Guia da Semana

Foto: Divulgação
Máxima Assessoria de Imprensa
Está na moda: seja para estresse, depressão ou ansiedade, o Yôga pode ser uma solução, segundo os especialistas. De qualquer forma, é importante saber o que é melhor para quem. Para a jornalista Julia Chaves, 23 anos, o melhor é Hatha Yôga, que pratica há um ano, ajudando a melhorar a postura, enrijecer os músculos e promover o relaxamento da mente.

Fundador da Universidade da Yôga, o educador De Rose define a técnica como "qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi [promoção do autoconhecimento]". "Método De Rose é o nome da Cultura preconizada por nós que abrange, mas vai muito além das práticas de Yôga ´com hora marcada´. Para nós, Yôga é uma Cultura incorporada em 100% da vida e não a simples prática de algumas técnicas numa sessão", diz.

A professora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda - CIYMAM Márcia de Luca conta que a pronúncia correta é "yôga", com a letra "o" fechada, uma vez que é assim que se fala na lígua sânscrita, língua mãe da prática. Alguns profissionais defendem que não há diferenças entre "yóga", "yôga" e "ioga". Mesmo assim, segundo o método De Rose, as palavras designam diferentes propostas.

De Rose: Yóga ou Yôga?
? Fundamentos - Yôga é filosofia. Yóga/ ioga é terapia.
? Propostas - Yôga visa a energizar. Yóga/ ioga visa a relaxar.
? País de origem - Yôga vem da Índia. Yóga/ ioga vem do Rio de Janeiro.
? Época de origem - Yôga tem mais de cinco mil anos. Yóga/ ioga surgiu em 1960.
? Tipo de público - Yôga é recomendado aos mais jovens. Yóga/ ioga é para terceira idade.



Foto: Photocase.de
A prática, no geral, alia exercícios corporais, atividades respiratórias, técnicas de concentração e meditação. A professora Vera Cabral explica que o Hatha Yôga, mais praticado em todo o mundo, é uma das oito linhas clássicas da prática. Assim, existem muitas escolas que ensinam diferentes maneiras de usar a mesma técnica. Ela trabalha simultaneamente o corpo físico, a bioenergia e o corpo mental. As diferenças de aplicações ficam para a velocidade dos exercícios e repetições de séries.

A professora Cléo Cyrino conta que as linhas clássicas englobam Raja-Yôga, Hatha-Yôga, Jnana-Yôga, Karma-Yôga, Bhakti-Yôga, Mantra-Yôga e Tantra-Yôga, já as modernas trazem tipos como Iyengar Yôga, Ashtanga Yôga , Power Yôga, Kundalini Yôga e Swasthya Yôga.

Entenda alguns tipos de yôga
? Hatha Yôga - yôga tradicional que trabalha posturas físicas, um pouco de respiração e relaxamento.

? Raja Yôga/ Yôga Real - uma das escolas mais influentes da tradição yogue. É o caminho direto para a meditação e a contemplação.

? Jnâna Yôga/ Yôga da sabedoria - é o caminho da realização do "Si Mesmo" através do exercício da compreensão gnóstica (conhecimento).

? Bhakti Yôga/ Yôga da devoção - onde a força emocional do ser humano é purificada e canalizada para o Divino.

? Karma Yôga/ Yôga da Ação - denota uma atitude interior perante a ação, atitude essa que é em si mesma uma forma de ação. Em síntese: Yôga é a habilidade na ação.

? Laya Yôga - gira em torno da "dissolução" (Laya) ou da "ocupação total" da mente na meditação.

? Yôga Integral - a mais destacada tentativa de reformular a prática de acordo com as necessidades e as capacidades do homem moderno.

? Iyengar Yôga - trabalha o alinhamento do corpo e postura. Utiliza suportes para ajudar.

? Ashtanga Vinyasa Yôga - trabalha o movimento aliado à respiração (sempre a mesma seqüência).

? Power Yôga - uma variação do ashtanga vinyasa (com variação das seqüências).

? Kundalini Yôga - trabalha essencialmente a energia através dos exercícios respiratórios.

? Ayur-Yôga - alia os ensinamentos de Yôga e Ayrveda, ciências irmãs que caminham juntas há milênios.

? Swathya Yôga - prática em forma de coreografia.

? Yôga Restaurativa - corrige problemas de coluna e dos ossos.



Surgido há mais de cinco mil anos, na Índia, o Yôga pode mostrar seus benefícios rapidamente, incluindo bem-estar interior e exterior e fazendo o equilíbrio entre corpo, mente e espírito ( sattwa guna). Márcia lembra que as pessoas que possuem problemas como hérnia de disco lombar, cervical, bico de papagaio e problemas de articulações devem consultar o médico antes de praticarem a atividade.

Foto: Photocase.de
Não há contra-indicações para se tornar um praticante. O que existe é uma necessidade de informar ao professor suas limitações pessoais, como problemas de coluna, hipertensão e questões respiratórias, para que ele adapte a aula às necessidades do aluno. Caso seja bem aplicado, o Yôga pode contribuir para a recuperação de qualquer tipo de desequilíbrio. Dessa forma, existem Yôgas específicos para todos os segmentos, como gestantes, pessoas da terceira idade, crianças com Síndrome de Down, cegos, crianças a partir dos 7 anos e outros.

Os benefícios incluem oxigenação e purificação do organismo. Além disso, o yôga alonga e tonifica, melhora a mobilidade das articulações, aumenta a flexibilidade, ajuda nos distúrbios respiratórios, previne doenças cardíacas, fortalece a espinha dorsal diminuindo dores nas costas, acalma o sistema nervoso, estimula o sistema endócrino, atenua distúrbios digestivos, alivia o cansaço, auxilia e melhora a menopausa, TPM e doenças relacionadas ao estresse.

Técnicas usadas no Yôga
? Asanas - posturas corporais
? Pranayamas - exercícios de controle da bioenergia
? Bandhas - chaves energéticas
? Mudras - gestos psíquicos
? Kriyas - técnicas de purificação
? Mantras - vibrações sonoras
? Yoganidra - relaxamento
? Dhyana - meditação



O Yôga foi divulgado pelo filósofo indiano Patanjali, no século VI a.C., num texto denominado "Yôga Sutras". Ele se refere ao sofrimento do ser humano como conseqüência da falta de autoconhecimento, mostrando como vencer os medos e a ignorância em oito passos: yamas (abstinências), niyamas (observações), asana (postura corporal), pranayama (abstração dos sentidos), dharana (concentração), dhyana (meditação) e samadhi (êxtase ou iluminação). De acordo com a professora Wilma Musa, algumas referências em pesquisas sugerem que a primeira codificação da disciplina tenha surgido entre 200 a.C. e 400 d.C.

"Honrar a tradição do Yôga não significa assimilar a cultura hindu porque a verdadeira prática não pertence a nenhum tipo de escola ou tradição, não tem dogmas, crenças e nem gurus, uma vez que o objetivo final é a libertação do ser humano em todos os seus aspectos. Conforme a própria tradição hindu, vivemos uma época de decadência onde é mais fácil encontrar os falsos gurus do que um verdadeiro. Sendo assim, o nosso guru é interno e pode ser ouvido para nos guiar toda a vez que estivermos silenciosos. O Yôga nos ensina a fazer silêncio para escutar esse guru", finaliza a instrutora Eloisa Vargas.

Pratique em casa
Foto: Sxc.hu
Exercício 1: Surya Namaskar (saudação ao sol)

Deve ser realizado todas as manhãs. Sente-se confortavelmente, com a coluna ereta e olhos fechados, num lugar calmo. Volte a atenção a sua respiração, observando o ar que entra e sai das narinas. Sempre que a mente divagar, traga-a de volta para a observação da respiração. Permaneça na posição o quanto for confortável e aumente o tempo gradativamente.

Exercício 2: Tipos de respiração

Respiração baixa ou diafragmática - deite-se no chão, mantendo as costas bem apoiadas. Para isso, flexione e una os joelhos e deixe os pés afastados. As mãos ficam apoiadas no abdômen com suavidade. Expire, sentindo a contração nos músculos abdominais e, ao inspirar, perceba que eles se expandem. Durante todo o processo apenas o abdômen se movimenta. O peito e as costelas permanecem imóveis. Concentre-se no movimento lento e ritmado da respiração.

Efeitos - propicia repouso geral, elimina tensões e insônia, ajuda tranqüilizar crises emocionais, aliviar dores nas costas e massagear os órgãos abdominais.

Respiração Média ou intercostal - com as mãos ao lado da caixa torácica, inspire e perceba as costelas afastando-se para os lados, ampliando o tórax e enchendo de ar a região média dos pulmões. Sinta que as costelas se alargam na inspiração e que, na expiração, elas voltam à posição inicial.

Respiração Alta ou Clavicular - coloque os dedos polegares sob as axilas e as palmas das mãos apoiadas sobre o peito. Ao inspirar, perceba a expansão da parte alta do tórax, ao expirar, perceba a musculatura voltando ao normal.

Após conscientizar-se das três fases da respiração pratique a respiração yogue completa:

Respiração Completa - ao inspirar, leve a atenção ao abdômen e inicie um movimento ascendente, suave e contínuo que se expande para a parte média e depois para a parte alta dos pulmões. Ao expirar, sinta o movimento descendente, suave e contínuo do peito ao abdômen, esvaziando o ar dos pulmões. Continue respirando dessa forma por alguns minutos, mantendo a respiração nasal, silenciosa e sem nenhum esforço.

Efeitos - desenvolve e tonifica o aparelho respiratório e aumenta a capacidade pulmonar. Melhora o funcionamento do estômago, vesícula, pâncreas, baço, rins e fígado, a qualidade do sangue pela maior eliminação do gás carbônico e traz melhor absorção de oxigênio, beneficiando o estado de todos os órgãos e tecidos. Desenvolve a resistência e a defesa orgânica. Ajuda a evitar prisão de ventre, equilibrar o sistema endócrino e vitalizar o sistema nervoso. Dissolve tensões somatizadas na região abdominal, nos ombros e no pescoço. Ajuda desenvolver autoconfiança, autodomínio e promove maior assimilação de prana (energia vital).



Colaboraram:
? Eloisa Vargas
? Vera Cabral
Downtown - Av. das Américas, 500, Bl.21, Sl. 226 - RJ
Fone: (21) 3982-2324
? Márcia de Luca
? De Rose
? Wilma Musa
? Cléo Cyrino
Instituto de Yoga de Itatiba - R. Comendador Franco, 400, s. 41 - SP
Fone: (11) 4538-2234
Cléo dá aulas também no Centro Mandala

Atualizado em 10 Abr 2012.