Estreado em setembro no Brasil, o longa-metragem “A Substância”, dirigido pela francesa Coralie Fargeat, rapidamente se tornou um dos filmes mais comentados do ano, gerando intensas discussões nas redes sociais.

O sucesso é visto com surpresa, já que a obra não pertence a uma franquia famosa, nem é comandada por um nome conhecido de Hollywood.

Contudo, conforme afirma o G1, o filme conquistou o público ao trazer uma abordagem inovadora e incômoda sobre temas atuais, como o culto à juventude e à aparência.

Enredo instigante e crítica social

O filme acompanha Elisabeth, uma atriz consagrada, que aos 50 anos se vê jogada em um segundo plano ao ser substituída por uma jovem em seu programa de ginástica.

Abalada, ela descobre uma substância misteriosa que promete rejuvenescer seu corpo e torná-la mais bonita. O que se segue é uma jornada inquietante de transformação física e emocional, abordando de maneira crua os limites que as pessoas ultrapassam para atender às pressões sociais por beleza e juventude.

Ainda de acordo com o G1, misturando ficção com crítica social, “A Substância” utiliza o subgênero "body horror", conhecido por exibir de forma explícita e perturbadora mudanças corporais extremas.

As cenas angustiantes, que chegam a provocar a saída de espectadores das salas de cinema, são usadas para enfatizar os sacrifícios exigidos por padrões estéticos muitas vezes inatingíveis.

Em um mundo onde procedimentos estéticos e intervenções corporais envolvem cada vez mais frequências, o filme oferece uma reflexão contundente sobre até onde a busca pela perfeição pode levar.

Elenco

O elenco de “A Substância” também contribui para o impacto do filme. Estrelado por Demi Moore, Dennis Quaid e Margaret Qualley, o longo resgate do talento de Moore, que, aos 61 anos, entrega uma das atuações mais elogiadas de sua carreira.

A identificação de Moore com seu personagem, uma mulher madura lidando com a pressão da aparência em um ambiente cruelmente jovem, acrescenta profundidade à narrativa.

A própria atriz, que já refletiu sobre sua batalha com questões de imagem corporal em sua autobiografia “Inside Out”, deu o livro à diretora para provar que compreendia as dores de seu personagem, o que garantiu seu papel no projeto.

Controvérsia e elogios no universo do terror

O filme não se limita a provocar discussões sobre temas sociais. Fãs de terror também encontraram em “A Substância” um material denso, repleto de referências a clássicos do gênero, mescladas a uma abordagem única e original.

O estilo singular do filme gerou reações extremas, indo do entusiasmo à rejeição, um aspecto típico em obras que desafiam as convenções.

Essa polarização, entretanto, é muitas vezes vista como sinal de um bom terror. E para muitos, “A Substância” já conquistou o status de “novo clássico”, um filme que desperta fascínio e repulsa na mesma medida. Seja como for, uma coisa é certa: o longa de Coralie Fargeat já garantiu seu lugar entre as produções mais intrigantes do ano, e entender seu impacto exige mais do que apenas assistir – é preciso sentir.

Confira o trailer abaixo: