Guia da Semana

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Sempre selecionei e valorizei muito as minhas amizades - o velho clichê "poucas, mas boas" ou "melhor qualidade do que quantidade". Quando era criança, a timidez limitava essas poucas a muito, muito poucas, mas com o tempo fui aprendendo a me relacionar melhor com os outros seres humanos e hoje me considero sortuda ao ver as pessoas maravilhosas que tenho como amigas.

Algumas amizades são tão fortes que parecem eternas. Especialmente aquelas duradouras, de infância: a gente cresce junto com a pessoa, passa momentos muito parecidos, compartilha as dúvidas e inseguranças, festeja as vitórias. O primeiro dia na escola, o primeiro namorado, as primeiras brigas, o primeiro vestibular... E conforme o tempo vai passando, os momentos ficam mais decisivos. De repente, tudo muda.

Aquele seu amigo já não é mais tão legal e os seus gostos não se parecem tanto quanto antigamente. De alguma forma, as transformações da adolescência também afetam as amizades. As pessoas mudam e nem sempre seguem os mesmos caminhos. Uma escola nova, um namorado, um grupo de amigos diferente e até a entrada na faculdade podem fazer tremer as bases de uma relação, por mais importante que ela seja.

Durante 15 anos, tive uma grande amiga, a melhor que eu podia ter. Crescemos grudadas e fizemos tudo uma ao lado da outra, por isso ela sempre será muito especial para mim e eu nunca deixarei de amá-la. Hoje, não nos falamos tanto, pois cada uma seguiu um caminho diferente, mas eu jamais esquecerei nossa amizade. Algo parecido aconteceu com outro grande amigo, que foi me visitar na maternidade quando eu nasci. Fomos muito amigos durante a primeira infância, mas nos afastamos na pré-adolescência. Depois de alguns anos sem conversar, nos reencontramos e descobrimos muitas coisas em comum! Gostávamos das mesmas músicas, das mesmas baladas e dos mesmos assuntos. Acabamos estabelecendo uma amizade legal e de vez em quando nos encontramos para conversar ou sair.

Já sofri demais pelas amizades perdidas, pelos contatos esquecidos, pelas diferenças e indiferenças. Sou muito apegada às pessoas que amo e por isso acabo me magoando com alguns deslizes ou descuidos dos outros. Mas algumas coisas eu aprendi e uma delas é que amizades verdadeiras podem ter um prazo de validade, sim - e nem por isso deixam de ser eternas. As relações não são melhores ou piores. São diferentes. Alguns amigos são melhores para aconselhar, outros para se divertir, outros para viajar, outros para conversar. Nem sempre fica claro, mas todos têm seu papel em nossas vidas, ainda que seja durante um período ou em alguns momentos específicos - ontem, hoje e sempre.

Quem é o colunista: Fernanda Carpegiani - Uma jovem cheia de energia, que aproveita a vida de uma forma intensa e particular.

O que faz: Jornalista apaixonada.

Pecado gastronômico: Batata frita.

Melhor lugar do Brasil: Ubatuba - São Paulo.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 26 Set 2011.