Marvel’s Spider-Man 2 é um jogo de ação e aventura desenvolvido pela Insomniac Games e publicado pela Sony Interactive Entertainment. O título nos controle dos dois homens-aranha (ou aranhas, será?), nossos crias Peter Parker e Miles Morales, enquanto eles lidam com mais uma temporada de tranquilidade e paz na grande maçã, sem nenhum tipo de envolvimento de camaradas como Kraven, o caçador, ou Venom.
E aí, será que vale a pena acompanhar as desventuras dessa duplinha do barulho? É o que veremos agora, em mais uma análise do Pizza Fria.
Espetacular homem-aranha, de fato
Sabem, leitores e leitoras, muitas das escolhas que fazemos nos levam a lugares que nunca esperávamos chegar. Ou, ainda, possuem ramificações que nem imaginamos. O bom e velho efeito borboleta, não é mesmo? Ou como ocorreu no curioso caso do Tio Ben, famoso por ser tio de um certo aracnídeo humano e ter dito que com grandes poderes vem grandes responsabilidades.
E vocês podem estar se perguntando o motivo de eu ter falado isso, ou estar preso nesse poste com esse monte de teias em volta. Bom, digamos que eu tentei tirar fotos de um certo super herói, usando um traje meio simbiótico e todo preto, que achou que a punição adequada por essa terrível invasão de privacidade seria me deixar dependurado aqui o dia todo. Que coisa, não é mesmo? Bom, pelo menos na frente dessa minha cadeia improvisada havia uma loja de videojojos eletrônicos, que acabara de receber a nova sensação do momento: Marvel’s Spider-Man 2 .
Eu cá sempre fui um grande fã do cabeça de teia, por vários motivos. As piadas sem graça, os vilões e o protagonista. Ou pelo fato de Peter Parker representar todos nós, com nossos boletos por vencer e contas chegando diariamente. De fato, vez ou outra ainda me pego revendo a animação dos anos 90, que passava muito na televisão matinal faz um (bom) tempo, ou jogando o clássico Spiderman 2, no PS2. E, mais recentemente, os títulos que antecederam Marvel’s Spider-Man 2. Mas, será que ele vai ser mais um para entrar em meu coração, ao lado destes e dos de porradinha que tivemos no SNES/Genesis? Bom, é o que veremos agora.
A narrativa de Marvel’s Spider-Man 2
Marvel’s Spider-Man 2 continua o que foi começado tanto em Marvel’s Spider-Man e Marvel’s Spider-Man: Miles Morales. Agora trabalhando em conjunto, na dinâmica de mentor e aprendiz, nossos amigões do vizinhança continuam patrulhando Nova Iorque, ajudando a população e fazendo o melhor para manter a criminalidade em baixa. Tudo isso enquanto tentam equilibrar suas vidas pessoais e profissionais, com Peter buscando iniciar uma carreira como professor e Miles enviando cartas de aplicação para universidades. Essa dualidade, da vida de herói e pessoal, e os conflitos que existem entre elas, são temas recorrentes durante todo o jogo.
Contudo, e mais uma vez provando que nosso camarada Peter não pode ter um dia de paz nessa vida, novas ameaças chegam batendo na porta com a força e fúria de infinitos leões e suas jubas esvoaçantes. Uma delas chega na forma de Kraven, o caçador, que sai a procura dos vilões que o aranha derrotou, ou reformou, para capturar e, depois, caçar. O cara é implacável, forte e sagaz, sendo uma ameaça real e fatal.
E, do outro lado, temos o alienígena mais querido de todos os tempos: Venom! Não aquele divertido e brincalhão dos filmes mais recentes, mas sim a entidade que já conhecemos e adoramos (ou detestamos) já de muitos verões. Sua presença não é explorada de maneiras tão inovadoras, mas ainda é uma boa adição e traz muitas coisas boas ao jogo.
Tudo considerado, eu curti a narrativa de Marvel’s Spider-Man 2, e me senti vendo um dos vários filmes da Marvel desses últimos anos. Miles e Peter são excelentes protagonistas, e todos os auxiliares também representam muito bem seus papéis. O jogo também levanta algumas questões interessantes acerca de perdão e perda, além das já conhecidas sobre a vida ingrata do herói não assalariado, que ajudam a humanizar os personagens e deixar tudo mais pessoal. Ah, e temos uma recapitulação muito boa para quem precisar lembrar o que já rolou nessa novela!
Os elementos de gameplay
Marvel’s Spider-Man 2 pega uma fundação já muito sólida, refinada nos dois títulos anteriores, e deixa ainda melhor e mais redondinha. Para os que nunca jogaram, um dos grandes atrativos dessa série (e do clássico do Playstation 2) é a movimentação, e sair balançando nas teias pela cidade em alta velocidade, sem parar e sem nem tocar no chão. É divertido e libertador, sendo uma das formas mais divertidas que já vi para ir de um ponto A até um B dentro de um mundinho virtual.
Esse título evolui isso, nos dando a possibilidade de usar até uma wingsuit para sair planando por aí! Em um momento saímos soltando nossa teia, damos um impulso para soltar o mais alto que pudermos, abrimos nossas asas e saímos planando, pegando as correntes de vento que o jogo marca com argolas para nos manter no ar e em alta velocidade. Quando vemos, já estamos do outro lado da cidade. Somado a isso temos outras mecânicas auxiliares com foco em controle de direção, correr em parede, saltar alto do chão e muito mais. Até a Viagem Rápida, uma vez desbloqueada, foi incorporada com essa mecânica e funciona perfeitamente.
Eu reforço esse ponto porquê, de fato, Marvel’s Spider-Man 2 acerta como poucos esse aspecto da jogabilidade. Em todos esses meus 3,14159[…] anos nessa vida de jogatina, eu nunca deixei de usar as funcionalidades de viagem rápida tanto quanto agora. No primeiro jogo, até foram uma vez ou outra. Mas nessa nova aventuras dos miranhas, foi tudo na base na teia e da asa.
Além disso, a cidade é recheada de colecionáveis, missões secundárias e desafios para realizar, concedendo experiência e recursos para construirmos novos equipamentos, roupas (cobrindo muitas das eras do aranhaverso), melhorias para nossos heróis (divido em habilidades compartilhadas e exclusivas), e muito mais. Fora os crimes que acontecem e podemos parar, ou os pedidos do aplicativo do amigo do bairro que podemos atender. Realmente, coisa para fazer não falta.
Mas, não é só de parkour que vive Marvel’s Spider-Man 2. Também lutaremos muito, contra inimigos comuns e -o melhor de tudo- contra os diversos vilões clássicos do aranha. É cada embate contra chefes que fica até difícil apontar o melhor. A mecânica de combate é relativamente simples, com botões para golpes, esquiva, aparo e lançar teias. Nosso sentido aranha aponta a hora que um projétil/golpe está vindo, sinalizando quando podemos desviar. Ah, e cada protagonista possui poderes distintos, ainda que dividam as mesmas mecânicas básicas e apetrechos.
Enquanto batemos, enchemos uma barra que pode ser utilizada para finalizar um inimigo, de forma artística, ou encher nossa vida. Não é o sistema mais complexo, mas é divertido e atende muito bem o que se propõe. Eu sempre curti lutar, e nunca fugi de me jogar em cima de um carro em fuga ou uma tentativa de invasão a propriedade alheia. Quando não quisermos sair no braço, ainda podemos usar um sistema de furtividade para ir pegando os bandidos um por um, na maciota. Existem outras seções nesse tipo, com uma diferença importante, que funcionam bem e não duram mais que o ideal.
O único negativo que achei foram as inclusões dos famigerados minigames, que acontecem em diversos momentos seja em missões de ação ou aquelas mais narrativas. Um ou outro até vai, mas Marvel’s Spider-Man 2 erra a mão de leve em alguns momentos, chegando até a dar uma jogada de água fria na animação da galera.
Bonitão, ein, Aranha
Os visuais de Marvel’s Spider-Man 2 são muito bem feitos, com modelos altamente detalhados e expressões bem animadas. A cidade parece viva, com uma boa distância de visão, e os efeitos são muito convincentes. Isso se torna ainda mais evidente nas lutas contra os chefões, muitos deles enfrentados em arenas cheias de coisas voando e elementos na tela. Tudo sem nenhum agarre.
A trilha sonora também é boa, dando ainda mais aquele jeitão de filme para a coisa toda. Seja na hora de explorar ou lutar, certamente nos sentiremos no cinema. As dublagens também ficaram filé, o que auxilia na hora de vender as cenas mais impactantes da narrativa. O jogo ainda traz diferentes modos gráficos, e pode rodar até em 120 FPS no PlayStation 5, se você tiver uma TV compatível.
Vale a pena comprar Marvel’s Spider-Man 2?
É chegada a hora, pessoas, de respondermos de forma numérica uma questão tão abstrata e maluca quanto é a opinião de um ser humano. Principalmente de um que está dormente, após horas preso por teias sintéticas em um poste, embaixo do sol quente. Bom, vamos lá, para o que todos queremos saber: Marvel’s Spider-Man 2 vale nosso tempo? Bom, vamos recapitular.
O título possui muito pontos fortes, que agradam bastante. Sair balançando e planando pelos céus de Nova Iorque é simplesmente sensacional, e a sensação de liberdade e velocidade é tão agradável a ponto de fazer com que usar a viagem rápida seja uma grande bobeira. Além disso, o combate é divertido, os chefes são maneiros de enfrentar e o jogo tem muito conteúdo, com dois personagens jogáveis. E a narrativa acerta, fornecendo uma experiência de filme.
Como negativo, cito apenas o uso meio excessivo de minigames em alguns momentos e… é isso, acredito. Tal qual foi com seus antecessores, Marvel’s Spider-Man 2 me agradou bastante, e acho que será uma boa pedida tanto para os fãs do amigão do bairro quanto para aqueles que, sinceramente, estiverem apenas buscando algo bom pra jogar.
Marvel’s Spider-Man 2 está disponível exclusivamente para PlayStation 5, tendo sido lançado no dia 20 de outubro.
*Review elaborada com código fornecido pela Sony.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 23 Out 2023.