Guia da Semana

Soul Slinger momentos antes da 4ª edição do Ecosystem Festival
Foto: Divulgação/EcosystemFestival.org


As últimas constatações científicas sobre o aquecimento global e os rumos que o Planeta Terra está tomando deram uma sacudida na população mundial. Até mesmo quem nunca gostou de palestras sobre meio ambiente e muito menos de participar de passeatas organizadas por ONG´s ambientalistas começou a buscar uma maneira de retardar o fim do planeta azul.

Carlos Singer, brasileiro, 50 anos, encontrou um jeito menos "Greenpeace" de promover a conscientização, principalmente entre os jovens: festa! Mais conhecido como Soul Slinger, o DJ já tocou em clubes do mundo inteiro, principalmente de Nova Iorque, onde residiu por muito tempo. Com 25 anos de carreira musical, o ex-veterinário formado pela USP realizou quatro edições de seu Ecosystem Festival e conseguiu reproduzi-lo, em temporada semanal indoor, no clube Rose Bom Bom, em São Paulo.

Foto: EcosystemFestival.org
O projeto ecológico que começou na beira do Rio Tucumã, na Amazônia, em 2001, agora ocupa as pistas da casa noturna paulista, sob o codinome Ecobase. A estréia aconteceu na primeira sexta de março, 7, sob o comando de Slinger e convidados: MC Tiu, Ana Rey, Dj Soneca, Plus, Disco D-Homenagem, Mr. Bomba, Cabal, P-Rima, Zulu, Buia, Sul e Família Pro Hip Hop.

Apesar da visível e forte presença do drum´n´bass no line-up - Slinger integra a equipe Zulu Nation e criou o chamado Jungle D´n´B -, a festa celebra todas as vertentes da música eletrônica. "A idéia é passar a mensagem às pessoas na linguagem delas. Temos que tornar a festa o mais universal possível", explica o idealizador. "Também não vivemos somente de discurso. Aqui no Rose vamos trocar as lâmpadas da casa para gastar menos energia, incluiremos quitutes mais orgânicos no cardápio e já substituímos os flyers impressos pelos virtuais", conta.

Foto: EcosystemFestival.org
Nomeado de Ecolounge, o lounge da casa funciona como um verdadeiro fórum. ONG´s são convidadas a passarem seus recados durante a própria balada, utilizando para isso todo o aparato multimídia disponível no local. "Reunir pessoas que têm a ver uma com as outras, mas que nunca se encontraram, é disso que estou falando, de humanidade. Temos que levar essas ações de forma leve, não podemos ser muito políticos e demagogos, para não assustar", conclui. O cunho humanista de projeto tem origem na sua amizade com Afrika Bambaataa e seu conseqüente envolvimento com as ações sociais do Zulu Nation.

Slinger chegou com tudo no Rose Bom Bom, mas essa liberdade tem motivo. O clube, reaberto em 2005 por seu amigo Angelo Leuzzi, foi onde o DJ tocou pela primeira vez.

Ecossistema em festa
Foto: Divulgação/EcosystemFestival.org


Em 2007, o Ecosystem Festival 4.0 tomou conta das dependências do Memorial dos Povos Indígenas, projetado por Oscar Niemeyer em Brasília. Em formato de maloca, habitação tradicional da tribo Yanomami, o local tem como líder o indígena Marcos Terena. Não é preciso citar que os índios foram convidados de honra da noite. De acordo com Slinger, essa quarta edição do projeto teve o intuito de ambientar o público a um ambiente desconhecido, como forma de despertar valores e o respeito à exaustamente falada diversidade cultural.

A próxima edição do Ecosystem Festival está por vir. Desta vez, Slinger o promove na festa de encerramento do Amazônia BR, um evento itinerante nos museus e galerias de Nova Iorque, que começa em abril e vai até julho.

Serviço
Rose Bom Bom

Atualizado em 6 Set 2011.