Guia da Semana

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Antigamente qualquer quadro clínico infeccioso era motivo da remoção das amídalas e diminuição das adenóides. Apesar da cirurgia ser ainda a segunda operação mais realizada em crianças no mundo inteiro, com o avanço da medicina, especialistas observaram que agora é recomendada somente em casos extremos.

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O otorrinolaringologista w membro da Sociedade Brasileira de Pediatria Moacyr Saffer explica em quais situações a cirurgia é indicada. "Quando a criança não está respirando bem pelo nariz. Ou seja, as adenóides que estão localizadas atrás do nariz, às vezes crescem além da conta e acabam obstruindo gravemente as vias aéreas. Nesse caso, atrapalham a respiração. E quanto às amídalas, o grande problema é também quando elas estão muito grandes e quase ´se beijam´, provocando transtorno para a alimentação e respiração".

Uma outra indicação é o excesso de amidalites. As dores de garganta freqüentes em crianças podem causar desconforto, porém, elas só devem ser levadas em conta quando acontecem de três a sete vezes por ano e comprometem o sistema de defesa. O grande erro dos pais é decidir operar a criança por conta de qualquer dor de garganta. Existem terapias clínicas hoje eficazes e que curam essas dores sem cirurgia. É sempre recomendável que se procure mais de um médico para tirar conclusões.

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O doutor Moacyr faz outro alerta: "Outro erro das mães é medicar o seu filho por conta própria em caso de dor de garganta. Na maioria das vezes elas acabam dando antibiótico para as crianças, mas, em 90% dos casos, é inútil e desnecessário. O ideal é evitar o antibiótico que produz certa resistência no corpo".

Em outros casos raros, a cirurgia também é indicada: em crianças com deformidades craniofaciais, alterações cranioencefálicas, síndrome de Down e paralisia cerebral. Qualquer anormalidade que provoque algum defeito na respiração é um fator relevante para submeter a criança ao centro cirúrgico.

De qualquer maneira, se seu filho já foi diagnosticado e os especialistas acreditam que retirar as amídalas e diminuir suas adenóides proporcionará uma qualidade de vida melhor, a operação é simples e pode ser realizada em crianças de todas as idades dependendo do grau de obstrução das vias respiratórias.

Como preparar a criança para a cirurgia

? Os pais devem dar o apoio e explicar para o filho porque ele será operado, que ele ficará mais saudável e que se sentir dor é só tomar um remédio que passa.

? Eles devem também ficar com a criança antes e após a cirurgia.

? Duas semanas antes não se deve tomar aspirina e, se ingerir algum outro medicamento, é recomendável comunicar o médico.

? Na noite antes da cirurgia deve ficar em jejum a partir da meia-noite e não tomar água nem comer absolutamente nada.

? O médico normalmente pede alguns exames de sangue antes da cirurgia.

? O médico costuma dar alta no mesmo dia da cirurgia ou no máximo no dia seguinte.



De acordo com o Dr. Moacyr, não existe nenhuma conseqüência em viver sem as amídalas ou diminuir as adenóides. A função delas é completar um conjunto de defesa do corpo, porém, é muito mais grave conviver com uma dificuldade de respiração do que sem elas no organismo.

Após a cirurgia a criança deve ficar em repouso em casa, por 5 dias

? Nos três primeiros dias: líquidos à vontade (água, refrigerantes, sucos, vitaminas de frutas), sorvete de massa batido e tomado na colher, iogurtes, etc... Tudo deve ser tomado frio.

? Depois disso, pode começar a engrossar os alimentos de acordo com a aceitação da criança (sopas, macarrão bem cozido-mole, pão de forma, etc...)

? Batata frita, pão de casca, bolachas devem ser dados somente após sete dias.

? Se tiver dor ou febre, o médico deixará um remédio prescrito para isso.

? Podem ocorrer vômitos após a cirurgia e dores de ouvido.

? Se ocorrer sangramento vivo contínuo, avisar imediatamente o médico.



Consultas:
Dr. Moacyr Saff- Presidente do Departamento de otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria

Fundação Otorrionolaringologia

www.drauziovarella.com.br

Atualizado em 6 Set 2011.