Guia da Semana

Fatu e Phillip A, respectivamente: "pista não é lounge, tem que ter muito barulho"
Foto: Divulgação/ Smartbiz


Tudo começou com Daft Punk. Depois vieram Justice, Ed Banger Crew, 2 Many DJs, MSTRKRFT, Soulwax, Crookers, Digitalism, Bonde do Rolê, Simian Mobile Disco, Armand Van Helden, Switch, Kanye West, Timbaland, Strokes, Foo Fighters, Boys Noize, Diplo, Erol Alkan, Sebastian, Crookers, Pirate Sound System, Drop The Lime, Shinishi Osawa e outros influenciarem o som que Fatu e Phillip A decidiram fazer juntos. "Estávamos gostando do mesmo tipo de som e queríamos fazer alguma coisa diferenciada do que apenas tocar musicas usando CDs ou vinis. Hoje utilizamos dois Macbooks, um teclado midi, um controlador midi, placa de som e Ableton Live".

O resultado dessa inspiração eclética foi o estilo maximal freestyle do Killer On The Dancefloor, projeto da dupla que começou em setembro do ano passado e já garantiu vaga no concorrido line-up do Skol Beats. Por votação popular, eles foram indicados e concorreram democraticamente com veteranos e outros novatos da cena eletrônica nacional. No dia 27 de setembro, eles representam o Brasil ao lado de Marky, Anderson Noise, Gui Boratto, Murphy, Fabricio Peçanha, Mario Fischetti, Mixhell e Montage.

Amigos desde 1997, eles seguiam carreiras separadas nos picapes. Mas se juntaram para começar um novo movimento. Com a sua Crew, uma extensão de KOTD, os DJs começaram no Clash, onde Phillip A já era residente. Em pouco tempo, fixaram residências nos clubes D-Edge e Glória. A idéia é montar uma mega festa com DJs que seguem a mesma linha sonora. Entraram na dança Database, Roots Rock Revolution, Zegon, Mixhell, Fabrizio, Tchiello K, Gorky, Gil Bárbara e Rebel DJs. O encontro é explosivo.

Guia da Semana Vocês já esperavam que o Killer On The Dancefloor fosse participar do Skol Beats?
Na verdade, algo já dizia que esse ano a gente iria participar! Lógico que nem imaginávamos que isso fosse realmente acontecer. Desde que criamos o KOTD, trabalhamos bastante em tudo que a gente podia agregar, fora o próprio live, como as festas com a Crew, voltada a o maximal, que criamos com amigos. Começamos a fazer diversos remixes e produções próprias. Abrimos um selo, que é a Maximize Records, e trabalhamos bastante no diferencial do modo como fazemos nossas apresentações. O KOTD não tem nem um ano de vida e se apresentar em um evento como esse é uma conquista sem palavras!

GDS Como vocês definiriam o maximal?
O maximal é um tipo de som que possui bastantes elementos, bem para cima, alegres, divertidos, dançantes, quentes, com influências do hip hop, electro, house francês, rock, disco, etc. Difícil explicar com palavras.

GDS O que vocês andam aprontando na Maximize Records?
O Fatu já trabalhava na Transmit Music, que é do artista Propulse, e resolvemos criar um subselo, a Maximize, voltado para o maximal, para lançar artistas nacionais e produções próprias. O nosso primeiro lançamento foi o EP Load Now, do Database, em junho. Entre julho e setembro vamos lançar o EP do Yuri Chix, o EP do Fisk (UK) e o nosso single Square, que vai ter remixes do Boss In Drama, Tchorta Boratto, Mixhell e Database. Estamos negociando também o lançamento do álbum novo do Montage.

GDS E o pedido de Larry Tee, como surgiu? Ele quis algo em específico ou a criação do remix foi totalmente livre?
O contato para fazer um remix para o Larry Tee surgiu quando a gente tocou depois dele na nossa festa Crew, na qual ele foi o convidado. A gente tocou a música "I Love U" (ouça aqui), com uma base de pancadão por baixo e ele pirou quando ouviu. Foi depois disso que ele pediu pra gente produzir um remix para essa mesma música com elementos de funk carioca. O mais legal é que o single com o remix vai sair na Austrália em setembro. E o resultado da música nas pistas está sendo super positivo em todos os países que o Larry anda tocando.

Foto: Divulgação/ Smartbiz


GDS E para o Skol Beats, o que estão preparando?
Vamos fazer o que sempre fazemos nas nossas apresentações. Vamos tocar muito maximal, mostrar nossas influências dos anos 70, 80, 90, hip hop, rock, pop, house, french house, electro, indie, pancadão, disco-punk, techno, etc, com roupagens diferentes, muitos mashups, remixes e produções próprias, e transformar tudo isso em um grande momento.

GDS Vira e mexe vocês produzem mash-ups, inclusive fazem alguns no live. Eles funcionam bem nas pistas?
Sim, acho muito legal juntar duas músicas que não possuem nada em comum e transformar em algo que faça muito sentido juntas. A gente pensa muito no público. Sempre pedimos opinião para amigos antes de apresentar algo na pista. Por já tocarmos há mais de 10 anos separadamente, temos um feeling do que o público espera da gente e do que eles vão gostar.

GDS Outro dia ouvi na 89 FM um programa novo, em que o DJ apresenta um mash-up por dia na programação. Vocês acham que o mash-up deu uma popularizada?
Eu acho que o mash up está muito popular hoje em dia por causa dessa mistura de influências que está rolando. Acho que é bom, mas tem que ser bem feito senão pode acabar com as duas músicas.

GDS O que vocês acham do som que as FMs andam tocando?
A gente escuta geralmente no carro rádios como Alpha, Eldorado, Mitsubishi e a 97 FM. Muitas das nossas idéias e influências vêm dessas rádios. Nenhuma rádio possui uma programação 100% perfeita para o nosso gosto pessoal, mas somos bem ecléticos e temos a cabeça bem aberta para ouvir de tudo e separar o que é legal. Admiro muito a 97 FM por ter conseguido se firmar como uma rádio dance em geral, do pop ao eletrônico, porque todo mundo sabe como é difícil de sustentar algo assim.

GDS Qual a opinião de vocês sobre a cena eletrônica no Brasil? Tanto em produção, discotecagem, clubs...
Acho que no geral os DJs estão tocando sons bem parecidos. Deu meio que uma massificada na cena, o que fica difícil para o DJ se destacar no meio. Na produção, acho que o Brasil melhorou muito. Estamos produzindo com a mesma qualidade que os gringos agora. No caso dos clubes, eles poderiam variar um pouco mais os estilos da noite, mas isso envolve muito trabalho e investimento no longo prazo. Mas está acontecendo aos poucos.

Ipod Top 10
The Ting Tings - Great DJ (Calvin Harris Remix)
Sepultura - Roots Bloody Roots
Justice - Waters Of Nazareth
MGMT - Time To Pretend
Blondie - Call Me
Daft Punk - Indo Silver Club
Lynyrd Skynyrd - Free Bird
Dire Straits - Sultans Of Swing
Arcade Fire - Rebellion
Death From Above - Romantic Nights

Atualizado em 1 Dez 2011.