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Não é de hoje que empresas multinacionais olham o mundo dos DJs com olhos monetários. A primeira década de 2000 foi marcada pela evolução dos dados em áudio e vídeo, que fizeram os arquivos cada vez menores, com mais qualidade e, consequentemente, criando novos aparelhos cada vez mais rápidos.
Na "profissão" DJ não foi diferente. Um mercado cada vez mais lucrativo invade o mundo todo, principalmente no que se refere ao ato de comandar festas.
Todos devem ter visto em anúncios de rádio e TV sobre aparelhos celulares que prometem fazer aquilo que o DJ faz nas festas. Mostram de uma forma como se fosse possível reproduzir movimentos de um material de 12 polegadas em outros de duas.
Na teoria, eles afirmam que é possível, mas na prática as supostas ações de DJs nos celulares são um "lixo" e quem compra esses aparelhos achando que se divertirão mostrando suas habilidades, queimaram dinheiro e isso nunca irá acontecer.
Recentemente, a Apple lançou um aplicativo para Iphone que se aproxima muito das ações de um DJ. Ela está vendendo essa ideia como se qualquer pessoa pudesse fazer uma festa somente com o celular.
Talvez o fato das controladoras e programas de dados em áudio estarem em alta, gere essa euforia, mas o mercado pode ser consumista e não trouxa.
Alguém imagina um DJ chegando numa festa com um celular e ligando no som para tocar? Que graça isso tem?
As empresas precisam ganhar dinheiro, mas desse jeito parece que estão desesperadas, matando cachorro a grito e DJs de desgosto.
Há algum tempo, outras empresas especializadas em equipamentos profissionais se empenharam em reproduzir ações e movimentos de um vinil de 12 polegadas em um jog de duas polegadas. Claro que não deu certo e estas empresas desistiram.
É muito simples: os aplicativos e celulares não funcionarão com perfeição por causa de seus tamanhos. É humanamente impossível adaptar a sensibilidade de uma pessoa à um material tão pequeno, mesmo que consiga, a limitação é visível devido ao tamanho.
O fato de uma pessoa sair tocando música de qualquer maneira em qualquer lugar não quer dizer que esta pessoa seja um DJ. Existe uma série de habilidades, estudos e muitos anos de experiência que deveriam ser levados em consideração.
Levando em conta também, existem questões técnicas, como volume, intensidade de áudio, retorno, equalização de graves médios e agudos, entre vários outros quesitos necessários para uma boa mixagem.
No meu ponto de vista, os investimentos em sistemas de DJs tocando em celulares não são interessantes, mostram muitas falhas e mais um jeito que as empresas encontram de lucrar com coisas inúteis.
Mas é preciso saber qual a visão do consumidor comum sobre estes oferecimentos tecnológicos, se há a criação é porque existem as pessoas que adquirem estas criações.
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Quem é o colunista: DJ há 18 anos, produtor musical há três anos, divulgador de musicas para rádios desde 1997.
O que faz: DJ, produtor de música eletrônica e empresário do ramo de Rádio.
Pecado gastronômico: Lasanha e Pavê de Sonho de Valsa.
Melhor lugar do Brasil: Meu estúdio de produção musical.
O que está ouvindo no carro, iPod ou mp3: Musica eletrônica e diversos outros estilos que contenham letras bacanas e melodias.
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Atualizado em 6 Set 2011.