A falta de homem no "mercado" multiplica o número de mulheres desacompanhadas.
Por Redação Guia da Semana
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Dados estatísticos apontados em pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, revelam que o Brasil sofreu uma redução no número de homens em relação à quantidade de mulheres. Embora nasçam mais pessoas do sexo masculino, estes sobrevivem menos. Além disso, a proporção de jovens na população total diminui desde a década de 80, graças à tendência consolidada da diminuição na taxa de fecundidade e do aumento na proporção de mortalidade masculina. Isso poderia justificar o fato de haver tantas mulheres lindas, bem sucedidas e fatidicamente solteiras.
A mulher
moderna é preparada desde cedo, para a vida profissional, ao contrário da figura feminina de décadas atrás, educada para se tornar esposa e dona de casa. Hoje, ela deseja e persegue objetivos profissionais, a fim de conquistar sua independência e ganhar espaço. O homem contemporâneo, por sua vez, é menos preconceituoso, apesar de viver em uma sociedade consideravelmente machista. Ele consegue discernir a emancipação feminina com mais propriedade e competir profissionalmente com o sexo oposto.
Para o psicólogo Vinícius Frota, a
razão de existirem tantas mulheres solteiras está atrelada ao forte investimento na vida profissional. Como conseqüência, o meio social e pessoal ficam comprometidos. Outros fatores que contribuem são o alto nível de exigência em relação ao parceiro, opção e infidelidade. A programadora Flávia Scatoli, 21 anos, está solteira e declara "hoje em dia estar sozinha vai além de meras estatísticas. O homem deve aceitar a mulher com vida corporativa, respeitando seu espaço e sem competir com seus planos. Não há regras quando se envolve sentimento. Às vezes, surge um cara que contradiz todas as nossas exigências, mas é quem nos faz sentir frio na barriga. O importante é ele saber dividir expectativas e projetos sem invadir o meu espaço".
Estudo Europeu sobre Solteiros 2008
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Recentemente, o 2º Estudo Europeu sobre Solteiros 2008, realizado pela agência de namoros Parship e pelo Instituto de Investigações de Mercado Innofact, revelou que 35% das solteiras na Europa são felizes nessa condição. Em contrapartida, apenas 9% dos homens se declaram satisfeitos sem companhia de uma parceira.
Foram ouvidas 13 mil pessoas entre 18 e 59 anos em 13 países. Segundo a pesquisa, a maioria revelou pouca experiência em namoros e em média duas relações sérias ao longo da vida, que não atingiram a marca de um ano de duração. Os solteiros estão definidos em dez grupos básicos de acordo com suas características.
? os exigentes: pedem demais e cedem pouco.
? os convencidos: acham que a vida a dois e a liberdade são incompatíveis.
? os auto-suficientes: optam pela solidão.
? os rebeldes: têm pânico de normas e rotinas.
? os falsos resignados: modernos na aparência, mas, no fundo, solitários.
? os itinerantes: descartam o amor para a vida inteira e preferem relações fugazes.
? os egoístas: vivem para si e não querem se ocupar de ninguém mais.
? os ressentidos: passaram por decepções.
? os sofredores: vivem reclamando da solidão como se fosse uma doença.
? os temerosos: preocupam-se demais com o peso de criar e manter uma família.
Segundo a especialista em psicoterapia breve, Mariza Póvoas, há uma contradição pela espera do homem perfeito, à medida que em determinado momento, irá surgir o questionamento feminino "quero ser melhor do que o homem ou somar ao lado dele?".
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Exigência, cautela e desenvolvimento emocional projetam com singularidade o protótipo da mulher contemporânea que pede demais, cede pouco e anseia pela superação masculina, afinal relacionamento sério implica em escolha de vida, onde diversos âmbitos devem ser adaptados à nova maneira de direcionar os planos. A
independência feminina intimida os homens, porém tudo dependerá de como a mulher se comporta no ambiente social. Se por um lado essa auto-suficiência os assusta, por outro a falta de objetivo futuro deles as afugenta. A tendência é aumentar o número de solteiras, pois o alto nível de exigência em relação ao futuro parceiro cresce consideravelmente inclusive entre as mais jovens, com idade na casa dos 20 e poucos anos.
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"A mulher ideal é aquela que sabe respeitar a mim e a ela mesma, que consiga compreender meu modo de vida e de encarar o mundo. A inteligência é um ponto primordial. Ninguém deseja alguém que fale "seje" no ouvido. Mulher tem que saber conversar, porque vai chegar um momento na vida de um casal que é só isso que vai acontecer. É importante que no relacionamento haja diálogo como base, sem ele não existe relação. Mulher independente agrega essas virtudes de personalidade, bom humor e inteligência. Acredito que haja tantas mulheres solteiras, porque elas escolhem demais e não por falta de homem", declara o diretor de criação, Daniel Felipe Padilha, 22 anos. O ser humano faz uma busca eterna de si no outro. Não foi criado para viver sozinho, isolado como uma ilha. É inato dos homens tentarem sucumbir a sua necessidade de carência afetiva, através do compartilhamento e troca de experiências.
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O tema motivou a historiadora americana, Barbara D. Whitehead a escrever o livro
Why There Are No Good Men Left (Por que faltam homens bacanas). A obra faz sucesso pela análise comportamental da "nova solteira" - independente, elegante, malhada, intelectual, viajada, jovial e inquietante. A mulher não deseja ter um homem ao lado por segurança financeira, mas sim para suporte emocional. Durante o processo de evolução feminista, os homens permaneceram estagnados no tradicionalismo. Na sociedade, parece haver dois grupos, os
liberais que defendem a idéia dos meninos criados com sensibilidade aflorada, menos agressivos e capazes de demonstrar seus sentimentos e os
conservadores que acreditam na disciplina de instintos agressivos, quase que primitivos.
"O homem é fruto do meio em que vive. Culturalmente somos machistas e a palavra compromisso realmente assusta muitos homens. Aliado a isso, podemos acrescentar a banalização do casamento, que hoje em dia perdeu seu real valor. As pessoas casam e separam com muita facilidade e pronto. Acho que o homem pensa sim em relacionamento e compromisso, mas de forma mais velada, até porque esse papel da cobrança é a mulher quem faz", finaliza Frota.