Foto: Divulgação |
Um dos ambientes do Villa Country, em São Paulo |
Dizem que o Brasil é um país cheio de diversidade cultural e disso eu não tenho dúvida alguma, já que em épocas de carnaval, presenciamos todos os tipos de músicas e letras, até mesmo aquelas que possuem apenas um refrão e fazem um sucesso tremendo. Isso se chama cultura popular. Mas eu não estou aqui para discutir se isto é bom ou não para o povo brasileiro. Meu intuito é dissertar como um estilo musical pode fazer sucesso e invadir as grandes capitais.
Assim como o axé music, que toma conta da região Norte e Nordeste, para depois invadir principalmente o Sudeste, venho presenciando a avalanche do chamado Sertanejo Universitário. O estilo musical, que deu os primeiros passos no interior de São Paulo, passou a ser bastante conhecido depois de sucessos como Luan Santana, Maria Cecília e Rodolfo, Victor e Léo, entre outros. Com os shows lotados - e rádios populares tocando constantemente as músicas "caipiras" -, as casas noturnas paulistas perceberam o potencial que crescia entre as Festas de Peão, além da lucratividade que poderiam ter. A partir daí, passaram a incluir na agenda da semana, festas especialmente para esse estilo.
E foi aí que percebi meus amigos se "debandarem" para a música country. Para eles, sábado a noite é sinônimo de balada sertaneja. Além disso, meu irmão, que é ou era amante da música eletrônica, me surpreendeu durante uma viagem a Campos do Jordão. Quando entramos na estrada e as rádios paulistanas não funcionavam mais, ele resolveu colocar um CD. Pensei que fosse de música eletrônica comercial. Foi quando me deparo com um set list sertanejo. Eram músicas de todas as bandas, duplas possíveis e imagináveis. Sei que peguei no sono e quando acordei a música continuava. Parecia que não tinha fim.
Mas exageros a parte, confesso que nunca tive a vontade de conhecer estas festas. Porém, outro dia passei em frente ao Villa Country, localizado na Zona Oeste de São Paulo, e a quantidade de pessoas no lado de fora era de assustar, sem tirar a fila para entrar e o trânsito que se instalou nas imediações. Mas pude constatar que isto não era problema para o pessoal que estava na porta da balada. Muito pelo contrário, o tumulto era um ótimo motivo para paquerar.
E o olha que gente bonita não falta nestas festas. Mais um motivo para meus amigos não largarem do estilo. Sei que preciso conhecer mais para falar de maneira aprofundada a respeito e, por isso, qualquer dia, pretendo me aventurar no mundo sertanejo. Imagino que, no mínimo, será engraçado. Quando isso acontecer, apareço por aqui para contar a vocês esta nova experiência.
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Domingo não é um dia morto
Quem é o colunista: Daniel Navas.
O que faz: Jornalista, freelancer, colunista do Guia da Semana, amante da musculação e uma pessoa sempre em busca de novidades.
Pecado gastronômico: Comida japonesa (e olha que já estou virando "expert" no assunto).
Melhor lugar do Brasil: Morro de São Paulo, Abrolhos e Salvador, ambos na Bahia.
O que está ouvindo no rádio, mp3, iPod: depende do dia: sábado a noite sempre eletrônico, no trânsito um MPB para acalmar e, em casa, rock.
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.