincelli.

Para a especialista (e segundo a sabedoria popular), amor e o ódio são extremos opostos de uma mesma emoção. Por isso é possível que um casal que se ame tenha uma relação competitiva, brigando frequentemente. "Geralmente, pessoas que são muito competitivas têm uma necessidade de auto-afirmação muito grande. Elas são imaturas e inseguras. Precisam provar o seu valor e cobram do parceiro esse reconhecimento, o que acaba gerando o conflito.", diz.

O empate como vitória
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Não existe uma regra de conduta para esses casos. Mas é aconselhável o casal dialogar constantemente a respeito de certas atitudes, para evitar brigas e discussões. Pequenas ações tomadas em parceria fazem a diferença no desenrolar da relação, além de beneficiar a individualidade de cada um. "É interessante que o casal combine um dia da semana em que cada um tenha liberdade para sair com seu grupo de amigos pessoais, de preferência no mesmo dia da semana", aconselha o psicólogo Edson Galrão de França.

Mas por mais estranho que pareça, também existe um lado bom da competitividade. Ele ocorre quando a disputa permite uma reflexão sobre o triunfo do parceiro. Segundo a psicóloga Laila Pincelli, isso acontece quando o companheiro percebe o esforço e o sucesso do outro e se sente motivado a buscar o próprio aprimoramento, gerando uma "competição saudável", na qual o parceiro se satisfaz com as conquistas do outro, sem despertar nenhuma agressividade.

"Amar é um verbo que deve ser conjugado diariamente. É uma escolha que tem que ser feita todas as manhãs. Se o casal se ama e quer ficar junto, apesar das diferenças, deve exercitar o diálogo e colocar esta nova postura em prática", conclui o médico Furlan.

Colaboraram:
? Jô Furlan
? Laila Pincelli
? Edson Galrão de França

Atualizado em 6 Set 2011.