Achilles: Legends Untold é um action RPG isométrico, com algumas mecânicas souls como gerenciamento de fôlego e maior dificuldade, desenvolvido e publicado pela Dark Point Games. O título nos coloca no controle de Achilles (mas não era Aquiles?), o famoso herói da mitologia grega que se vê enfiado em uma aventura muito maior do que ele poderia imaginar, ou até querer.
E aí, será que vale a pena encarar essa ação? É o que veremos agora, em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!
Novos contos, velhas lendas
Vejam bem, leitoras e leitores, precisamos traçar algumas linhas metafóricas antes de começarmos a falar de nosso jogo do dia, Achilles: Legends Untold. Primeiro, que usarei a grafia portuguesa de Aquiles, porque provavelmente irei escrever dessa forma sem perceber e não quero ficar voltando para corrigir. Segundo, prometo fazer o máximo para evitar utilizar muitas piadas envolvendo o calcanhar de Aquiles. E, terceiro, não aceito comentários sobre minha roupa de filósofo da Grécia clássica, nem por estar escrevendo essa review de dentro do meu barril. Combinado? Então, vamos lá.
Que camarada curioso foi esse Aquiles, nas lendas pelo menos. Um cara quase imortal, impossível de se ferir ou matar a não ser que o acertassem exatamente em um dos calcanhares. E super azarado, também. Qual arqueiro conseguiria acertar um alvo preciso desses, durante uma batalha e no meio de uma confusão terrível? Não fosse sua fraqueza, decerto nosso menino A morreria de tristeza depois dessa. Bom, pelo menos ele conseguiu ser representado pelo Brad Pitt nos cinemas. Pequenas graças, não é mesmo?
E agora, novamente, através de nosso videojogo eletrônico da vez, Achilles: Legends Untold. Admito que me interessei pelo título por diversos motivos. Primeiro, por ser no estilo isométrico. Efeito recente da passagem de Diablo em minha vida, será? Segundo, pela temática da mitologia grega. Admito que desde que nosso chegado Kratos foi gritar GAROTO nas tundras nórdicas meu coração ficou com esse espaço em aberto. E terceiro, porque achei interessante a mistura com os elementos de gerenciamento de recursos e dificuldade. Mas, será que ficou bom? Bom, veremos.
História
A trama de Achilles: Legends Untold começa na invasão dos gregos à cidade de Troia, depois do uso do famoso cavalo. Nosso menino A sai pra cima da galera, lutando contra tudo e contra todos até chegar o momento de sua morte. Até aí, tudo bem dentro do script, não é? Mas dessa vez, Aquiles acorda alguns anos depois em um cemitério, sem a mínima ideia de como chegou ali.
A única coisa que sabe, após conversar com um senhor nada assustador e completamente confiável, é que deu a louca no rei Menelau e, adivinhem só, tanto os mortos quanto outros monstros míticos começaram a andar pelas terras o que, unido ao aumento no número de criminosos e bandos, lançou toda a Grécia no caos completo.
E daí seguimos, quebrando o pau enquanto procuramos entender como chegamos ali, por quer voltamos a viver e de onde esse monte de tranqueiras cadavéricas e monstruosas saíram. A narrativa me agradou, sendo suficiente para me manter atento durante sua duração. Além disso, achei a ambientação e a caracterização bem legais também. Bom, ao menos aos meus olhos não treinados em se tratando de cultura grega.
Jogabilidade
Em se tratando de jogabilidade, Achilles: Legends Untold funciona como um misto de action RPG com o que chamam de soulslike. O primeiro eu comentei, como sendo da família dos Diablos e Torchlights da vida. O segundo veio em homenagem aos jogos geralmente feitos pela From Software, principalmente Dark/Demon Souls. Entendam como um jogo mais difícil, onde não podemos sair batendo infinitamente e onde morrer significa perder toda a experiência acumulada, caso não voltemos para onde morremos. Nosso jogo de hoje apresenta isso tudo.
Do lado do combate, podemos nos locomover livremente pelos cenários, rolando feito um Sonic helênico para onde quisermos. Até nosso fôlego acabar e tomarmos uma porretada de um ogro bem no meio da cara. E também podemos bater, misturando golpes fortes e fracos, e usar habilidades que variam entre as focadas em dano e suporte. Ah, e se bater com uma espada enquanto corre o Aquiles faz um movimento igual ao do filme de 2004! E, de quebra, temos vários tipos de armas.
Todos os inimigos que derrotamos, e algumas atividades que realizamos, nos concedem experiência que é convertida em pontos de habilidade. Com eles podemos melhorar nossos atributos e comprar novas skills para utilizar através de uma árvore bem longa e recheada de coisas para fazer. Preenche-la até o talo é algo que pode nos dar muito para fazer.
Eu gostei bastante do combate, que é bem impactante, brutal e divertido. O jogo faz uso de um sistema próprio, chamado GAIA, para fazer com que as lutas contra diversos inimigos (que são constantes) sejam mais desafiadoras e divertidas. Isso é bom na maior parte do tempo, menos quando enfrentamos determinados tipos de inimigos. Vejam, todos podem utilizar ataques que podem ser aparados, e outros impossíveis de desviar. Lobos amam usar os segundos, e por vezes enfrentá-los em matilhas se torna uma frustração tremenda. Mas, no geral, é joia.
Além disso, Achilles: Legends Untold nos dá um mapa bem grande pra explorar, cheio de inimigos e caminhos que se cruzam e, muitas vezes, exigem habilidades recebidas ao longo da jornada para liberar. E vale a pena caçar todos os lugares, pois sempre há um segredo para encontrar, fenda para fechar, ou masmorra para entrar.
A única coisa que poderia ser feita, talvez, era ter peneirado melhor os NPCs e missões secundárias ao longo dos cenários. Vira e mexe aparece algo para fazermos, mas acredito que uma frequência maior poderia ter ajudado o mapa a parecer mais vivo, apesar dos mortos e monstros correndo por aí. Ah, vocês me entenderam.
Em suma, Achilles: Legends Untold me agradou bastante na jogabilidade, que achei ser precisa e bem responsiva. Não tive dores de cabeça com bugs, e aproveitei bem todo o tempo que passei tretando pelas terras gregas.
Sons e Visuais
Os visuais de Achilles: Legends Untold são bem bonitos, com cenários bem construídos, boas animações para os personagens e modelos convincentes. Somado ao sangue dos combates, temos uma aventura muito boa de se ver e acompanhar, e tudo sem quedas de frames nem problemas de serrilhamentos ou coisas do tipo.
A parte sonora é boa, com músicas muito bem feitas e que dão aquele gás nas coisas. A última vez que ouvi algo desse estilo foi em God of War 3, e admito que fiquei contente de apreciar novamente. O único negativo fica na conta da dublagem, que achei bem estranha e sem sal.
Vale a pena comprar Achilles: Legends Untold?
Achilles: Legends Untold, será que você vai ser o nosso herói mitológico? Ou apenas mais uma flecha mortal em nossos calcanhares? Oh, céus! E sim, eu fiz a piada, me julguem. De toda forma, vamos para a agradável hora de relembrar o que acabamos de ler para ver qual número este joguinho irá selar em nossos corações. Começando pelo bom, como sempre.
Eu achei o jogo muito bonito de se ver, em cenário e movimento, além de uma jogabilidade bem redondinha que, além de divertir, nos dá bastantes ferramentas para enfrentar os inimigos. Habilidades, várias armas, e por aí vai. Além disso, temos um mapa com segredos para liberar e algumas escolhas que podem moldar a aventura até certo ponto. Além disso, os combates contra vários inimigos são demais. Do negativo, acho que o mapa poderia ser mais populado, talvez, e que alguns inimigos são enjoados além do devido quando enfrentados em conjunto. E a dublagem é meio meh.
Mas, ao fim e ao cabo, achei Achilles: Legends Untold um jogão. Eu me diverti muito explorando os mapas, indo e vindo enquanto buscava novos itens e caminhos que se abriam conforme eu me fortalecia e enfrentando todas as loucuras soltas pelas terras. Realmente me agradei do que vi, e acredito que apreciadores do estilo terão muito com o que se divertir.
Achilles: Legends Untold deixará o acesso antecipado para PC, via Steam e Epic Games Store, hoje, e também será lançado no Xbox Series X|S e PlayStation 5.
*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Dark Point Games.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 2 Nov 2023.