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Dia das Mães chegando, aquela velha história de juntar a família inteira na casa da vó, dar parabéns, comprar presente. O que era tão legal na infância, com direito a café na cama, presente comprado pelo "papy", comida boa e felicidade transbordante se torna, para qualquer adolescente, um saco.
Primeiro que você já está bem grandinho pra depender da grana do seu pai e comprar algo decente pra sua mãe. Segundo que você já não sabe mais o gosto dela ("será que dou uma camisolona? Ou um perfume de alfazema?"). Terceiro que qualquer balada que você tenha para a noite de sábado que o faria dormir até duas da tarde no domingo já é praticamente miada, visto que a sua mãe (como todas as outras) vai fazer aquele escândalo dizendo que "nem no dia dela você quer passar um tempinho com ela, que seu amigos são mais importantes e que você já não é mais o mesmo". E é verdade, você mudou.
Que tal resolver esses problemas aos poucos?
A questão do presente é a mais delicada. Se você não trabalha (ainda) ou faz um estágio com uma bolsa mixuruca que não banca nem entrada em teatro beneficente, a solução é inovar com materiais baratinhos e um pouco de criatividade. Uma caixa de bombom com um cartão bem enfeitado, dizendo pra sua mãezinha o quanto ela é vital para a sua existência (literalmente) vai fazê-la subir aos céus. É impressionante o quanto as mães ficam felizes com esse tipo de demonstração de afeto. Vale inclusive copiar aqueles textos tocantes de sites de poesia. Não gostou da idéia? Grave um CD com mensagens que ela gosta, músicas ao estilo "Como É Grande o Meu Amor Por Você" e entregue com aquele sorriso de criança pidona. Self-made gifts, os presentes feitos por nós mesmos, são sorriso e cafuné garantidos.
Agora, se você já tem umas economias guardadas, vá direto ao ponto que todo mundo gosta: por mais clichê que pareça, flores são sempre bem-vindas. Assim como chocolate. Ela pode reclamar que está fazendo dieta, que você quer ver ela rolando pela rua mas pode apostar que até a terça-feira a caixinha vai estar vazia no cesto de lixo. Só não invente de dar panelas ou utensílios domésticos para a sua progenitora! Isso é chamá-la de empregada na cara dura. O dia é das MÃES, não da casa.
Pensemos então na outra parte. Deixar de sair é complicado, principalmente quando todo mundo vai, o "esquema tava armado", era a sua chance de ficar com fulano, beltrana, conhecer sei lá quem... Ponha-se no lugar dela (por mais impossível que pareça). Imagine que é seu aniversário, seu dia de qualquer coisa e a sua mãe prefere ir jogar gamão com as amigas ou ir à reunião da AVON em vez de ficar em casa e te fazer um bolo. Ou que você está sofrendo de carência múltipla, e ela nem pergunta o que você tem. Querendo, gostando ou não, mães são assim, emotivas. Para elas é muito difícil ver que não são mais aquela presença constante de quando você tinha, sei lá, seus oito anos, que não vai ser uma ralada de joelho que vai fazer você sair gritando para enrolar-se na barra de saia dela.
Amor de mãe é insubstituível. Não é esforço nenhum abrir mão do que você pode fazer todo final de semana para mostrar para ela, pelo menos uma vez ao ano, o quanto ela foi (e é) fundamental no seu desenvolvimento. Acredite, não é pagamento nem retribuição. O que vale nesse dia é o reconhecimento.
Quem é a colunista: Uma eterna fã da própria mãe apesar dos paus e quebra-quebras que acontecem em casa.
O que faz: Estudante de Jornalismo esforçada (será?), bancária estressada e assídua usuária da sinceridade.
Pecado gastronômico: Tudo que o endocrinologista abomina.
Melhor lugar do Brasil: Do lado de quem vale a pena estar.
Fale com ela: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.