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Algumas pessoas exercem diversas funções ao mesmo tempo. Vontade incontrolável de ser tudo? Ausência de uma opinião formada, que as leva a seguir o que todos seguem? Não. Pelo menos, com Chico Buarque. Enquanto a maioria assume outras personalidades simplesmente para mudar uma maneira de vestir, escutar e até uma forma de falar, ele simplesmente deixou de ser o que queria, para mudar o que estava fora de seu alcance. Político na hora certa, cronista cuidadoso nas palavras, malandro como um bom brasileiro, amante verdadeiro, trovador das antigas e escritor nas horas vagas.
Muitos até consideram Chico brega, chato, velho. Porém, usam suas palavras sem ao menos saber quem as criou. Olhos nos olhos, a banda passar, amanhã vai ser outro dia, vai trabalhar vagabundo, entre outras tantas que fazem parte do nosso dia-a-dia. Palavras e frases tão únicas que não fazem o menor sentido quando traduzidas para outras línguas. Chico criou formas e arranjos extremamente difíceis de serem reproduzidas, mas não pelas escalas complexas, e sim pela harmonia sentimental que sai de cada nota. Só ele sabe fazer o que faz.
Chico passou pela MPB, Bossa Nova e Samba, deixando seu toque especial em cada um. Como se não bastasse, teve a sorte de tocar ao lado de grandes nomes da música brasileira, enriquecendo ainda mais a cultura nacional. Ele foi Chico principalmente durante a ditadura, onde disse o que realmente queria dizer. Ali sim, assumiu seu lado político sem tomar um partido oficial. Conquistou mulheres com seu lado amante. Dizer que Chico Buarque é apenas mais um artista, é errado de certa forma. Escutar Chico não é escutar apenas um estilo musical consagrado, pois trocando em miúdos, Chico Buarque é um Gênero.
Quem é o colunista: Fernando Segredo.
O que faz: Publicitário.
Pecado gastronômico: Rodízio de comida japonesa.
Melhor lugar do Brasil: Os lugares que ainda não conheci.
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Atualizado em 6 Set 2011.