Guia da Semana

Bastante utilizadas pelos fãs de Hard Rock, as plumas são essenciais para incrementar o visual

Roupas exóticas, utilização de cores extravagantes e muito brilho são apenas alguns dos fatores mais importantes para compor o visual típico de uma banda de hard rock, gênero musical de grande repercussão da década de 70 e 80. Grandes expoentes do estilo, como Guns ´n Roses, Bon Jovi ou Poison, buscavam expressar ao público os melhores momentos da vida. Experiências com o amor, sexo, carros, garotas e aventuras são exaltados a plenos pulmões no decorrer das letras, acompanhados pelo ritmo tido como pesado, simples e algumas vezes até melódico.

Integrantes do Bastardz: Nat Reed, Danny
Poison, Thomas Büttcher, Mid Nite e Mr.
Lady
Foto: Ale Falbo
O Rock revolucionou e fez muitos jovens enlouqueceram desde seu surgimento, do cantor Elvis Presley, passando pelos garotos de Liverpool e chegando até Jimi Hendrix. Com o avanço das eras e com a agregação de novas tendências, o modelo tido como tradicional sofreu algumas mutações bastante significativas, que foram responsáveis por sua constante reinvenção. O terno alinhado e a boa aparência foram substituídos por um visual mais selvagem, montado com roupas agarradas, cabelos compridos, maquiagens chamativas e muitas tatuagens espalhadas pelo corpo.

Depois de um longo período no anonimato, a tendência prova estar mais uma vez em destaque e que sobreviveu à avalanche grunge dos anos 90. O crescente interesse do público, que aos poucos recorre às velhas vestimentas e aos antigos assessórios, deve-se ao surgimento de músicos do gênero, representantes oficiais da nova geração e que conseguem arrastar aos eventos legiões de fãs. Em São Paulo, a banda Bastardz ganha espaço e arrecada boas críticas conforme se prepara para lançar o novo álbum, Jungle Outlawz, prometido para março. Para Mid Nite, baixista do grupo, a junção da vertente tradicional com a inclusão de outros estilos foi o grande precursor do sucesso. "Para não ficar repetitivo surgiu o sleaze glam, mistura de Hard Rock com Punk. Creio esse ter sido um grande fator para a volta. É uma coisa nova para a cena nacional e internacional". Nat Reed, responsável pelo vocal, acrescenta: "Foi uma evolução natural do estilo californiano ´sexo, drogas e rock n´ roll´ , na parte sonora e no visual".

Alex Meister, guitarrista e
back vocal
Foto: arquivo pessoal
Os cariocas do Pleasure Maker, formado em 2001 com o intuito de trazer toda a aura dos anos dourados para o novo século, misturam refrões marcantes e som apurado para criar a atmosfera da época nas gravações do primeiro álbum, Love On The Rocks, que ganhou uma versão japonesa através da gravadora Spiritual Beast. Alex Meister, back vocal e guitarrista, confessa que o som brasileiro é visto com diferencial no exterior, como se possuísse a cada nota tocada influências da musica nacional. "É um estilo que, mesmo quem não curte muito, ouve e gosta. A intenção é fazer músicas que agradem a todos."

"Sempre houve, mesmo aqui no Brasil, os apaixonados pela causa que nunca desistiram de ouvir e tocar o som que curtiam. Muitos deles ainda estão aí até hoje, alguns realmente contribuíram para fazer com que as coisas voltassem a acontecer e que as pessoas perdessem o preconceito com esse segmento. Nossa boa aceitação na Europa, nos Estado Unidos e o lançamento de nosso disco no Japão incentivou o cenário nacional. Agora estamos gravando nosso segundo disco, que, com certeza será muito melhor que o primeiro!", concluí.

Dançarina se apresenta no
Hard ´n Heavy Party
Foto: Animal Records
Considerado o maior e o único evento destinado exclusivamente ao Hard Rock da América do Sul, o Hard ´n Heavy Party, reúne os melhores artistas do segmento, como também aproveita para agregar diversos outros atrativos para entreter e envolver o público no clima nostálgico da década de 80. "A festa surgiu em 2000, na qual a idéia inicial era a pura diversão, com shows, discotecagem especial e apresentações de striptease. Tivemos nove edições, que mesclamos com bandas de som próprio, covers e várias atrações internacionais". Afirma Carlos Chiaroni, organizador e responsável pela Animal Records. "Aqui no Brasil, se tornou algo muito underground. Acredito que esteja voltando à tona devido a juventude que quer ser diferente, cultuando um visual misturado e ao mesmo tempo largado".

I wanna be a Rock Star

O termo Poser consiste em descrever alguém como sendo falso, aquele que apenas segue determinada moda e que muda da água para o vinho quando a mesma acaba. Influênciados pelo mercado musical, não conseguem seguir um estilo específico e estão constantemente trocando seus gêneros musicas. Mesmo diferentes, os glam-rockers sempre são comparados e taxados da mesma maneira. Um dos guitarristas do Bastardz, Thomas Büttcher, relata que a vinculação teve início quando o gênero estava no auge de popularidade. "Muitas bandas parecidas surgiram em determinado período, dando a impressão de que muita gente estava ali apenas copiando às outras para fazer sucesso. Parecia que elas não tinham um valor musical, uma identidade própria."

Alex concorda, acrescentando em seguida. "Talvez isso se deva ao fato de atrair muita gente, por ser mais comercial e por passar essa imagem de festa e diversão. É mais fácil o cara que não saca nada conhecer do que se passar por metaleiro. As bandas vendiam tanto, mas tanto, que as outras vertentes do Rock diziam que era um estilo vendido. Devia ser ciúme! Aliás, ser uma banda brasileira não é fácil, ainda mais quando se pensa em conseguir elogios lá de fora".

Para Elza Helena Marques, psicóloga e educadora, a mudança drástica de comportamento deve-se, geralmente, ao fato do indivíduo estar descontente em relação a algo em sua vida. Quando é grave, provavelmente a pessoa já passou por muitas tentativas frustradas. Querer se sobressair sobre os outros, buscando respeito e admiração em determinado grupo, mesmo que para isso muitos de seus princípios sejam ignorados é ainda pior segundo a especialista. "Este caso demonstra uma pessoa desestruturada que precisa se organizar internamente. Ter atitudes extremas para chamar atenção, não é o melhor meio de resolvê-las. Isso causa problemas sérios, pessoais e ao grupo em que ele está inserido."

"Ter uma vida normal é uma questão social, dependendo do seu estilo, profissão e local em que vive. O que para uns é comum, para outros pode ser fora dos padrões. Ter essa vida dupla é muito interessante, pois elas conseguem separar dois momentos que caracterizam sua personalidade. O que se faz normalmente é oprimir internamente esses desejos, causando insatisfações e muitas vezes dificuldades emocionais, as conhecidas crises existenciais". Discorre, lembrando que seja qual for o estilo visual ou musical de cada um, sempre devemos respeitar a opinião e os gostos alheios.

Colaboração:

Psicóloga Elza Helena Marques
Telefone: (11) 6401-5030 / (11) 9326-1105

Banda Bastardz
www.bastardzweb.com

Banda Pleasure Maker
www.pleasuremaker.com

Atualizado em 6 Set 2011.