Guia da Semana

Um filme psicológico da Netflix, estreado em 2020, dirigido por Kim Farrant e escrito por Sarah Alderson, coloca o espectador diante de um dilema: conhecemos bem aqueles em quem confiamos?

Naquele Fim de Semana”, a trama gira em torno do desaparecimento de uma mulher durante uma viagem à Croácia, transformando o que deveria ser um passeio relaxante em uma sombria investigação sobre lealdade, segredos e traumas.

Em um fim de semana que prometia ser de puro prazer, a vida de Beth (Leighton Meester) toma um rumo sombrio. Na Croácia, durante uma viagem com a amiga Kate (Christina Wolfe), um desaparecimento misterioso transforma as férias em um pesadelo.

No filme, Leighton Meester assume a pele de Beth, uma mãe americana que busca escapar da rotina. Ao aceitar o convite de sua amiga Kate, interpretada por Christina Wolfe, para um fim de semana glamoroso na Europa, Beth se vê diante de um cenário de mistério e tensão.

Após uma noite de diversão e excessos, ela acorda sozinha e descobre rastros de sangue no apartamento, sem sinal de Kate e sem qualquer lembrança clara dos eventos da noite anterior.

Desesperada, Beth tenta envolver a polícia croata em busca pela amiga, mas é recebida com indiferença pelo investigador local Pavic (Amar Bukvic), que demonstra pouca empatia pelo seu caso.

Sem apoio das autoridades, ela e Zain (Ziad Bakri), um taxista muçulmano que se solidariza com sua situação, e realizam a propria investigação pessoal. Enfrentando falhas na memória e suspeitando ter sido drogada, Beth passa a questionar tudo ao seu redor, inclusive suas próprias ações.

O enredo ganha ainda mais complexidade quando o corpo de Kate é encontrado, e Beth, por conta de incoerências em seu relato, passa de amiga em busca da verdade a uma das suspeitas principais.

Em um clima de tensão constante, a narrativa levanta dúvidas sobre cada personagem e explora como laços aparentemente sólidos podem esconder motivações obscuras.

De acordo com opiniões de Fer Kalaoun, editora na Revista Bula, Sarah Alderson construiu um cenário que lembra o estilo de Agatha Christie, onde cada pessoa ao redor da vítima parece ter uma peça crucial no quebra-cabeça, e todos carregam segredos que aumentam a atmosfera de suspeita.

Embora recheado de reviravoltas, a direção de Kim Farrant, no entanto, vacila em alguns momentos, deixando lacunas na narrativa e comprometendo a credibilidade de algumas cenas, aponta a especialista.

A abordagem da trama sobre o machismo é um dos seus pontos altos. A forma como Beth é tratada pela polícia e por outros personagens evidencia a dificuldade que as mulheres enfrentam ao denunciarem crimes e buscarem justiça.

Apesar de suas qualidades, “Naquele Fim de Semana” não escapa de algumas críticas. O ritmo do filme é irregular, com momentos de grande tensão intercalados por outros mais lentos, afirma Kalaoun. Além disso, algumas reviravoltas são previsíveis, o que pode frustrar os espectadores mais atentos. As atuações são, em geral, satisfatórias, mas algumas falhas na direção comprometem a imersão do público na história.

Confira:

Por Gabrielly Bento

Atualizado em 5 Nov 2024.