Guia da Semana


Foto divulgação Apple Music

São Paulo é conhecida por abrigar uma das noites mais movimentadas e ecléticas do mundo. Tem festa todos os dias, para todos os gosto e culturas, do boteco pé-sujo da esquina até as clubes de celebridades. Entre as opções, destacam-se as noites dos jovens das colônias nipônicas, mais conhecidas como Baladas Japas.

Tradicional desde a década de 80, esse tipo de festa chega a reunir até cinco mil pessoas por noite. "Em termos de música e ambiente é igual a qualquer outra balada, o grande diferencial é o público, na sua maioria, filhos ou netos de japoneses", conta o DJ Madona, figura carimbada nesse circuito.

O Início

Mais do que apenas reunir descendentes de orientais, as festas servem como um local de integração para jovens com interesses comuns, que compartilham uma cultura específica. "Nós costumamos ser mais tímidos. Nessas festas acabamos nos sentindo mais à vontade para conhecer pessoas novas. Acredito que os descendentes frequentam esses lugares não só pela aparência física, mas, por pensar de forma semelhante", explica Roger Arai, 27 anos, frequentador das baladas há mais de uma década.

O conceito inicial dessas festas era organizar eventos somente para descendentes. Mas o sucesso delas fez com que ultrapassassem os limites das colônias. "Não sou descendente, mas tenho muito amigos que são. As baladas são muito animadas e me sinto mais segura do que em outro ambiente", comenta Isabela Silveira, de 25 anos. DJ Madona (que também não é oriental), no ramo há mais de 20 anos tem uma explicação para o fenômeno. "A colônia japonesa é mais educada. Por isso rolam menos brigas. Eles bebem muito, mas não se envolvem com drogas".

Cada um no seu quadrado

Além de educados, os japoneses são conhecidos pela sua organização. Essa característica afeta diretamente o calendário das festas. "Em época de vestibular, festa nem pensar!", brinca Madona. Além disso, elas costumam ser divididas entre faixas etárias. Para os menores de 18 anos a Friendz é a melhor opção. O encontro costuma acontecer no Spazio, localizada na Vila Olímpia. "Os pais sentem muito medo de drogas nas baladas. Aqui é um bom começo para gente conseguir a liberdade", Fernanda Kiryu, 17 anos.

Para quem está na faixa dos 20, a dica são os Mortos Vivos, uma das festas mais antigas, desde 1996, que ocorre numa mansão às margens da represa Billings, na Zona Sul de São Paulo. "Aqui a galera mais velha curti mais, está mais enturmada. Não quesito pegação não tem diferença nenhuma das outra baladas. A gente é mais respeitador", conta Yuri Tanaka, 25 anos. A Naruwa é outra exclusiva para o mais maduros, barrando menores de 20 anos na porta.

Na pista

Karaokês, músicas tradicionais, som de fontes zen ao fundo... Nada disso! Engana-se quem pensa que a balada japa é embalada por ritmos que remetam à terra do sol nascente. Assim como na maior parte dos lugares, a influência nas pick-ups é do hip-hop americano e música eletrônica européia. "Na pista o que domina é dance music, black e techno, Até acontece de tocar músicas japonesas às vezes, mas é bastante raro", completa o DJ.

Atualizado em 1 Dez 2011.