A Avenida Rio Branco, coração financeiro e cultural da cidade, tomada pelo espírito do carnaval
Não tem pra ninguém: o carnaval do Rio de Janeiro é o maior espetáculo popular da Terra e cartão de visitas para o mundo do que chamamos de brasilidade. A cidade vira um caldeirão, juntando cultura popular e erudita; marketing e essência; camarotes regado a guerra de cervejas e meio-fio lambido com cachaça.
Junte ainda as tendências, fofocas e modismo que, a partir da cidade, tomam o Brasil. Os blocos de rua, fenômeno que ressurgiu a partir de 1998 com um pouco mais de 20 grupamentos, hoje contabilizam mais de 500. A atração e a devoção dos foliões são tamanhas que tem muita agremiação adiantando os desfiles em duas horas. Alguns falam que é para evitar tumultos. Outros dizem que, na verdade, não querem ter sua "festa família particular" sendo invadida por "desconhecidos" de outras zonas da cidade e turistas, indo completamente de encontro ao espírito agregador e festivo da celebração. Há ainda os blocos-guerrilheiros que lançaram um manifesto convocando a todos os demais a não respeitarem os horários de concentração, saída e percursos estabelecidos pela Riotur. Coisas do Rio de Janeiro.
Já no grande palco da Terra, a Marquês de Sapucaí, tem mudanças por conta do incêndio que acometeu a Cidade do Samba em 7 de fevereiro, a um mês da festa. Grande Rio, Portela e União da Ilha tiveram grande parte de suas alegorias e fantasias destruídas pelo fogo, ainda sem explicações nem laudo técnico. Segundo a LIESA, liga responsável pelo grupo especial, as três agremiações contarão com o apoio financeiro da Prefeitura e o suporte de uma empresa que fornecerá insumo para a confecção de mais de nove mil novas fantasias. Elas vão desfilar e serão avaliadas, porém, não receberão pontuação, logo, não estarão na disputa pelo título - e nem poderão ser rebaixadas. Para equilibrar as apresentações, a Portela passou para o domingo, enquanto Mocidade Independente de Padre Miguel entrará na pista na segunda-feira. Grande Rio e Ilha continuam na segunda-feira.
Fogo, samba, suor e guerra de cervejas. Num dos espaços publicitários mais disputados do país, tem jovem cantora caipira pagando (e ganhando muito bem por isso) de devassa, subcelebridades saindo no tapa por credenciais, globais e atores de Hollywood disputados e contratados a peso de ouro. Quem é folião, mesmo os de sofá, sabe que tudo isso é desnecessário. Mas, se é o líquido dourado quem paga a festa, então brindemos a tudo isso, pois é carnaval, e ao final, tudo vira tema para as marchinhas do ano que vem.
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Atualizado em 9 Set 2011.