Guia da Semana

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Toda manhã em que o frio e a chuva não dão as caras no parque Ibirapuera, em São Paulo, Tatiana Iurreta Penha e João, seu filho de 40 dias, estão por lá. Com o bebê envolto em um sling, ela caminha cerca de duas horas e depois faz alongamentos. Os passeios servem tanto para acalmar o bebê e apresentá-lo a novos ambientes quanto para trazer a mamãe de volta à ativa. Em todos os sentidos. Mãe de primeira viagem, Tati, como prefere ser chamada, também se exercita para fazer com que a sua vida sexual pós-maternidade volte a ter a mesma qualidade de antes.

"O meu médico me aconselhou a voltar [a ter relações] depois de uns 40 dias, mas na segunda semana eu já não estava me aguentando, liguei pra ele pra pedir autorização (risos)", conta. A reposta do médico, segundo Tatiana, foi simples e direta: "se você estiver se sentido bem, pode transar, sem problemas".

Desde a concepção da criança até o parto, a gravidez de Tatiana foi toda conduzida da forma mais natural possível. Ela acredita que esse tenha sido um dos fatores que mais colaboraram para a rápida retomada de sua vida sexual.

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Ao contrário de Tatiana, Renata França Paes teve mais dificuldade para voltar à rotina. Mãe de Manoela, que hoje está com um ano e meio, ela foi retomando sua vida sexual aos poucos. "Eu só fui transar uns dois meses depois de ter dado à luz e ainda assim eu não me sentia muito à vontade. Graças a Deus o meu marido sempre foi muito compreensivo em relação a isso", diz.

A falta de apetite foi o principal fator para o que ela considerou uma lentidão na retomada de sua vida sexual. E diversos fatores contribuíam para a diminuição de sua libido. "Eu engordei um pouco durante a gravidez e não me sentia bem com o meu corpo, o bebê acordava muito durante a noite não me deixando dormir direito. Um filho exige muito da gente nos primeiros meses", lembra.

Além desses fatores, comuns a boa parte das mulheres no período pós-parto, as alterações hormonais inerentes à gestação continuam a mexer com o organismo feminino até alguns meses após a gravidez, uma das consequências disso, por exemplo, é o ressecamento da vagina, que provoca um certo desconforto na hora da relação. A presença do leite também pode influenciar, inibindo as carícias nos seios.

Aliadas à nova realidade e a uma outra percepção corporal, essas mudanças compõem uma fase e cada casal deve encontrar o seu próprio ritmo até as coisas voltarem ao normal. O importante é ter em mente que se trata de uma fase passageira.

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Uma dica diz respeito aos exageros que comumente se comete na atenção com o bebê, o que deixa a vida a dois em segundo plano. É importante ficar atento a isso, que além de atrapalhar a relação do casal, pode acabar prejudicando a criança também. Conversar sobre o assunto sempre que algo estiver incomodando é fundamental.

Os relatos de Tatiana e Renata trazem consigo exemplos de ações importantes para lidar com o período pós-parto. Exercícios físicos, localizados ou não, dão a sensação de bem-estar e acabam por estimular a libido. E a compreensão do parceiro também é algo fundamental para a superação dessa fase.

Se passados alguns meses e as mudanças relacionadas à gravidez, desde o sobrepeso até a lubrificação vaginal, ainda estiverem influenciando negativamente a libido e a vida do casal, procure um obstetra, o profissional mais indicado para auxiliá-la.


Atualizado em 10 Abr 2012.