Guia da Semana

Foto: Divulgação/ Pedra Branca


Pufes, almofadas, tendas, aromas, meia-luz, música suave. Projetado desta maneira, no estilo zen, retrô ou moderninho, um chill out acomoda pernas e ouvidos cansados do batidão pesado da pista de dança. O negócio deu tão certo em festivais de música eletrônica, raves e casas noturnas - nestas sob a forma de lounges -, que uma cultura musical baseada no "relaxe" começou a ganhar adeptos em tudo que é canto do mundo.

"Chill out não é bem uma vertente da música eletrônica e também não é só o lugar em si. É uma atmosfera criada dentro de um espaço físico", explica Luciano Sallum, músico do grupo Pedra Branca, um dos maiores representantes dessa cultura no Brasil. "Pode ser na praia, em um sítio ou em um lugar fechado no meio de São Paulo. O que existe é a busca por um som que seja ideal para dançar e relaxar ao mesmo tempo. Está tudo ligado ao bem-estar, à musicoterapia, à transformação no lugar da exaustão", conclui.



Música: Lampejos
Artista: Pedra Branca


Dançarina do grupo Pedra Branca
Foto: Divulgação
Não é à toa que a união da música instrumental com a eletrônica é recorrente na maioria dos discos que bem se encaixam nesse clima quase transcendental proposto pelo chill out. Nas apresentações da Pedra Branca, por exemplo, dançarinas exibem passos performáticos da tradição indiana, entoadas pela cítara de Sallum e pelas poucas bpm´s (batidas por minuto) destiladas pelo DJ nos picapes. É experimentalismo puro.

Os ritmos mais característicos da cena são downtempo, trip hop, nujazz, ambient, global beats, lounge music, world music, jazz, entre outros nessa linha. Se o seu ouvido ainda não teve contato com nenhum deles, experimente comprar aqueles CD´s com o título Lounge sobre o desenho de uma mulher indiana e seus vários braços na capa. Eles são uma mostra compacta do estilo "relax".

Representantes da chill arte

DJ Soneca, no iDch
Foto: Divulgação
"O Brasil é um dos melhores lugares do mundo para tocar qualquer estilo de música, simplesmente porque as pessoas gostam de festas diferentes". Rodrigo Ulson, mais conhecido como DJ Soneca, outro gigante nacional da cena groove - como também é chamada a arte chill out -, é indispensável nos line-ups de festas de grande porte, como a Tribe e a XXXperience. Ele já tocou em festivais internacionais como Sonica Festival (Itália) e VooV Festival (Alemanha). Atualmente ele é residente da noite Nugrooves, que acontece toda sexta no único clube 100% dedicado a essa cultura, o iDch, em São Paulo.

Soneca, que começou a tocar em 2000, hoje comanda o projeto Trotter e tem sua própria gravadora, a Royal Soul Records, que entrou em atividade há pouco tempo. "A identidade com esse tipo de música veio quando eu ouvi pela primeira vez Kruder & Dorfmeister. Eu gritei para mim mesmo: ´É isso!´". Seus sets começam, na maioria das vezes, com um som mais ambiente e partem para os ritmos mais grooveados e efetivamente dançantes. "O line-up pode ser pensando de acordo com o segmento de cada DJ, mas também vai de acordo com o tempo de festa e das atrações propostas. Mas, geralmente, a ordem é downtempo , ambient, dub, world music, e depois trip hop e nujazz", explica Sallun.


Foto: Divulgação

Pedra Branca, que também está sempre presente na programação do iDch, e Soneca dividem a lista dos perpetuadores do chill out com outros projetos como Liquidus Ambiento, Groovefall, Projeto Nave, Cine Mad in Chaos, Pindorama, Kyma & Yubaba, Terra Patris, Echo Sound System, Digitaldubs (estes últimos da cena dub). Com dois discos no mercado mundial em quase sete anos de estrada, o grupo de Sallum prepara outro álbum para 2008, que será lançado com o título Organismo Eletrônico.

Saiba mais!
Pedra Branca
www.pedrabranca.mus.br
www.myspace.com/pedrabranca

DJ Soneca e outros
www.djsoneca.com
www.myspace.com/djsoneca

iDch - Instituto de Desenvolvimento da Consciência Humana
www.idch.art.br
Rua Correia Dias, 161, Paraíso, SP
Telefone: 5083-1930

Atualizado em 6 Set 2011.