Guia da Semana

Comunidade Samba da vela em encontro na Casa de Cultura de Santo Amaro
Foto: Divulgação
Fotos do álbum: Gabriel Oliveira


No dia 18 de julho, o Samba da Vela completou oito anos de existência. Tradicional e muito respeitado em São Paulo, o projeto reúne a comunidade homônima, compositores e apreciadores do samba na Casa de Cultura de Santo Amaro. "Mas é samba de raiz!", diz por aí quem detesta ser chamado de pagodeiro. Realmente, o samba e o pagode formam dois núcleos distintos na cena musical brasileira, mas são farinha africana do mesmo saco. "Tudo é samba. Alguns manipulados para gerar lucro rápido, com letras sem conteúdo, mas de forte apelo comercial, e outros preocupados com a preservação da boa linhagem tradicional de terreiro", explica Paqüera, um dos quatro fundadores do Samba da Vela.

Os instrumentos são os mesmos - ainda que no pagode possam ser utilizados também o tantan, o banjo e o repique de mão -, mas o público não. Pelas vozes melosas cantando sobre amor e traição sobre harmonias de fácil assimilação, o pagode atrai um pessoal adolescente e que se rende mais facilmente ao que o mercado FM tem para vender. Ah, e esse público é geralmente freqüentador de micaretas também. Casas noturnas como Santa Aldeia e Armazém da Vila fizeram nome na noite paulistana com atrações como Revelação e Jeito Moleque embalando o sábado à noite de mauricinhos de boné e regata e patricinhas de sainha e salto alto. As filas quilométricas na porta não incomodam, desde que role um esquenta e muitos amigos para passar o tempo conversando.

Assim como o pagode, o samba (de raiz, assim chamado pelos paulistas o ritmo feito pelas velhas guardas) é também um evento. Quanto mais casual, mais original. Uma mesa no centro, cerveja de garrafa, porção de lingüiça acebolada e meia dúzia de instrumentos em mãos habilidosas no ziriguidum. Em volta, palmas, letra afiada nas vozes em coro, pés para frente e para trás, nostalgia. Se o lugar parecer o quintal do fundo da sua casa, melhor ainda. De Cartola a Zeca Pagodinho, de Dona Ivone Lara a Teresa Cristina, a roda de samba reúne canções de artistas da velha e da nova guarda que se dedicam ao som que representa o Brasil no mundo.

O grupo Katinguelê, que fez sucesso com seu pagode nos anos 90
Rodas de samba

Samba da Vela
Há oito anos reunindo compositores, intérpretes e amantes do "samba de terreiro" - definição dada por seus fundadores -, o projeto acontece toda segunda na Casa de Cultura de Santo Amaro. A vela é o relógio da noite. (onde fica)

Samba da Laje
Há mais de 10 anos acontecendo na laje da dona Generosa, a roda de samba contempla de Noel Rosa a Zeca Pagodinho. Os encontros da comunidade são marcados para todo último domingo do mês. (onde fica)

Vila do Samba
O amplo galpão na Casa Verde é freqüentado por quem gosta de tradição e espaço para dançar. Grupos como o Quinteto em Branco e Preto se apresentam num palquinho. A gastronomia é bem representada pela feijoada da casa. (onde fica)

Bar do Alemão
Samba e chorinho são o foco desse boteco que fica perto do Palestra Itália. O ambiente intimista e rústico é propício para a formação da roda, composta por músicos e entusiastas dos ritmos. (onde fica)

Você vai se quiser
O bar foi aberto há pouco tempo nas proximidades da Praça Roosevelt. Um de seus proprietários, o Paqüera, do Samba da Vela, só abre a casa aos sábados, das 13h às 21h. (onde fica)

Turma do pagode

Santa Aldeia
Fervido (literalmente) aos domingos, a casa noturna recebe grupos como Sorriso Maroto, Inimigos da HP e Sensação para comandar a noite que começa mais cedo. As filas são imensas, chegue ainda mais cedo. (onde fica)

Armazém da Vila
Ao lado do Santa Aldeia, a casa de shows segue a mesma linha da vizinha. De quinta a sábado, grupos como Art Popular e Amizade Verdadeira puxam o coro dos fãs com seus sucessos. Quando o DJ assume os picapes, músicas de micareta ditam o clima. (onde fica)

Morro Paulicéia
Tradicional na Zona Norte da cidade, o bar reserva suas tardes de sábado ao pagode. Foi lá que surgiram os primeiros fãs de Jeito Moleque e Amizade Verdadeira. A temporada atual é do Nossa Poesia e do Caia na Gandaia. Mesas e cadeiras são afastadas para abrir espaço - que tem de sobra - para o dois pra lá, dois pra cá. (onde fica)

Espaço Santa Clara
Nas noites de quarta a sábado, grupos como Nossa Poesia, Pixote e Paraíso se apresentam. Aos sábados pela tarde, a feijoada é acompanhada pelo Quinteto em Branco e Preto com o melhor do samba de raiz. (onde fica)

Porto Alcobaça
Esse é o point dos pagodeiros às segundas. Em temporada na casa, Samprazer e Turma do Pagode são as atrações. Chegue cedo, reserve mesa e paciência, pois a casa fica bastante cheia. Às sextas rola música eletrônica e micareta com DJs. (onde fica)

Atualizado em 1 Dez 2011.