Quando toda a comunidade gamer esperava novidades sobre o remake de Prince of Persia: The Sands of Time, anunciado em 2020, a Ubisoft anunciou Prince of Persia: The Lost Crown, um jogo inédito da franquia de jogos de ação e aventura que se popularizou nos anos 1990 e 2000. The Lost Crown foi apresentado com uma proposta que buscava às origens da série, ao mesmo tempo em que trazia novidades, mergulhando no estilo Metroidvania.
Prometendo uma narrativa envolvente, muitas horas de jogo e mecânicas novas, como se saiu Prince of Persia: The Lost Crown? A resposta eu trago agora, em mais uma review antecipada do Pizza Fria!
O príncipe foi sequestrado, e agora?
Prince of Persia: The Lost Crown nos conta a história de Sargon, o mais jovem de um grupo de guerreiros de elite conhecido como Imortais, que é liderado pela Rainha Thomyris, da Pérsia. Após uma introdução somos apresentados a algumas mecânicas de gameplay, somos informados que o filho da Rainha, o Príncipe Ghassan, foi sequestrado, e a principal suspeita é Anahita, uma das guerreiras dos Imortais. Sargon e os demais Imortais são enviados em uma missão de resgate, que os leva ao Monte Qaf, um lugar misterioso e lar do Deus do Tempo e do Conhecimento, Simurgh, que está desaparecido há 30 anos.
Logo que chega ao Monte Qaf, Sargon nota que o lugar não é normal. Há diversas anomalias, e o tempo não se comporta como conhecemos. Surgem diferentes linhas temporais, até mesmo versões diferentes do protagonista para enfrentarmos e absorvermos habilidades e o conhecimento que essa versão alternativa obteve. Uma mecânica interessante.
Pra mim, um dos pontos principais da narrativa de Prince of Persia: The Lost Crown, além de todo o mistério envolvendo o Monte Qaf, é o desenvolvimento dos próprios personagens do jogo. Vahram, o líder dos Imortais, tem um papel importante e surpreendente na história, que conta com mais de 20 horas de duração e é muito bem desenvolvida e amarrada.
As mecânicas Metroidvania que amamos
Eu já disse em outras oportunidades que sou um fã tremendo de jogos no estilo Metroidvania. Talvez por um apelo emocional, que me remetem à infância, ou talvez porque o gênero é realmente bom desde sempre. Vai saber… Gostos, né? O fato é que eu adorei o novo Prince of Persia, que cumpre à risca a fórmula os elementos que consagraram este tipo de jogo.
Aqui temos mapas com progressão 2D lateral, recheado de passagens secretas e seções de plataforma, que apresentam desafios de habilidade para jogadores em diferentes níveis. Temos um combate bem satisfatório, que continua evoluindo na reta final do jogo, conforme descobrimos novos poderes e aprimoramos nosso equipamento.
Por falar em poderes, boa parte deles dita o ritmo de combate e da resolução de puzzles. Intrínsecos ao gameplay, Sargon adquire Poderes do Tempo e, assim como o combate, eles são obrigatórios para progressão e auxiliam muito na exploração do mapa. Dash aéreo? Presente. Pulo duplo? Presente. Retornar para uma posição marcada? Presente. Puxar algo distante? Também presente.
No entanto, há algumas novidades interessantes. Mesclado ao gameplay, podemos por exemplo, ver elementos (e inimigos) que estão em outra dimensão no jogo. Ainda pensando nessas outras dimensões, é possível trazer ou levar itens e inimigos para esse segundo ambiente. São mecânicas que, unidas ao universo de The Lost Crown, trazem um dinamismo bem interessante ao game.
No entanto, nada mais me surpreendeu no novo Prince of Persia do que o tamanho do seu mapa. São 13 biomas diferentes, e um trabalho gigantesco por parte da Ubisoft. Boa parte do nosso tempo no jogo será explorando esses locais, derrotando inimigos, encontrando segredos e apreciando as belas paisagens de fundo. Para garantir uma experiência acessível para todos os jogadores, são oferecidos dois modos de orientação: Exploração ou Guiada. O primeiro você deve descobrir as informações por si mesmo, enquanto a segunda opção oferece alguns ícones sinalizando os próximos objetivos, bem como caminhos bloqueados e afins.
O jogo também oferece um sistema de viagem rápida entre plataformas desbloqueáveis, que é bem útil a partir do meio do jogo, onde precisamos nos deslocar por grandes espaços. No entanto, não é possível acessá-los do mapa, somente entre elas. Há uma explicação narrativa para isso. Outra mecânica interessante são os Amuletos, que oferecem habilidades e atributos diferentes, personalizando as experiências de cada jogador.
Mas Prince of Persia: The Lost Crown não sinaliza onde estão colecionáveis e itens de interesse do jogador em cada mapa, como alguns títulos fazem. É preciso explorar bastante o Monte Qaf para alcançar os 100%. O bom é que, fazendo isso, nos deparamos com personagens curiosas, que nos dão missões secundárias interessantes e que acabamos resolvendo de forma orgânica, enquanto exploramos e avançamos no próprio jogo.
No entanto, para suprir essa ausência de sinalização de colecionáveis, há dois recursos. O primeiro é equipar o Pássaro da Prosperidade, que sinaliza quando há um baú ou item escondido por perto. O segundo é usar uma “visão memorizada” ou marcadores no mapa, sinalizando para você mesmo que há algo importante naquele lugar que merece ser visto no futuro, quando adquirir outra habilidade.
Por fim, o gameplay de Prince of Persia: The Lost Crown oferece diferentes níveis de dificuldade, sinalização visual sobre os momentos de aparar, pedaços do mapa (sem colecionáveis) sendo vendidas ao longo do gameplay, lojas e até um tutorial de combate. O ponto positivo é que muitos outros tutoriais que são ensinados, não podem ser acessados pelo menu.
Audiovisual competente
Embora o estilo artístico de Prince of Persia: The Lost Crown tenha levantado alguma discussão à época do anúncio do jogo, eu fiquei bem contente com o que vi em meu gameplay. O game apresenta um visual muito bonito, com personagens detalhados em um estilo que lembra Fortnite, biomas diferenciados e inimigos criativos, não sendo apenas aqueles com cores diferentes. Além disso, os fundos são renderizados em um ambiente mais detalhista, o que compõe bem a ideia apresentada. Para fechar, no PlayStation 5, o jogo roda em 4K e 120Hz estáveis em telas compatíveis, e a fluidez é incrível.
Já no campo sonoro, o jogo não conta com dublagem em português, mas a dublagem em inglês é boa, e as legendas em português do Brasil são bem competentes e sincronizadas.
Vale a pena comprar Prince of Persia: The Lost Crown?
Prince of Persia: The Lost Crown traz uma experiência de jogo rica e variada, com uma mistura interessante entre os elementos Metroidvania e a narrativa. Apesar de não inventar a roda, o jogo traz mecânicas clássicas e outras inovadoras, como as dimensões alternativas e o sistema de amuletos, além de gráficos detalhados e uma jogabilidade desafiadora, que requer habilidade do jogador. Por outro lado, a ausência de sinalização de colecionáveis e a falta de uma opção de viagem rápida acessível diretamente do mapa podem ser pontos negativos para alguns jogadores.
Com uma narrativa envolvente, mecânicas de jogo inovadoras, e um mundo rico e diversificado para explorar, ele oferece muitas horas de entretenimento. A combinação de ação, aventura, e elementos Metroidvania, aliada a um visual e sonoridade competentes, fazem de The Lost Crown um dos melhores títulos da franquia, e, por que não dizer, do gênero? Parece que a Ubisoft acertou em cheio!
Prince of Persia: The Lost Crown estará disponível para Nintendo Switch, PlayStation5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC, via Epic Games Store e Ubisoft Store no dia 18 de janeiro.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Ubisoft.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Lucas Soares, Pizza Fria
Atualizado em 11 Jan 2024.