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Foto: Stck.Xchng |
Os jovens e o trânsito foi o tema da Semana Nacional de Trânsito de 2007, que aconteceu de 18 a 23 de setembro. A escolha não foi à toa. Os adolescentes são considerados o grupo mais vulnerável e de maior exposição ao risco de mortes em acidentes, uma vez que circulam como pedestres, ciclistas, motociclistas, condutores e passageiros. Estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas), baseadas num relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), mostram que um terço das pessoas que morrem por ano no trânsito em todo o mundo tem até 25 anos. Essa é a segunda principal causa de morte entre os adolescentes brasileiros, ficando atrás apenas dos homicídios.
A irregularidade é um dos principais motivos para estes dados alarmantes. Uma pesquisa realizada em abril deste ano com mil jovens entre 16 e 25 anos revela que 20% dos menores de idade dirigem. Entre os maiores, a situação não é melhor. Apesar de terem idade para tirar a CNH (carteira nacional de habilitação), 30% dirige sem ter o documento. A pedagoga Nereide Tolentino, coordenadora da pesquisa, alerta que não é só a quantidade de acidentes que preocupa: "Os jovens se envolvem muito mais em acidentes de trânsito do que os adultos. Sem falar na gravidade dos acidentes, que é muito maior".
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Foto: Photocase |
Se, teoricamente, os menores de 18 anos não têm autorização para dirigir, como é que eles aprendem e com que automóvel? Com o que está mais próximo, ou seja, o da garagem de casa. Mas não pense que eles pegam o carro escondido ou coisa parecida. Nereide garante que isso é coisa do século passado. 60% dos menores afirma que aprendeu a dirigir com os pais: "A anuência dos pais é altíssima, eles precisam saber que deixar um carro na mão de um menor de idade é crime".
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Foto: Stcck.Xchng |
Quando um jovem não habilitado se envolve num acidente de trânsito, raramente ele responde pelo erro. "Por ser uma situação ilegal, as seguradoras não cobrem os acidentes causados por pessoas sem CNH", diz Pedro de Freitas, corretor de seguros. Se for menor de idade então, o pai faz questão de assumir a responsabilidade e dizer que estava na direção para não ter de responder legalmente.
A solução, por incrível que possa parecer diante deste quadro caótico, está prevista na lei, através da implantação de programas de educação no trânsito nas escolas e por meio de uma fiscalização efetiva, capaz não só de punir, mas também de conscientizar os motoristas infratores.
Perigo em dobro sobre duas rodas
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Atualizado em 6 Set 2011.