A balada ferve no Nação Tan Tan Foto: Site oficial da casa |
Há muito tempo ir a um baile funk deixou de ser privilégio dos cariocas. A origem do ritmo é inegável, no entanto São Paulo passou a "importar" o conceito, realizando na cidade festas bem semelhantes as existentes no Rio. As equipes de som e produção dos eventos, inclusive, vêm direto da Cidade Maravilhosa para cá.
DJ Marlboro na Lov.e Foto: Divulgação |
" Para quem gosta de funk de verdade, as festas tem que ser assim, nesses clubes grandes, com espaço pra dançar, não em boates apertadas", afirma a estudante Cláudia Cristina Rodrigues, de 22 anos, freqüentadora das festas do Expresso Brasil. Segunda ela, o projeto do Lov.e, apesar de ter seus méritos e trazer ao palco artistas de qualidade, não têm a cara do funk. " Já fui em bailes da Furacão 2000 no Rio e posso garantir que o clima é bem parecido com os da ZL", conta.
Um pouco da história O funk como é feito no Rio de Janeiro, surgiu no meio da década de 70. Na época, as primeiras equipes de som da cidade produziam algumas festas que chamavam de "bailes dançantes". Nesse início, o ritmo foi ganhando forma por meio de influências gringas, sendo que a principal delas foi o Miami Bass, estilo de hip-hop misturado ao funk bem popular na Flórida, com vocais graves e batidas mais rápidas e sequenciadas. Os bailes do Rio se tornaram mais populares nos anos 80, quando músicas em português começaram a ser lançadas e executadas nas festas. Os temas estavam sempre ligados à vida cotidiana da maioria dos freqüentadorses e giravam em torno da violência, do dia-a-dia das favelas, do tráfico de drogas, entre outros assuntos. Só mais tarde é que vieram os artistas compondo sobre amor e também sobre sexo. Hoje em dia, além do funk descer o morro e se tornar hábito entre pessoas de todas as classes sociais, o ritmo também rumou ao aeroporto e decolou para todos os lugares do Brasil e do mundo. Artistas gringos não se cansam de utilizar bases de conhecidos funks brasileiros em suas músicas e se tornar entusiastas do estilo, como é o caso da cantora M.I.A. e do DJ Diplo. Além disso, artistas tupiniquim são vistos freqüentemente em turnês pela Europa, Estados Unidos e até Japão. |
Com preços bem acessíveis, que vão de R$ 5,00 a R$ 15,00 para homens e às vezes de graça para mulheres, atraem um público enorme para suas festas, coisa de 8 ou 10 mil pessoas, por exemplo. Um das coisas que move toda essa multidão são as atrações especiais, focadas sempre em nomes fortes do funk carioca, como o Mr. Catra, o grupo Gaiola das Popuzadas, a dupla de MCs Cidinho e Doca, entre outros.
Mr, Catra Foto: Site oficial do artista |
Já a recepcionista Kelly Carolina Barros da Mota, de 21 anos, vai para dançar. " Não só no funk, mas em qualquer outro lugar, vou pra curtir a noite. Se rolar de ficar com alguém, beleza, mas a intenção não é essa ", diz. De qualquer maneira, as casas utilizam aquela velha história de diminuir ou até anular o valor de entrada feminino no intuito de atrair mais homens. No entanto, segundo o depoimento de alguns freqüentadores, a tática não dá muito certo.
? Nação Tan Tan
Rua Agrimensor Sugaya, 141 - Itaquera.
Tel.: (11) 6523-2040.
? Expresso Brasil
Avenida Aricanduva, 1150 - Jardim Aricanduva.
Tel.: (11) 6724-2000.
? Cabral
Avenida Salim Farah Maluf, 1500 - Tatuapé.
Tel.: (11) 6605-3666.
Atualizado em 1 Dez 2011.