Guia da Semana

Com 2020 chegando ao fim, já sabemos quais os discos que mais estiveram conosco. Aqueles que nos fizeram chorar, cantar, dançar e refletir. Neste ano, a música brasileira foi agraciada por ótimos lançamentos. Tivemos estreias de artistas que despontaram em 2020, além de músicos que ressurgiram após algum tempo parado.

Pensando nisso, o Guia da Semana selecionou os 10 melhores discos nacionais de 2020. Confira:


► "BOM MESMO É ESTAR DEBAIXO D’ÁGUA", LUEDJI LUNA

‘Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água’ é o segundo disco da cantora baiana Luedji Luna. Ela aprofunda suas músicas que havia iniciado no trabalho anterior, ‘Um Corpo no Mundo (2017)’, com melodias minimalistas e muito sentimentalismo. As canções apresentam pequenas inserções tribais, que se inserem no imaginário da celebração da negritude.


► "DOLORES DALA GUARDIÃO DO ALÍVIO", RICO DALASAM

Após três anos, Rico Dalasam retorna em 2020 com o lançamento “Dolores Dala Guardião do Alívio”, talvez uma de suas obras mais sensíveis. No disco, ele traz toda a sua dor, sensibilidade, alívio e reflexões íntimas em suas letras. É um álbum de memórias que retrata o turbilhão de emoções que o artista passou nos últimos anos.


► "RASTILHO", KIKO DINUCCI

“Rastilho” é o segundo disco da carreira solo de Kiko Dinucci. Aqui, vemos um compositor diferente, que utiliza do violão solitário e vozes ecoadas que dão um toque psicodélico e se afastam da concretude e urbanismo do álbum anterior. Inclusive, em “Rastilho” há referências ao sertanejo e ao árido sertão nordestino.


► "CORPO SEM JUÍZO", JUP DO BAIRRO

Jup do Bairro é uma artista paulista que estreia seu disco de estúdio em 2020, chamado “Corpo sem juízo”. Ela versa sobre política, romances, delírios e medos numa mistura de gêneros. Jup do Bairro flerta com o pop, R&B e rock, e possui participações especiais de nomes como Rico Dalasam, Linn da Quebrada e BadSista.


► "HISTÓRIAS DA MINHA ÁREA", DJONGA

O rapper mineiro Djonga não para. Em 2020 ele trouxe seu quarto disco, “Histórias da minha área”. Como o nome do álbum indica, ele traz histórias de sua trajetória, de forma a orgulhar-se de suas origens e reforçar sua identidade. Sem dúvidas, Djonga é um dos artistas mais impressionantes da nova safra do hip hop nacional.

► "LETRUX AOS PRANTOS", LETRUX

A carioca retorna com seu segundo disco em 2020, intitulado “Letrux aos prantos”. Ele é o sucessor de “Noites de Climão”, que elevou a artista ao hype musical. Seu eletropop traz letras sobre amores, dores, suor e prazer.


► "INTEIRO METADE", FELIPE PUPERI

“Inteiro metade” é o primeiro disco do projeto “Tagua Tagua”, de Felipe Puperi. Ele atravessa nossos ouvidos com composições coloridas, guitarras que lembram os anos 70, metais e linhas de baixo que embalam o ouvinte. Trata-se de um disco criativo, com toques românticos e íntimos nas letras do gaúcho.


► "40º.40", SD9

Capaz de ser um dos trabalhos mais criativos do ano, o disco “40º.40” traz um lirismo minimalista que sintetiza o grime brasileiro. Tal gênero assemelha-se ao hip hop, porém, possui componentes mais eletrônicos. SD9 retrata o Rio de Janeiro em sua dualidade, uma cidade tropical, bonita e prazerosa, mas que muitos sofrem pela realidade dura.


► "OLORUM", MATEUS ALELUIA

Em seu terceiro disco solo, Mateus Aleluia traz um disco repleto de suplícias num ano conturbado. Integrante da banda Os Tincoãs, o músico traz elementos do candomblé, com alusões aos orixás e cânticos. Ele traz músicas com forte percussão, ritmos diferentes e pesquisas sobre a sonoridade africana.


► "DO MEU CORAÇÃO NU", ZÉ MANOEL

De um modo profundamente sentimental e dolorido, Zé Manoel entrega seu último disco, “Do meu coração nu”, para que os ouvintes reflitam e sintam suas dores. Ele versa muito sobre o racismo e a brutalidade policial contra o povo negro, enquanto suas melodias são carregadas por um tom agridoce.

Por Lidia Capitani

Atualizado em 21 Dez 2020.