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O filme brasileiro Chega de Saudade traz para as telas de cinema o ambiente dos salões de baile. Para muitos, trata-se de uma temática retrô, de um tempo que não existe mais. Grande engano. Os bailes tradicionais continuam vivos em diversos locais de São Paulo. Apesar de ser um traste na dança a dois, na minha família muitas pessoas freqüentam clubes de dança, inclusive minha mãe. Ela me conta histórias divertidíssimas dos bailes, como por exemplo, dos aposentados que levam salgadinhos no tupperware para saciar a fome vespertina. Mesmo que você não tenha um par, nos bailes é difícil ficar sozinho. Portanto, o ideal é chegar no salão já sabendo alguns passos. No site www.danceadois.com.br é possível encontrar diversos endereços de escolas de dança de salão, que cada vez mais têm se popularizado graças a quadros como o Dança dos Famosos, no Domingão do Faustão.
Um dos salões mais famosos da cidade é o Cartola Club, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, que se auto-intitula de Catedral do Baile. Por estar localizado próximo a Paulista, frequentemente eu passo na frente e fico admirado com os casais vestidos de vermelho e branco ou de amarelo e preto. As mulheres, tratadas de damas, que usarem as cores do dress code ganham flores. Perto do Cartola, fica o Club Homs, que também promove bailes. Uma das coisas mais interessantes nesses clubes, pelo menos para mim, são os bailes no período da tarde - horário que a minha mãe costuma ir com a minha tia. Elas freqüentam o Carinhoso, no bairro do Ipiranga, que fica no meio do caminho para as duas. Fundado em 1974 por Augusto Aderaldo Silva, que continua como proprietário, o Carinhoso fica próximo a outros dois endereços em que é possível dançar a dois: o Clube Atlético Ypiranga e o Dançares - Espaço de Dança.
Na Zona Oeste da cidade, há pelo menos três salões bem famosos. O União Fraterna, onde foram gravadas cenas do Chega de Saudade, apesar de estar judiado, tem uma arquitetura e uma ambientação belíssima. Em Pinheiros, fica o conhecido Avenida Club e, por fim, em Higienópolis, um dos mais famosos bailes da cidade, o do Clube Piratininga - que também ministra cursos de dança.
O charme da maioria desses lugares é ter uma orquestra ou uma banda que toca os clássicos de todos os ritmos: da gafieira ao cha-cha-cha, passando por boleros e valsas. É também, uma forma de reviver o passado e não de cristalizá-lo. O interesse, seja através de filme ou de programas televisivos nacionais e internacionais, está renovando o público da dança de salão. Já combinei com o meu par que no segundo semestre nós vamos começar as aulas para arrasar em todos esses bailes.
Quem é o colunista: Eu? Eu sou o Luiz Pattoli.
O que faz: Jornalista, andarilho e editor do www.churrascogrego.com.br
Pecado gastronômico: Vindo com saúde, eu traço.
Melhor lugar do Brasil: O estádio da Rua Javari.
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.