Um jogo ser estranho e diferente ja é um motivo mais que suficiente para eu escrever uma análise aqui, e Dungeon Drafters não é só estranho e diferente, mas ele faz coisas que é fácil se perguntar “Como ninguém nunca fez isso antes?”. O título traz muito do que os anos 90 tinha de melhor em relação à video games, que são os JRPGS e os jogos táticos, gêneros esses marcados por grandes obras como Final Fantasy Tactics por exemplo. Entretanto você deve estar se perguntando o que o jogo traz de tão diferente se essa ja é uma mistura saturada na indústria?

É ai que Dungeon Drafters acerta em cheio, pois ele traz essa base sólida de JRPGs táticos e mistura com a moda do momento que é o roguelike, e principalmente, com os jogos de carta. Tá, mas essa mistureba toda no fim cria uma experiência legal, divertida e com a essência dos anos 90? E foi pra descobrir a resposta pra essa pergunta que fomos convidado pela para testar Dungeon Drafters em mais uma análise antecipada do Pizza Fria!

Um JRPG?

No mundo dos quatro cantos, a magia e as cartas são uma coisa só. Essa magia é gerida por quatro forças místicas chamadas de arquétipos, que são O Agressor, a Viajante, o Oráculo e a Guardiã. Os Arquétipos criaram a magia e são a base dela, porém um quinto arquétipo surgiu da inveja, seu nome era Forâneo e seu único objetivo era trazer de volta o mundo ao caos.

Então, um aventureiro descobriu uma ilha isolada com uma torre mágica capaz de aprisionar o Forâneo e, com isso, esse ser foi selado. Porém, com o passar dos anos esse selo foi se enfraquecendo e a influência do caos cresceu no mundo. Então, os quatro povos se uniram em uma cruzada em direção a ilha e a torre para conter essas forças do mal.

E é daqui que Dungeon Drafters começa, você é um dos aventureiros convocados nessa expedição e você como jogador pode escolher entre 6 classes para começar que são:

• A Maga: Enfrenta os desafios com os poderes do Agressor e a Sabedoria do Oráculo.
• O Lutador: Ostenta uma força física e golpes corpo a corpo com os poderes do Agressor e da Guardiã.
• O Monge: Controla o campo de batalha com os poderes da Guardiã e do Oráculo.
• A Barda: Utiliza de seus lacaios e suas músicas para derrotar os inimigos com o auxílio da Viajante e do Oráculo
• A Shinobi: Utiliza de um baralho veloz e ágil com os poderes da Viajante e do Agressor.
• O Guião: Usa um baralho focado na sobrevivência, mobilidade e segurança e para isso conta com os poderes da Guardiã e da Viajante.

No fim do dia essas classes só definem qual será o seu baralho inicial, pois você poderá montar o seu próprio deck com todas as cartas conforme vai desbloqueando elas no decorrer da aventura. Aventura essa cheia de personagens carismáticos, dungeons cheias de mistérios e segredos, side quests e tudo que há de bom.

Um card game ou um jogo tático?

O combate de Dungeon Drafters mistura conceitos de jogos de cartas e jogos táticos como Final Fantasy Tactics e essa mistura funciona perfeitamente, pois o game traz toda a profundidade tática com uma excelente variedade de inimigos, arenas e mecânicas, e reúne isso com um dos sistemas de deck building mais completos que eu já vi. Então imaginem as possibilidades de estratégias, decks, combos e builds possíveis para se fazer.

Toda essa profundidade de sistemas é reforçada pela possibilidade de você colecionar todas as cartas do jogo e montar seus próprios decks como preferir, não te limitando apenas às cartas da classe que você escolheu no começo da jornada. Então, para os jogadores mais dedicados, podem saber que dezenas de horas lhe aguardam para colecionar todas as cartas e montar todos os decks roubados que eu sei que você curte.

Além do sistema de cartas de Dungeon Drafters, vale destacar que as arenas de combate são absurdamente bem feitas e trazem dinâmicas diferentes dependendo do mapa que você está, como blocos que deslizam, bombas, plantas que curam em área, buracos, armadilhas e por aí vai. Essas mecânicas de combate, quando somadas com a variabilidade de inimigos, cria um sistema de combate que já seria sólido sem o sistema de cartas.

Um roguelike?

Vale também lembrar que Dungeon Drafters também é um roguelike, mas a estrutura do jogo é bastante diferente de outros jogos do gênero. Pois aqui você não tem um único lugar para ir em expedições, a ilha é gigante e você tem vários lugares para explorar. Cada um desses lugares serve para você procurar ouro, boosters de cartas, itens, fazer quests e, principalmente, conhecer os inimigos. Isso porque o objetivo mesmo é você vencer toda a torre que fica no centro da ilha. Torre essta que funciona como uma dungeon padrão de roguelike onde você entra e deve ir até o final, porém caso morra você voltará do começo.

Então o fluxo de gameplay gira em torno de você ir nos outros mapas para melhorar seu baralho e seus itens para finalmente vencer a torre. O jogo acaba que funciona perfeitamente nessa estrutura de roguelike, pois ela não te obriga a ir sempre na mesma dungeon e nos mesmos mapas, enfrentando os mesmos inimigos toda hora, isso acaba te dando uma certa liberdade em como você quer evoluir seu personagem e montar o seu baralho.

Vale a pena comprar Dungeon Drafters?

Dungeon Drafters é um excelente jogo, e quando eu digo excelente não é só no conjunto da obra, mas sim em cada um dos seus pequenos aspectos, mecânicas e detalhes. É um título indispensável para qualquer um que tenha tido um mínimo de interesse, seja na parte das cartas, do combate tático e até mesmo na história típica de um JRPG.

O game, apesar de ser incrivelmente bom, é bastante difícil e dominar esses sistemas pode ser um pouco frustrante para as pessoas que estão se aventurando em títulos do gênero. E respondendo a pergunta do início dessa análise, sim! Dungeon Drafters entrega essa mistureba toda de gêneros de forma majestosa para criar um dos melhores jogos do ano.

Dungeon Drafters, desenvolvido pela Manalith Studios, está sendo lançado pela DANGEN ENTERTAINMENT para PC, via Steam, hoje.

*Review Elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela DANGEN ENTERTAINMENT.