Castlevania Dominus Collection é uma coletânea com os três títulos da maravilhosa saga, em toda sua glória metroidvania, lançados originalmente para o adorável Nintendo DS. Agora, podemos acompanhar todas as bagunças e desventuras de nossos caçadores de vampiros favoritos e suas lutas constantes contra as forças da noite.
E aí, será que vale a pena reviver os clássicos? É o que veremos agora, em mais uma análise sobrenatural do Pizza Fria!
Totalmente demais
Eu estava certo, leitores e leitoras. Meus poderes de divinação não falharam, e mais uma vez tive a confirmação de que, sem sombra de dúvidas, possuo algum poder sobrenatural. E não digo isso porquê adivinhei os números da loteria, ou de algum sorteio ou bingo. Na verdade, consegui prever o lançamento de minha mais nova paixão: Castlevania Dominus Collection. Duvidam? Vejam o que escrevi no final de minha análise sobre Castlevania Advance Collection :
E então, leitor, o que mais resta para dizer? Que Castlevania Advance Collection foi uma das surpresas mais agradáveis que tive nesses tempos recentes? Que jogar todos esses jogos novamente foi um uso maravilhoso de meu tempo? Que meu coração queima de esperança por um DS Collection? Nada disso importa, no fim das contas. O que importa é que Castlevania Advance Collection ficou um mimo e merece ser apreciado. Recomento fortemente.
Sorria, eu do passado! Agora, finalmente, poderei jogar esses títulos sem precisar tirar meu DS da tumba na qual ele dorme, esperando o retorno de nosso senhor Cthulhu e sua maratona secular de Super Mario. Deixando os memes de lado, fiquei realmente contente de ver essa nova coletânea, principalmente por ser um fã confesso da franquia. Mas, será que ficou bom? É o que vamos ver.
Um aviso aos navegantes: por se tratar de três títulos diferentes, irei falar um pouco de cada um deles em cada seção dessa review, para que possam entender um pouco das partes que compõe a obra. Dito isto, vamos nessa.
Histórias
Parar começar, falemos de Castlevania Dawn of Sorrow. Nele, voltamos a acompanhar o dia a dia de Soma Cruz, a reencarnação de Drácula que, no jogo anterior, decidiu por não seguir os passos do senhor da noite e voltar a ser um estudante normal. Contudo, um ano depois, o ataque de uma sociedade secreta faz com que nosso chegado precise recuperar seus poderes de dominação de almas para impedir que os malvadões executem seu inteligente e maravilhoso plano de ressuscitar o senhor da noite. Uma trama mais animesca, de fato, mas que fecha muito bem a saga do nosso amigo dos cabelos brancos.
O segundo título de Castlevania Dominus Collection é Castlevania Portrait of Ruin. O jogo, que se passa na época da Segunda Guerra Mundial, acompanha a jornada da dupla Charlotte, uma maga poderosa, e Jonathan, o novo possuidor do famoso Vampire Killer. Drácula está ressurgindo e nenhum Belmont apareceu para encarar o B.O. Portanto, cabe à nossa duplinha da pesada ir até o castelo do vampiro para colocar as coisas no seu devido lugar. Contudo, será que irão conseguir? Afinal, por mais que tenha o chicote Jonathan não é um Belmont. O título segue a linha de Castlevania Bloodlines, que foi protagonizado pelo pai de nosso herói de cabelo loiro e sobretudo vermelho.
O último, Castlevania Order of Ecclesia, também envolve uma era sem Belmonts e a necessidade de impedir a ressurreição do grande D. Nossa protagonista, Shanoa, possui o poder de controlar glifos que, se bem utilizados, podem colocar qualquer bicho do mal no chinelo. Contudo, os três mais poderosos foram roubados, nossa protagonista perdeu a memória e, como dizem por aí, tudo acabou indo para o saco. Resta, então, a dura tarefa de sair pelas terras assoladas pelos exércitos do mal em busca dos glifos e de salvar aqueles que precisarem, de uma forma ou de outra.
Castlevania Dominus Collection possui narrativas bem diferentes, principalmente quando consideramos que os títulos se passam em épocas diferentes da franquia, tanto em estilo quanto em cronologia. Contudo, todas as tramas são bem divertidas de acompanhar, e a soma do todo garante boas horas de surpresas e diversões.
Jogabilidade
Os três jogos de Castlevania Dominus Collection possuem as mesmas fundações metroidvania, se diferenciando mais pela forma com que a aplicam junto de suas mecânicas únicas. Portanto, teremos todo o esquema de combate e exploração em 2D na qual sempre encontramos habilidades que nos permitem, pouco a pouco, explorar mais dos castelos e encontrar segredos. Dito isto, vejamos no que cada título se difere.
Dawn Of Sorrow volta com o esquema de almas, na qual todo inimigo que derrotamos possui uma chance de ser absorvido e utilizado por Soma. Essas habilidades variam tanto entre magias de ataque, defesa, passiva ou movimentação. São muitas para encontrar, e isso dá uma boa sobrevida ao título. Fora isso, temos um sistema de selos mágicos que devem ser desenhados na tela, ou através de apertos de botão em sequências, para derrotar certos inimigos mais cascudos. Tudo funciona bem, sendo uma evolução clara do que víamos em Aria of Sorrow.
Portrait of Ruin aposta na mecânica de dois personagens controláveis, sendo que podemos escolher qual iremos comandar com o apertar de um botão. Tanto Jonathan quanto Charlotte possuem estilos de jogos e poderes bem diferentes, fazendo com que tenhamos uma boa variedade na jogabilidade. Além disso, essa mecânica é muito bem introduzida para resolução de puzzles e outras opções ofensivas, como ataques em dupla e coisas do tipo. Além disso, temos uma seleção interessante de armas e missões para fazer.
Order of Ecclesia chega com o sistema de glyphs, que podem ser absorvidos por Shanoa durante suas aventuras. Eles podem ser tanto ofensivos quanto defensivos, e alguns também nos dão uma boa variedade de opções de mobilidade. Além disso, os de combate podem ser intercalados e melhorados para criar uma boa quantidade de combos e estilos de jogo diferentes. E, também, temos uma boa quantidade de missões secundárias para realizar.
E surpresa! Castlevania Dominus Collection traz uma série de extras e facilidades que expande ainda mais o que vimos na coletânea anterior. A começar, com estilo, pela adição de um título dos arcades chamado Haunted Castle, lançado originalmente em 1987. Oferecido tanto na forma original quanto remix, o jogo fornece uma jogabilidade clássica dos Castlevania da época e vai agradar muito os fãs de longa data.
Quanto às facilidades que comentei, temos uma boa quantidade para falar. Primeiro, gostei bastante da maneira como fizeram a disposição das duas telas utilizadas pelo DS, como podem ver nas imagens acima. Tudo fica bom de ver e renderiza bem no console, mas senti falta apenas de mais opções para dimensionar cada uma delas.
Fora isso, Castlevania Dominus Collection ainda coloca informações muito legais para o jogador ver no menu especial da coleção, como bestiários, glossários, opções de salvamento e carregamento e, até, um modo rewind ! Nada mais de ficar morrendo toda hora para as medusas na torre do relógio em Dawn of Sorrow, felizmente. Somando isso com uma boa quantidade de galerias e trilhas sonoras para ouvir, além da opção de jogar os jogos em suas versões japonesas e estrangeiras, e temos um jogo que oferece tudo que os fãs poderiam querer.
Sons e Visuais
Todos os jogos da coletânea Castlevania Dominus Collection estão com os visuais muito bons, renderizando com boa qualidade e sem perda alguma em relação aos títulos originais. Inclusive, o mesmo pode ser dito tanto de Haunted Castle quanto de sua versão repaginada. Minha única reclamação, como sempre foi ao longo de todos esses anos, se encontra no fato do estilo visual ter mudado tanto em Dawn of Sorrow e Portrait of Ruin. Basta comparar com Order of Ecclesia para ver que o jeitão de anime não caiu tão bem.
E na trilha sonora? Simplesmente fenomenal, como costuma ser nos jogos da série. A opção de poder ouvir o que quisermos, via o menu de extras, é sempre uma boa pedida. Menção honrosa deve ser feita, inclusive, ao que fizeram com Haunted Castle. As músicas originais já eram boas, mas as remixadas conseguem ir ainda mais longe.
Vale a pena comprar Castlevania Dominus Collection?
Castlevania Dominus Collection vale a pena, leitoras e leitores? Bem, acredito que o que leram até agora deva dar uma boa ideia do que eu penso, não é mesmo. Mas, de toda forma, vamos recapitular os pontos e ver o que me fez ficar tão empolgado assim, e se foi algo além da boa e velha memória afetiva que tenho dos jogos originais.
Temos aqui quatro jogos excelentes, com mecânicas bem divertidas e uma boa quantidade de conteúdo para explorar. Além disso, as opções extras servem para deixar o pacote mais recheado, e os modos de salvamento rápido e rewind facilitam muito nossa vida. Menção honrosa para Haunted Castle, que foi muito bem portado. De negativo, queria apenas mais opções para mexer na interface das telas do DS e legendas em português.
Mas, no fim das contas, resta dizer que Castlevania Dominus Collection ficou uma belezura, figurando entre os títulos mais divertidos que já analisei até o momento neste ano. Os jogos incluídos são muito divertidos, tudo roda bem e bonito e, de quebra, temos adições que realmente fazem parecer uma remasterização. Agora, resta apenas torcer para que lancem os da era 3D, como Curse of Darkness e até o aloprado Castlevania 64, para nossa diversão. Será que estarei prevendo o futuro novamente?
Castlevania Dominus Collection já está disponível em formato digital para Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S, e PC, via Steam.
*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Konami.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 2 Set 2024.