Sol, mar e mente saudável são elementos essenciais para algumas mulheres terem uma vida feliz. Ainda mais se elas ainda conseguirem manter a forma fazendo o que mais gostam: surfando. Nesse perfil, encaixam-se milhares de mulheres do mundo todo que foram conquistadas pelo surfe, que, além da adrenalina e do prazer,proporciona boa maneira de conseguir ter um corpo bonito e ficar em contato com a natureza.
E o Brasil não fez feio em termos de musas profissionais das pranchas. Surfistas brasileiras são fontes inspiradoras para as aspirantes a big riders, como são conhecidas as surfistas de grandes ondas. Atletas como Brigitte Mayer, Andréa Lopes, Cláudia Gonçalvez, Maya Gabeira e Bruna Schimitz são destaques no cenário nacional e internacional do esporte. Para inspirar as mulheres que ainda resistem a esse esporte viciante - que não requer nada mais do que uma prancha e o mar para ser praticado - duas surfistas renomadas contam os benefícios que ele proporciona ao manter o corpo e a mente em dia.
Good wave
A colecionadora de quatro títulos brasileiros Andréa Lopes, 36, opina que o surfe beneficia o corpo da mulher de inúmeras maneiras, que transcendem o físico. "É bom para a saúde no geral, já que ficamos com o corpo trabalhado, com condicionamento físico, além da grande vantagem de estar em contato com a natureza. Isso traz muita paz e saúde espiritual", conta a atleta que surfa desde 1987 e foi a primeira brasileira a ingressar no circuito mundial, em 1991.
Brigitte Mayer - que começou no esporte há 26 anos, foi a segunda mulher a vencer o campeonato nacional de surfe, em 1998, e foi bronze no mundial de 2008 - revela que deve ao surfe a boa forma física que possui aos 42 anos. No entanto, ela alerta que é comum o esporte desenvolver mais a parte superior do corpo, devido ao esforço que os atletas fazem para remar sobre a prancha.
"Tradicionalmente, quem surfa tem as pernas mais finas. Mas isso está mudando, principalmente no setor feminino, com treinos específicos de musculação", pontua Brigitte. A surfista carioca completa que a modalidade fortalece bastante o abdômen, além de que ajuda a conquistar o tão sonhado bumbum durinho.
Preparação da atleta
Dedicação é a palavra-chave para uma surfista profissional e o mesmo vale para as amadoras que querem ter um bom desempenho no esporte. Em primeiro lugar, é indicado que quem quiser começar a surfar procure uma escola especializada ou professor particular para adquirir as técnicas e as informações necessárias para entender as 'regras' do mar. Antes de sair dropando altas ondas sozinha, é necessário ter muita segurança e treinamento adequado a fim de evitar lesões - sem falar nas habilidades de natação.
Para manter seu condicionamento físico para as competições, atualmente, Brigitte faz alongamentos, corre três vezes por semana e pega onda pelo menos cinco. "Já treinei triatlo, fiz preparação física por anos e anos com natação, corrida, musculação e, enfim, encontrei-me no treinamento funcional direcionado ao surfe e feito na praia, que pratiquei por muito tempo", lembra a surfista, que também é editora da revista virtual sobre surfe ehlas.com.br.
Andréa, que costuma ter lugar cativo no pódio dos campeonatos de surfe, mantém o bom condicionamento físico com treinamentos diários pela manhã: pratica natação - para aumentar a capacidade cardio-respiratória, além de ser importante para a segurança no mar -, faz treinos com elásticos e de Core Trainning - para dar mais agilidade, força e diminuir a suscetibilidade às lesões. "Tudo que está relacionado à força de explosão, isometria e variáveis devem ser praticados nos treinos de uma atleta de surfe", comenta.
Quando o assunto é alimentação, o rigor é um pouco menor e a exigência é que seja saudável, equilibrada e rica em nutrientes. A única recomendação da tetracampeã brasileira é que as atletas bem muita água. E, na hora de entrar na água, as surfistas jamais podem esquecer o uso do protetor solar.
Brasileiras no topo
O esporte vem conquistando cada vez mais praticantes em todo país, principalmente da ala feminina. É comum você chegar em uma praia propícia ao surfe e ver uma garota - ou mulher - com uma prancha embaixo do braço ou no mar, dropando uma onda. Mas a realidade no Brasil já foi muito diferente.
Brigitte Mayer conta que quando começou a surfar, aos 16 anos, sentia vergonha de ir à praia, pois era raro uma menina surfar e os rapazes a intimidavam. "Hoje, as coisas mudaram, você vê uma vala com cinco ou seis meninas e elas costumam surfar sempre acompanhadas por outras amigas. Isso é confortador", destaca.
Ela completa que fica muito feliz ao ver as garotas brasileiras vivendo do surfe e desbravando grandes ondas do outro lado do mundo. Com apenas 20 anos, a bela paranaense de Salto do Lontra, Bruna Schimitz, esteve entre as tops do surfe feminino mundial em 2009 e 2010.
Maya Gabeira, 23, é outro exemplo de ouro do Brasil. A carioca - filha da designer Yamê Reis com o político Fernando Gabeira - começou a surfar aos 14 anos e, hoje, é dona de quatro títulos de campeã do Billabong XXL Global Big Wave Awards, que premia os surfistas destemidos de paredes oceânicas monstruosas.
Quem ficou a fim de se jogar no surfe, confira mais dicas de Brigitte Mayer
- Se tiver vontade de começar a surfar, mas tem medo, opte por um mar de tamanho menor, que lhe ofereça segurança. - É preciso estar preparada para encarar desafios no surfe. Por isso que é necessário ter um treinamento correto. - Nadar seria o único pré-requisito para uma mulher começar a surfar, mas, se não souber nadar com maestria, precisa pelo menos saber se defender no mar. - O período da manhã é sempre melhor para pegar onda, pelas condições do mar e por conta do vento, mas nada impede que a pessoa opte por surfar no final da tarde. - O surfe faz muito bem à alma, pois estar em contato com a natureza cura tudo: assim não há mau humor que resista ao surfe. - Depois que já estiver encantada com o poder desse esporte, viaje para pegar ondas em outros lugares, pois uma das coisas boas do surfe é estar em contato com a diversidade, conhecendo novos lugares e novas culturas. |
Atualizado em 10 Abr 2012.