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| Bebum: caído na sarjeta, cofrinho aparecendo e garrafa na mão Foto: Stck.Xchng |
Você, teen, que ainda pede Tampico e X-Tapa Frutas Vermelhas para acompanhar um croquete na cantina da escola, logo estará substituindo o croquete por pinga em algum boteco da vida. Pura, só depois de muita quilometragem e de ter misturado pinga com os mais sortidos sucos e assemelhados que produzem vômitos das mais variadas cores e texturas. Dica de quem já vomitou um verdadeiro arco-íris pelas ruas de São Paulo. Lá pelos seus dezoito anos - ou bem menos, afinal, nesse país tão moderno e arrojado quanto a ilha de Lost, até criança da pré-escola consegue comprar goró na padaria - as festinhas não serão mais regadas a refrigerantes e ninguém vai aparecer num churrasco sem cerveja, exceto sua avó, isso se ela for da velha guarda das mulheres católicas ortodoxas do Brasil.
Mas, antes disso, já aviso: existe o lado B que os comercias cheio de gostosas e caras bebendo cerveja não mostra. E não falo nem da ressaca, do possível atropelamento e morte de dez pessoas provocado por gente bêbada, do fígado que vira uma verdadeira pasta de amendoim, conseqüências já divulgadas (apesar de muitos não levarem a sério). Falo do VEXAME. Com certeza, durante a gravação desses comerciais, as gostosas que dançam felizes sobre as mesas caem no chão, quebram o salto, os caras gorfam e fazem xixi em cima do câmera man. E passar vexame é cruel, ainda mais se você está com um amigo sóbrio-mala-nerd-boca-virgem-aos-20-anos, testemunha ocular de todas as cagadas feitas pela galera. Pior, com a profusão de celulares com câmeras digitais, pode ser que você vire estrela do YouTube. Melhor prevenir, anote essas dicas na palma da mão, leia antes de sair de casa e peça proteção pro seu anjo da guarda, exu, Alá e qualquer outra entidade divina. SARAVÁ!
Celular na mão de bêbado é arma - e arma de poder destruidor maior que as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Você corre o risco de ligar pro ex e dizer que o ama (sendo que o desgraçado pode estar catando outra bem na hora que você, idiota, liga) ou chamá-lo de brocha e aniquilar qualquer chance que ainda tinha com a pessoa amada. Sem falar a quantidade de idiotices que uma mente alcoolizada é capaz de criar e depois proferir via celular pra algum desgraçado que te ligou justamente nesse momento delicado.
Dica: Se beber, desligue o celular, arranque a bateria e jogue no rio, enterre o aparelho, é risco na certa!
Minissaia - decote - salto alto - e álcool não combinam, queridas. E essa dica de moda não sai nem na Vogue. Depois de uns drinques a mais, você não só vai perder a vergonha, mas a dignidade. Vai subir nas mesas, dançar nos palquinhos das "buatchys" toda rebolativa e dá-lhe pagar peitinho com o decotão, cair do salto, ser encoxada no bar e de quebra, terminar a noite gorfando no pufe da balada, toda cagada, com a minissaia levantada. Vai sair pra quebrar o barraco na night?!
Dica: enfia uma calça jeans de zíper bem resistente, meia calça fio 40 por baixo, mais um absorvente interno e externo pra deixar a "região" bem protegida de qualquer ataque de algum rapaz infame e eventuais exibicionismos (não se exclui a possibilidade de colocar uma fralda geriátrica junto, isso para micaretas e eventos de maior risco) e um sutiãzão de ultra-bojo mais resistente que colete a prova de balas. Lembra do ditado famoso, aquilo de bêbado não tem dono... Porque só a Paris Hilton se dá bem fazendo bafón na noite.
Está depressivo? Seu poodle morreu atropelado por uma kombi desgovernada? Descobriu que seu namorado é gay? - vá chorar na pia de casa, mas antes tranque a porta e jogue a chave na janela. Não existe ser mais insuportável do que bêbado depressivo. O bêbado chorão vai contar que ninguém o ama, que flagrou a namorada com o entregador de pizza anão juntos na mobilete da pizzaria, e bla bla bla bla bla. Não pára de chorar, fala, fala, fala, pede atenção, fala ao mesmo tempo solta uns cuspinhos nojentos que respingam na sua cara. Fecha com chave de ouro: gorfa, de preferência no seu carro, na sua roupa nova ou na porta da balada. Depois chora ainda mais porque acha que só dá trabalho para os amigos, e não termina a novela mexicana Maria do Bar.
Dica: Está triste? Aluga um filme iraniano e vá ouvir Radiohead. Seja deprê-cult sem causar grandes transtornos e ainda pague de intelectual.
Tudo bem que ninguém vai lembrar dessas dicas quando estiver breaco, ou melhor, talvez nem lembre do próprio nome (ah, anote nome, telefone e tipo sanguíneo numa fita crepe presa no pulso, nunca se sabe...). Acontecido o vexame, depois da cachaça derramada, não dá para chorar. O melhor é fazer carão pro povo e cantar o mantra: "Não lembro de nada. Se eu não lembro, é porque eu não fiz". Tomar um café amargo, litros de água e tentar maneirar da próxima vez.
Quem é a colunista: Danila, a mãe ia colocar Daniela, mas o funcionário do cartório cometeu um erro de digitação.
O que faz: Jornalista de dia e dançarina de cabaret japonês gay à noite.
Pecado gastronômico: Sashimis e porções de batatinha frita de boteco.
Melhor lugar do Brasil: Rua Augusta, mas ela jura que é moça de família!
Fale com ela: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.
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