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Com a crescente da house music em todo mundo, novas vertentes apareceram dando ainda mais espaço para centenas de produtores até então desconhecidos. Mas o real sucesso de alguns grandes nomes está em certas mudanças de atitude e de acompanhamento das tendências.
Um dos nomes que posso citar como exemplo atual é o DJ e produtor Zync, antes referência no drum and bass, que virou as costas ao estilo em 2007. Agora é o pioneiro do novo segmento, o crack house, mais uma vertente da house music, que nasceu em 2009.
Zync se fechou em um casulo de criatividade em 2008. Ele procurou novos timbres e segmentos, juntando peças de um enorme quebra-cabeça, chegando ao crack house. Inclusive, o DJ lançou uma produção em homenagem ao estilo, que levou o mesmo nome e mostra perfeitamente os tons do segmento.
Esta nova vertente, a cada dia, ganha novos seguidores sendo respeitada e acompanhada de perto por grandes nomes da atual e-music como Deadmau5, por exemplo.
A crack house, ao mesmo tempo em que agrega diversos subgêneros da música eletrônica, possui algumas diferenças. Eka traz o groove único do drum and bass em batidas essencialmente quebradas.
O estilo pode se apresentar de várias formas, como electro, progressive e até house music. Mas a classificação dele está mesmo no groove que vem do DNB (drum and bass).
Como todos sabem, o drum and bass possui velocidade muito mais alta que a house music, então como isso seria possível? Questão de criatividade de quem tem talento em usar diversos softwares e plugins para gerar os sons mais incríveis. A questão da velocidade não é importante nesse caso, e sim o que se pode fazer com ela.
O fato da house music ser mais lenta só favorece o groove do crack house, que é feito em baixa frequência, aproveitando diversas partes do DNB, como cymbal.
Um dos DJs que apostam no crack house no Brasil é o Tutu, de São Paulo, que compra diversas músicas de Zync e mais alguns produtores, tudo pela internet.
O maior sucesso de um bom DJ está em suas maneiras de conseguir exclusividades, então, o crack house já é uma vertente valiosa que não se acha em qualquer lugar para baixar como um MP3 comum. Outra característica do estilo é a qualidade final da produção, que equilibra graves e agudos.
Para quem gosta de pancadas, algumas músicas do crack house se parecem muito com hard house, mas outras possuem vocais melódicos. Isso realmente pode dar um nó em nossas ideias, mas quem é DJ e tem feeling apurado entende o que estou dizendo.
Diferente de outras vertentes que apareceram muito parecidas umas com as outras, o crack house parece ter chegado para ficar, mostrando uma válvula de escape para algumas pessoas insatisfeitas com a atual apresentação da e-music. Essa novidade é aproveitada com muito sucesso em algumas baladas de São Paulo, claro que em doses homeopáticas para o público se habituar mais.
Ao contrário do que se imagina, que são todas as mesmas vertentes, acredito que logo que o crack house pode se tornar conhecido; daí teremos sets exclusivos e todos notarão as diferenças. Atualmente, ainda não é possível fazer um set de duas horas com o estilo, muito menos uma festa inteira, mas o caminho favorece ao sucesso dele se os DJs souberem aproveitá-lo.
Fique ligado: o crack house chegou para ficar. Em muitos clubes europeus, já é sucesso. DJs de DNB estão comentando e os de house music estão encaixando em seus sets sem o público perceber.
Com certeza, você já deve ter sido contagiado e atingido pelo crack house em alguma balada. É mais um segmento criativo que está despontando para vibrar nas principais festas.
Que assim seja!
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Quem é o colunista: DJ há 18 anos, produtor musical há três anos, divulgador de musicas para rádios desde 1997.
O que faz: DJ, produtor de música eletrônica e empresário do ramo de Rádio.
Pecado gastronômico: Lasanha e Pavê de Sonho de Valsa.
Melhor lugar do Brasil: Meu estúdio de produção musical.
O que está ouvindo no carro, iPod ou mp3: Musica eletrônica e diversos outros estilos que contenham letras bacanas e melodias.
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Atualizado em 6 Set 2011.