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A fachada ondulada é ponto de referência no centro de São Paulo |
Digno de figurar nos cartões postais de São Paulo, o Shopping Center Grandes Galerias é tão famoso quanto a torre do Banespa ou o Edifício Itália. Nunca ouviu falar? Nacionalmente conhecido como Galeria do Rock, o prédio é parada obrigatória para quem passeia pelo centro da cidade. Porém, ao visitar o local, deixe para trás a expectativa de encontrar apenas pessoas vestindo preto e lojas dedicadas ao gênero musical que faz aniversário no dia 13 de julho. A Galeria do Rock é muito mais que isso.
As 450 lojas do centro comercial dão origem a um verdadeiro caldeirão cultural, com espaço para o rock, o blues, a mpb e o hip hop, que sozinho, domina cerca de 70 lojas. O síndico do prédio, Antonio de Souza Neto, é quem põe ordem na casa há 14 anos: "Antes, era uma grande salada, havia de tudo. Foi com a criação do conceito Galeria do Rock, que nós começamos a organizar o espaço". Hoje, o subsolo concentra as lojas de hip hop e cultura negra. Vitrines com as roupas largas dos Mc´s estão lado a lado com os salões de cabeleireiros afro.
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Vitrine colorida? Foto: Larissa Coldibeli |
É do primeiro andar para cima que os fãs de rock e todas as suas vertentes se esbaldam nas 250 lojas dedicadas ao estilo, com roupas, acessórios, discos, vídeos, pôsteres, bandeiras, fãs-clube e estúdios de piercing e tatuagem. No meio de toda essa efervescência roqueira, há curiosidades como o fã-clube do Zé Geraldo, uma loja inteira dedicada ao blues e lojas onde até o pop encontra seu espaço. Confecções e silk-screen ocupam os andares mais altos e menos movimentados do prédio. No quinto e último andar, o Instituto Cultural Galeria do Rock promove atividades culturais, como exposições e shows.
Movimento
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David procura um tênis de skatista Foto: Larissa Coldibeli |
Aos fins de semana, o público chega a 20 mil pessoas. Nos dias úteis, varia entre 10 e 15 mil. Neste espaço "democrático por excelência", como Toninho gosta de definir, as confusões não têm vez, embora brigas entre tribos tenham sido comuns no passado: "Havia brigas, assaltos, tráfico de drogas. Depois que virou a Galeria do Rock, nós contratamos seguranças, e aos poucos, isso foi desaparecendo", explica. Pessoas de todas as idades e famílias inteiras freqüentam a galeria, que assume seu papel na criação da identidade dos jovens.
A tolerância é um pré-requisito para quem quer conhecer este lendário endereço da capital paulista. O formato ondulado da fachada é obra do arquiteto Alfredo Mathias. O prédio foi inaugurado em 1963 e oferecia serviços de alfaiataria e lojas de souvenirs. Hoje, Mc´s e roqueiros convivem pacificamente num dos locais mais undergrounds do país: "A mistura sempre foi a característica da galeria. O rock vem em primeiro lugar, mas tem de tudo um pouco aqui", explica Toninho. Por isso, ao entrar na Galeria do Rock, se desfaça dos pré-conceitos e tente se lembrar mais do nome oficial do que do apelido do prédio: no Shopping Center Grandes Galerias, onde há rock´n roll e um pouco mais.
Serviço
Galeria do Rock
Entrada pela Avenida São João, 439 e pela Rua 24 de Maio, 62 - Centro - São Paulo
Atualizado em 6 Set 2011.