Guia da Semana

Eduardo Christoph e Diogo Reis: das festinhas de amigo ao TIM Festival
Foto: Divulgação


Quem está por dentro das melhores festas de música eletrônica do eixo Rio - São Paulo sabe que a MOO é uma das mais esperadas do mês. Realizada no prédio das Casas Franklin, no centro da cidade, a night começou sem pretensão alguma em 2004, no clube Dama de Ferro.

Hoje, ela coleciona 30 fervidas edições, algumas delas também realizadas no Espaço Constituição. Flyers criativos - que são marca da night desde o início - anunciam atrações de tudo que é canto do mundo. Em entrevista ao Guia da Semana, Eduardo Christoph e Diogo Reis, residentes e idealizadores do projeto, falam sobre sua criação e a participação no TIM Festival.



Eduardo Chistopher
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Como surgiu o convite para tocar no TIM Festival? Vocês conhecem o pessoal da produção ou sabem quem indicou vocês?
Diogo Reis: Simples. A produtora do festival ligou e fez o convite.

Eduardo Christoph: Na verdade, eu estava andando na rua, em Berlim, na Alemanha, quando uma das produtoras da Dueto me ligou. Eu passei as férias lá, mas também toquei (foi uma das melhores gigs da minha vida). Eu não conhecia o pessoal da empresa que promove o festival, mas muita gente de lá e também da Tim sempre estavam na MOO. Nossos convidados internacionais chamam muito a atenção deles. Trazemos pelo menos dois DJs especiais de fora por festa.

O que vocês acham dessa idéia de fazer o TIM Festa? Quais são suas expectativas?
D: É uma boa idéia. Os shows nunca vão até muito tarde e depois é legal dar uma esticada no próprio evento, já que todas as pessoas estarão por lá mesmo. Das atrações que vão tocar no TIM, a que mais me interessa é o norueguês Lindstrom. Toco muito as músicas dele nos meus sets e ouço bastante em casa também.

E: Nesse ano tem um ídolo meu tocando. O Lindstrom é um dos produtores que eu mais respeito. Ele se apresenta logo antes da gente em outro palco. Vou ter que sair correndo de lá para tocar. Fico curioso também para o show do Hot Chip, que se não me engano vem com a banda completa. Um coisa que gostei no TIM Festa é a possibilidade de pagar um ingresso e poder ir a todas as tendas dos DJs. O número de opções é grande, vai agradar a muita gente. Tem tudo para ser um festão.

E para a MOO, o que o festival vai trazer de bom?
D: Essa participação está nos dando uma exposição na mídia que nunca tivemos antes. Isso deve influir em nossos próximos passos. No momento, a nossa maior ambição é desenvolver a MOO o máximo possível, ela é um projeto que pode crescer em várias direções.

Diogo Reis
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Vocês dedicam seus sets a quais vertentes da música eletrônica? O que vocês preparam para o TIM Festival?
E: Sempre misturamos muito os estilos de música. O Diogo tem uma onda mais funk-disco, e eu tendo mais para o tech-house. Tentamos sempre fazer um contraste interessante. No Tim faremos nossa primeira apresentação back to back. A cada edição da MOO procuramos trazer o maior número de lives possível, gostamos muito das performances ao vivo e isso é um diferencial desde o início. Tivemos o sensacional show do Anthony Rother, um dos maiores nomes do electro hoje. Ele fez uma performance completa, com teclados, microfones, baterias eletrônicas. Outro grande momento foi o set do norueguês Prins Thomas, parceiro do Lindstrom.

Como surgiu a MOO? Por que esse nome?
D: A MOO começou de maneira despretensiosa há três anos atrás, quando eu e Eduardo começamos a tocar no clube Dama de Ferro, por pilha da Adriana Lima, proprietária da casa.

E: A gente tocava toda quarta. A idéia da Adriana era pegar carona no encontro de poesia que tinha à tarde e engrenar a noite. O Diogo já tinha tocado informalmente em festas de amigos, mas a gente não sabia mixar. Eu tinha acabado de comprar toca-discos e mixer. Treinava bastante em casa, mas foi na pista que eu aprendi. A cada semana eu melhorava um pouquinho. No começo tocava para ninguém, durante algumas semanas pouquíssimos amigos iam na festa.

D: A festa só passou a se chamar MOO três meses depois, quando a oficializamos. Logo em seguida, Bruno Guinle juntou-se a nós para cuidar da produção. Ele é a terceira perna da MOO.

Primeiro flyer oficial da MOO
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E: DJs como Ric, Gustavo Tatá, Gustavo MM, Rafael RM2, Droors deram muita força também. Fechamos o nosso primeiro live gringo com o Tom Gillieron. Já estávamos no final de novembro e pensávamos em fazer uma temporada de verão. Ficamos quebrando a cabeça com um nome e acabamos tirando MOO de um livro de gírias de negros de Nova York dos anos 70. (Moo é gíria para "money"). Queríamos um nome que fosse sonoro, que ficasse bem nos flyers e não tivesse significado específico. A coisa pegou rápido.

D: Esse início marcou também a parceria com os designers que fazem as nossas filipetas. Elas são a identidade visual mais forte da festa. Rodrigo Bleque e Fábio Arruda, do Cubículo, o artista plástico Cadu, Eduardo Berliner, Marcos Kotlhar (que tambem faz as projeções da festa) e Gustavo Lacerda. Eu também já fiz algumas das filipetas da MOO.

Atualizado em 6 Set 2011.