Se há duas semanas eu saudava a volta da Jive, na coluna de hoje eu lamento o fim de uma balada. Uma das minhas primeiras colunas aqui no Guia da Semana foi sobre o fechamento do Madame Satã. Agora, não vou falar do encerramento de uma casa noturna, mas sim de uma festa histórica. As quintas do Milo Garage acabaram de perder umas das festas mais legais da cidade: a Peligro.
Desde janeiro de 2005, a galera da Peligro - selo e loja virtual de música - se instalou na casinha da rua Minas Gerais. Antes porém, houve uma breve fase numa loja na Vila Madalena chamada Generics. Foi ali que pisei pela primeira vez numa festa organizada pelo Centro Cultural Batidão, nome da dupla de DJ´s Dago e Du. Ouvir TV on The Radio e Public Enemy na mesma noite me deixou marcas auditivas. Virei freqüentador assíduo e, quando a festa mudou de lugar, fui junto.
O clima de amizade entre as pessoas, o lugar aconchegante e a discotecagem misturando clássicos indies e novidades recém saídas dos estúdios transformou o local num ponto de encontro da galera curiosa por música. Lembro com detalhes do primeiro show de Tony da Gatorra, assim como de Gabi Amarantos, ídala das aparelhagens paraenses e do mega hypado Diplo dandos as caras por lá, sem contar inúmeros outros artistas badalados.
Em todo informativo sobre a festa enviado por e-mail eles afirmavam que aquela poderia ser a última festa. E nesta semana recebi o aviso de que seria realmente a última. No Milo de quinta, como eu sempre me referi, fiz amigos, conheci novas bandas das quais virei fã. Diversas vezes fui falar com o Dago para saber de quem era aquela música que estava tocando. Tudo isso, chegou ao fim.
Quer dizer, mais ou menos ao fim. A festa sairá do Milo e vai se mudar para a nova casa que o Gui, Dago e Guab vão abrir daqui dois meses, a Neu - em Perdizes. Nem preciso dizer que estarei lá, desejando longa vida a essa nova fase. Porém, neste exato momento, ainda não sei se tenho coragem de ir à última festa no Milo. Acho que vou guardar todos os bons momentos que tive ali na memória.
Quem é o colunista: Eu? Eu sou o Luiz Pattoli.
O que faz: Jornalista, andarilho e editor do www.churrascogrego.com.br
Pecado gastronômico: Vindo com saúde, eu traço.
Melhor lugar do Brasil: O estádio da Rua Javari.
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Atualizado em 6 Set 2011.