Toda oportunidade de matar nazistas deve ser exaltada. E Sumerian Six, game da Devolver Digital e da Artificer, lançado para PC, via Steam, nos permite fazer isso de diferentes maneiras. O título, que é um jogo tático de guerra similar a franquia Commandos e Desperados, nos leva para uma Segunda Guerra Mundial totalmente diferente, onde uma substância poderosa e mística chamada Geiststoff é apoderada pelo Eixo, tendo poder suficiente para mudar os rumos do maior conflito da história da humanidade. Desta forma, essa review apresentará os principais pontos do game, respondendo se esta ideia diferenciada vale ou não a pena. Portanto, prepare suas melhores estratégias e venha comigo nesta aventura!

Uma guerra totalmente diferente

Sumerian Six traz uma proposta narrativa bem conhecida: a Segunda Guerra Mundial. No entanto, engana-se quem pensa que é aquele papo mais do mesmo, tão comum em outros jogos. Aqui, a premissa traz consigo um ar fantástico, que acabou me lembrando muito a HQ A Liga Extraordinária. Ao longo do jogo, controlamos o Esquadrão Enigma, formado por cientistas diferenciados reunidos por Alistair Sterling, pesquisador que descobriu esse poder sumério, para lutar sorrateiramente contra os nazistas, que agora detém um poder ocultista para criar armas poderosas, o Geistsoff. E essa substância mística, descoberta pelo grupo, é levada para Hittler por um ex-membro do grupo, Hans Kammler, o antagonista desta aventura.

Desta forma, Sumerian Six conta com um mundo bem diferente, em que teremos de encarar forças sobrenaturais, além de nazistas fortemente armados, que nos desafiarão ao longo de diversos níveis, que se passam em uma infinidade de lugares do mundo. E, como é de se imaginar, nossa proposta é a de impedir Kammler de usar o Geistsoff para fazer sua super-arma, mudando totalmente o curso da Segunda Guerra Mundial. Ah, mas o que tem a ver os sumérios do título com isso? Tudo. Afinal de contas, o poder do Geistsoff veio de uma série de pesquisas feitas sobre este antigo povo que habitou a Mesopotâmia, por volta de 3500 anos antes de Cristo. Incrível, não é!?

Além da história, Sumerian Six merece ser destacado por conta de seu elenco fantástico de personagens: Alistair Sterling, o líder do grupo e responsável pela descoberta da substância mágica; Isabella Sterling, uma arqueóloga e historiadora; Sid Sterling, que pouco entende de ciência, mas luta bem contra os inimigos; Rosa Reznick, uma incrível química judia; Siegfried von Adelsberg, um psicanalista exotérico da Alemanha; e Wojtek Galica, prisioneiro de guerra polonês que foi vítima dos experimentos de Kammler, se tornando uma espécie de Urso-Homem. Cada um deles conta com habilidades especiais que saíram do Geistsoff, e que serão muito úteis para invadir secretamente diversas bases nazistas.

Com este resuminho do que Sumerian Six nos traz na narrativa, já temos um ótimo incentivo para começar a jogar. E isso tudo vai sendo explicado através de cutscenes e diálogos ricos e interessantes que, infelizmente, não contam com localização ou legendas para o português brasileiro, o que é uma pena. Porém, esse motivo dificilmente irá te fazer desanimar do jogo, que ainda tem muito mais a oferecer.

Jogabilidade desafiadora e refinada

Sumerian Six não apresenta nada de radicalmente novo em seu estilo de jogo, a não ser os poderes dos membros do Esquadrão Enigma. Mas mesmo assim, é um jogo extremamente interessante, sobretudo por conta da proposta de invadir bases nazistas de maneira sorrateira para burlar os planos do Terceiro Reich. Assim, tudo isso é feito como nos jogos já citados, mas confesso que acabei ficando mais com um dos últimos títulos deste gênero que fiz uma análise mais aprofundada, Desperados III. E, tal como o título da THQ Nordic, o funcionamento dos comandos e os desafios propostos são incríveis e funcionam muito bem, trazendo inúmeras possibilidades e grandes desafios.

Assim, teremos de executar missões em diferentes territórios, de bases altamente protegidas a até mesmo escavações históricas. E, tudo isso, com a ajuda das diferentes habilidades dos personagens, que vão sendo alternados ao longo da narrativa. Como um jogo de ação e estratégia, Sumerian Six conta com atalhos fáceis de serem gravados para a hora da ação, além de um modo de planejamento, que nos permite articular sincronizadamente as ações dos personagens jogáveis, sendo o timing um aspecto essencial para vencer os inimigos, que se espalham por todos os níveis. No entanto, cada um deles conta com poderes e armas diferentes, bem como defesas contra os truques do esquadrão.

Com essas variações e percalços colocados ao longo de cada uma das missões propostas, Sumerian Six nos surpreende e nos coloca para pensar em diversas maneiras de deter os inimigos. E olha, até a gente ir pegando o jeito, levaremos um bocado de tiros, que acabarão com a missão. Felizmente, o jogo conta com um bom mecanismo de salvamento automático, algo que evita com que tenhamos de voltar muito os gradativos progressos conquistados ao longo de cada incursão. Por fim, a ideia de agir majoritariamente de forma sorrateira deve ser mencionada, embora tenhamos algumas escolhas de causar um pouco mais de tumulto, embora isso possa custar caro, além de ativar o alarme — e todos os guardas.

Por fim, Sumerian Six, além de entregar uma ótima história, ainda consegue nos apresentar uma incrível jogabilidade, que não deve nada a outros games do gênero. Aliás, tive poucos problemas com a inteligência artificial dos inimigos, que estão sempre de olho em toda a movimentação do mapa, algo que fica demarcado através de seus campos de visão, que devemos ficar constantemente atentos. Enfim, mesmo não inventando a roda, posso dizer tranquilamente que Sumerian Six traz o melhor da ação e estratégia.

Gráficos, sons e outros detalhes

Visualmente, Sumerian Six é lindo. Sim, o jogo traz visuais muito interessantes, que podemos perceber ao dar zoom nos personagens e nos detalhes dos mapas. Com uma pegada meio cel-shading, o game consegue trazer uma imersão interessante para a proposta, algo que fica ainda mais legal se somarmos ao quesito áudio. Os diálogos dos personagens e dos inimigos, os efeitos sonoros dos poderes e armas, além da trilha sonora estilosa, que apresenta um jazz que sobe conforme o nível de tensão, tudo isso é muito bacana, aumentando um cadinho da tensão de ter que agir nas sombras.

Vale ressaltar também que não foi possível de se observar bugs ao longo de toda a jogatina, algo que julgo como interessante de ser mencionado. Porém, a questão da câmera do jogo e dos edifícios espalhados pelos níveis pode nos confundir em alguns momentos. Porém, não é nada que estrague a experiência de jogo. Com o tempo, vamos nos habituamos aos comandos e atalhos, e isso acaba ficando para trás. Desta forma, posso considerar facilmente que Sumerian Six manda muito bem nesses quesitos citados, sem precisar fazer força com gráficos ultrarrealistas ou algo do tipo — o que, pelo menos na minha opinião, é excelente.

Vale a pena jogar Sumerian Six?

Desafiador na medida certa e cheio de coisas boas, Sumerian Six consegue facilmente se destacar entre os vários títulos de seu gênero, oferecendo uma combinação perfeita de táticas, personagens bem desenvolvidos e uma história totalmente cativante. Além disso, merece ser mencionado que o jogo está funcionando perfeitamente em seu lançamento, algo que, infelizmente, deve ser ressaltado na atualidade, em que jogos e mais jogos são lançados com uma infinidade de bugs e problemas.

Desta forma, se você estiver procurando um jogo interessante de ação e estratégia em tempo real, Sumerian Six certamente será uma grande novidade, e com um preço bem justo, saindo a R$ 88,99 no Steam. Portanto, o game certamente irá proporcionar muitas horas de diversão ao longo de seus incontáveis e desafiadores níveis, que certamente agradarão veteranos e até mesmo novatos neste gênero. Portanto, indico demais esta experiência, que poderá te manter ocupado por um bom tempo, sem se tornar algo chato ou repetitivo.

*Review elaborada em um PC equipado com uma RTX, com código fornecido pela Devolver Digital.