Quando se fala em cinema infantil, é comum pensar apenas nos clássicos da Disney, baseados em contos de fadas e concentrados nos anos 40, 50 e 80. As décadas mais recentes, entretanto, também viram surgir uma produção extremamente rica de filmes para crianças, trazendo à tona novos temas e novas tecnologias de animação.
Relembre os melhores filmes infantis dos últimos 20 anos e prepare a pipoca para a criançada:
Zootopia (2016)
Se o visual da animação “Zootopia” já impressiona, o conteúdo é ainda mais surpreendente. Recheado de piadas internas da cultura pop (pensadas tanto para crianças quanto para adultos), o filme acerta a dosagem de aventura, humor e drama e ainda aborda temas como diversidade e preconceito de um jeito extremamente natural.
Divertida Mente (2015)
Um dos filmes mais criativos dos últimos anos é uma animação infantil. “Divertida Mente” entra na cabeça de uma menina de onze anos e dá vida às suas emoções, transformando a “montanha-russa” emocional vivenciada no fim da infância numa verdadeira aventura.
O Pequeno Príncipe (2015)
Adaptação mais recente do livro clássico de Antoine de Saint-Exupéry é uma obra de arte. Produzido em parte com animação digital e em parte com stop-motion, o filme atualiza a história francesa introduzindo novas personagens: uma menina, sua mãe e seu vizinho excêntrico.
Os Boxtrolls (2014)
Baseada no livro de Alan Snow, “Os Boxtrolls” é uma animação em stop-motion que conta a história de um menino criado por criaturas subterrâneas chamadas “Boxtrolls”, que só saem à superfície à noite e são perseguidas por um furioso caçador.
Frozen: Uma Aventura Congelante (2013)
Fenômeno absoluto entre as crianças, “Frozen” acabou se tornando um nome cansativo para os adultos, mas, na época, foi um filme que agradou a todas as idades, sendo ao mesmo tempo nostálgico e inovador. Recuperando a tradição das princesas da Disney, a animação mostrou uma história em que o “mocinho” não salva a “mocinha”, mas sim, a “mocinha” salva a “vilã”, que é sua irmã. Para completar a rebeldia, a “vilã” é quem se torna a princesa, não a “mocinha”.
Detona Ralph (2012)
Um dos primeiros sucessos da “nova fase de ouro” da Walt Disney, “Detona Ralph” trouxe de volta às telas os games (beeem) antigos, apelando para a memória afetiva dos pais. Apesar disso, o filme também é muito bom para crianças, já que traz uma aventura empolgante que fala sobre amizade, superação e o desafio de encontrar seu lugar no mundo.
Como Treinar o Seu Dragão (2010)
Nos últimos anos, a Dreamworks tem se destacado por trazer às crianças filmes que abraçam a diversidade. Em “Como Treinar o Seu Dragão”, o protagonista é um menino viking que, ao contrário de seu pai e toda a sua tribo, não quer matar dragões. Pelo contrário, ele desenvolve uma grande amizade com um dos dragões mais perigosos do mundo e ainda constrói uma prótese para que ele, que tem uma barbatana a menos, consiga voar.
Up: Altas Aventuras (2009)
“Up: Altas Aventuras” tem uma das introduções mais tristes entre todos os filmes infantis, mas, depois dela, o público é recompensado com uma história doce e otimista sobre a amizade entre um idoso e uma criança. Além de divertido, o filme acerta ao ousar tocar nos temas do envelhecimento e da mortalidade, assuntos com os quais as crianças, muitas vezes, têm pouco contato.
Coraline e o Mundo Secreto (2009)
Por que não um filme assustador para crianças? “Coraline e o Mundo Secreto” é uma adaptação de Henry Selick para o romance de Neil Gaiman, que conta a história de uma menina que, após se mudar para um casarão, descobre uma passagem para um mundo paralelo, onde uma versão alternativa de seus pais a esperam com todos os mimos que ela sempre quis. Mas tudo tem um preço...
Wall-E (2008)
A Pixar superou todas as expectativas de seus fãs quando lançou “Wall-E”, uma ficção científica animada que até hoje é considerada por muitos o melhor filme da marca. Wall-E é um robô cujo trabalho é empacotar o lixo acumulado na Terra, enquanto os humanos vivem numa estação espacial (sedentários e alienados). Além de trazer uma mensagem ambiental agressiva, o filme conta uma história de amor entre dois robôs, que é mais bonita que muitas histórias humanas.
Ratatouille (2007)
“O talento pode brotar de qualquer lugar”, diz um dos personagens de “Ratatouille”. De fato, o protagonista aqui é um rato, que adora cozinhar e se revela um grande e talentoso chef da cozinha francesa. Além de uma história apetitosa, o filme tem cenários magníficos.
As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005)
A primeira adaptação da série literária de C.S. Lewis é, ainda, a mais bem sucedida. Com criaturas e ambientes encantadores, “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa” acompanha quatro crianças que são transportadas para um mundo mágico, onde terão a ajuda de um leão para encontrar seus destinos.
Os Incríveis (2004)
E se os super-heróis se casassem e formassem famílias comuns, aposentando a luta contra o crime e assumindo empregos normais? Em “Os Incríveis”, todos os super-heróis foram obrigados pelo governo a seguirem esse caminho (detectamos uma inspiração de “Guerra Civil” aí?), mas uma nova ameaça coloca Bob, Helen e seus dois filhos mais velhos de volta à ativa. Divertido, inteligente e ideal para assistir em família.
Monstros S.A. (2001)
Sulley e Mike são uma das duplas mais divertidas do cinema. Os dois monstros trabalham numa empresa especializada em assustar crianças à noite, mas, um dia, uma garotinha adorável atravessa a porta e invade o seu mundo. O resultado é uma explosão de fofura impossível de resistir.
A Viagem de Chihiro (2001)
Clássico do estúdio Ghibli, “A Viagem de Chihiro” é uma animação desenhada à mão, como todos os trabalhos do diretor Hayao Miyazaki, que conta a aventura de uma menina cujos pais são transformados em porcos. Para salvá-los, ela precisa explorar um mundo fantástico cheio de criaturas mágicas e espíritos.
Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001)
Não poderia ficar de fora desta lista o primeiro dos oito filmes baseados nos livros de J.K. Rowling. “Harry Potter e a Pedra Filosofal” não só conseguiu transportar a magia da série para as telas de forma muito fiel, como criou todo um universo visual e sonoro que se tornaria icônico no cinema contemporâneo. Além disso, esse foi o filme que revelou Emma Watson ao mundo.
O Gigante de Ferro (1999)
Perdido no limbo dos grandes filmes lançados em péssimos momentos (quando a animação em 2D vivia seus suspiros finais, esmagada por lançamentos como “Tarzan” e “Vida de Inseto”), “O Gigante de Ferro” se tornou um clássico cult, pouco conhecido, mas muito valorizado por sua diminuta legião de fãs. O longa, de visual retrô, conta a história de um menino que desenvolve uma amizade com um robô gigante alienígena, que não se lembra de quem é ou de onde veio. O filme se passa nos Estados Unidos dos anos 50 e ecoa clássicos da ficção científica pós-guerra, quando o medo das bombas nucleares e invasões alienígenas era mais intenso.
Mulan (1998)
Os desenhos da Disney nunca mais foram os mesmos depois de “Mulan”. Ambientado na China, o filme de 98 trouxe às telas uma heroína guerreira, que se infiltra no universo machista da guerra para poupar seu pai e acaba salvando seus companheiros (ao invés de precisar ser salva pelo “mocinho”). E você aí pensando que feminismo era coisa de adulto!
Hércules (1997)
Divertido e bastante musical, “Hércules” busca inspiração na rica mitologia grega. O herói que dá nome ao título é filho de Zeus e Hera, mas foi levado para o mundo dos humanos quando criança e, agora que atingiu a maioridade, precisa provar que é digno da imortalidade.
Matilda (1996)
Filha de pais terríveis e vítima de uma diretora impensável, a pequena Matilda começa a perceber que tem poderes psíquicos e que pode usá-los para melhorar sua situação, com a ajuda de sua professora bondosa.
Por Juliana Varella
Atualizado em 17 Mar 2016.