Guia da Semana

Foto: Gui Tamburus


Está chegando o dia da maior concentração de pessoas do mundo por uma causa: todas reunidas para reivindicar direitos, lembrar os deveres e mostrar, mais uma vez, que todos somos iguais, independente de raça, religião ou sexualidade.


A tradicional parada LGBT de São Paulo acontece no dia 26 de junho, a partir do meio-dia, com concentração em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Comemorando a 15ª edição, este ano a parada tem o tema Amai-vos uns ao outros: Basta de Homofobia, que traz a lembrança de uma frase religiosa muito importante, cujo foco está no amor. Apesar de os responsáveis pela sua criação dizerem que não há relação com a frase original, ela nos leva a pensar em amor mesmo, como seres humanos. De 6 de junho a 9 de julho, acontecem diversas ações contra a homofobia e a favor dos direitos iguais, muito importantes mas que, neste artigo, ficariam muito extensas, já que o foco principal aqui é a maior parada do mundo.


Este ano são esperadas mais de 3,5 milhões de pessoas somente na avenida Paulista e na Consolação, sem contar no entorno. Por isso, o efetivo policial e de seguranças deve ser o maior de todos os anos, o que assegura muito mais diversão e reduz, ao mínimo, as confusões, normais em todos os grandes encontros populares.

Já foram confirmados muitos caminhões que levarão os melhores DJs do gênero, agitando todo o percurso e, ao contrário de alguns anos atrás, a associação liberou as casas noturnas para participar, trazendo muito mais público fiel a seguir atrás dos enormes trios.


Os números da parada são gigantescos. Ela perde somente em arrecadação para o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. No ano passado, a parada gerou mais de R$ 200 milhões aos cofres públicos e, neste ano, a previsão de faturamento promete ser muito maior.

As diversas atividades que ocorrem na cidade antes e depois da parada também são especiais, como a feirinha gay que acontece no feriado do dia 23 de junho no Vale do Anhangabaú. Ela reúne dezenas de vendedores, expositores, atrações e milhares de pessoas de todos os tipos. No dia seguinte, acontece o Gay Day no Playcenter, uma festa já tradicional do público gay que leva os melhores DJs para uma enorme balada no meio de inúmeros brinquedos. No sábado já começa o esquenta para a parada, com dezenas de festas em toda a cidade para todos os públicos. Essas festas são tão interessantes que muitos nem dormem e vão direto para a parada no dia seguinte. Encontramos muitas pessoas dormindo em alguns cantos, nos carros, debaixo de marquises, só esperando a festa começar.

No domingo, após a maior festa do mundo, acontece um show, pela primeira vez, no vale do Anhangabaú, fechando a Parada LGBT 2011. Será uma atração especial que promete muita festa e, no final da noite, rola um after de nome "Chá da Alice", que acontece no Hotel Cambridge, em um intercâmbio de São Paulo e Rio, seguido por diversas atrações até o dia 9 de julho.

Nos dois últimos anos, toquei no caminhão da CADS (Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual), responsável por grande parte da logística do evento e envolvida diretamente com as políticas necessárias para tudo correr da melhor maneira possível, em um ótimo trabalho que é executado todos os anos. Neste ano, estarei também na parada, curtindo a festa que não dá para descrever, porque é incrível. Para um DJ de verdade, é a maior sensação do mundo tocar para tanta gente.

Com certeza, a Parada LGBT de São Paulo poderia entrar para o Guinness como a maior festa do mundo. Eu mesmo já dei várias sugestões sobre isso, mas a parada é tanto uma festa quanto uma reivindicação política de direitos. Por essa razão, não se deve perder o foco principal. Então, neste ano, espero encontrar todos por lá, curtindo, dançando, namorando, brincando, exercendo seus direitos e, se possível, comigo tocando em algum dos caminhões. Nos vemos por lá, 26 de junho, ao meio-dia, na Avenida Paulista.

Leia as colunas anteriores do DJ Fabio Reder:

Fones de ouvido

Falidos viram DJs

15ª Parada LGBT

Quem é o colunista: DJ há 18 anos, produtor musical há três anos, divulgador de músicas para rádios desde 1997.

O que faz: DJ, produtor de música eletrônica e empresário do ramo de rádio.

Pecado gastronômico: Lasanha e pavê de Sonho de Valsa.

Melhor lugar do Brasil: Meu estúdio de produção musical.

O que está ouvindo no carro, iPod ou mp3: Música eletrônica e diversos outros estilos que contenham letras bacanas e melodias.

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Atualizado em 22 Mar 2012.