Os DJs são os responsáveis por fazer a noite ser inesquecível ou um desastre completo
Celebridades ou DJs? Essa é a pergunta que todos os profissionais dos picapes fazem ao se deparar com famosos comandando o som de diversas festas pelo Brasil afora. O assunto tem causado polêmica nas noites, afinal, uma pessoa que não tem formação de DJ pode tocar em um evento, ocupando o espaço de um profissional especializado?
A resposta ninguém sabe ao certo mas, mesmo assim, quando um flyer é distribuído com o nome de uma celebridade no comando da festa, ele se torna sinônimo de lotação máxima na pista. Como os DJs reagem a isso e quais os lucros (ou prejuízos) que as casas recebem é o que você irá conferir agora.
Hora do show
Casa cheia, luzes preparadas, picapes no jeito, caixas prontas para mandar o melhor do som. Só falta o personagem principal que irá fazer tudo isso funcionar de um modo especial, o DJ. Consagrados, anônimos ou celebridades, eles são os responsáveis por fazer a noite ser inesquecível ou um desastre completo. E a controvérsia se dá exatamente a partir disso.
Hoje, é muito comum ver celebridades arriscando alguns movimentos por trás das mesas e isso tem gerado um certo desconforto com alguns profissionais da área, como é o caso do DJ Fábio Reder, que não é a favor da ideia. "Ser celebridade no Brasil abre portas em qualquer lugar e, geralmente, as que querem ser DJ são aquelas que precisam aparecer para não serem esquecidas. O evento ganha movimento não pelo DJ, mas por ser uma celebridade. A pessoa não precisa ser DJ para chamar público", opina.
Foto: Divulgação
O ex-bbb Alan Passos afirma ter feito um curso de DJ e tem a agenda cheia de eventos
Mandando brasa
Se para alguns tocar na noite é visto como um simples hobby, para outros a coisa é bem mais séria. Que o evento ganha público maior quando uma celebridade comanda o som, é fato. O ex-BBB Flávio (da última edição) acaba de lançar um projeto denominado Samba House, que mistura música eletrônica com sons tirados de instrumentos de percussão. Segundo o ex-brother, ele quer conquistar espaço como DJ profissional e não tomar o emprego de ninguém.
Seguindo a mesma linha, até chegar ao patamar de tocar na noite, o também ex-BBB Alan Passos (da quinta edição do programa) afirma que, antes do reality show, ele já brincava em festas de amigos e, depois, comprou seu próprio equipamento e fez um curso. "Ser um ex-BBB é uma faca de dois gumes. Do mesmo jeito que ajuda em algumas situações, atrapalha em outras. Às vezes, me contratam só pela imagem e não sabem nem o que eu toco. Em outros casos, não me chamam, porque acham que eu não toco", conta.
Sentindo no bolso
Outro item que tem deixado os DJs com a pulga atrás da orelha é a questão do cachê. O ex-bbb Alan, por exemplo, costuma cobrar um valor médio de R$ 3 mil a R$ 4 mil por trabalho. Mas, o valor pago a um DJ que toca toda a semana em mais de um evento é de cerca de R$ 800,00, dependendo da situação, segundo o DJ Fábio Reder. Para ele, a única solução para resolver a polêmica seria a legalização da profissão, com normas e leis. "Se uma pessoa não tem o registro de medicina ela não pode medicar, se a celebridade não tiver um registro de DJ, ela não toca. Do contrário, a casa arca com as punições cabíveis", sugere.
Na visão da DJ e jornalista Mayra, que ainda está na batalha por um espaço, a personalidade pode tocar, desde que saiba o que está fazendo e tenha o mínimo de talento para isso. "Precisamos ter um conhecimento musical aprofundado e dominar as técnicas de mixagem. Isso não se consegue da noite para o dia. Se a tal celebridade faz uma lambança horrível na hora de tocar, com certeza vai desmerecer. Mesmo porque ela está no lugar de muito DJ excelente que rala horrores para conseguir fechar uma data em uma casa", afirma.
Já para Alan Passos, a opinião dos críticos parece não incomodar. "Em muitas cidades onde vou tocar, os DJs vão ver para conferir se eu toco mesmo, e depois vêm conversar comigo, dizer que curtiram. O que importa é que minha agenda está sempre cheia", diz.
Atualizado em 1 Dez 2011.